28 de fevereiro de 2019
23 de fevereiro de 2019
21 de fevereiro de 2019
Sobra aqui falta acolá!
Em 200 palavras
Sobra aqui…
As greves e contestações laborais a que
o país tem assistido nos últimos meses são bem o reflexo do estado das nossas
finanças públicas e do descontrolo com que governa o PS em conluio com o PCP e
o BE. Aos professores, enfermeiros, estivadores, condutores da Carris,
guarda-freios da CP e demais classes, foi prometida a devolução dos rendimentos
que haviam sido cortados durante os anos de intervenção internacional.
É sempre bom lembrar, para memória
imediata e futura, que esses cortes nas carreiras e nos rendimentos só
existiram por causa do descalabro financeiro com que o PS de José Sócrates e
António Costa deixou o País.
Alargar os cordões à bolsa, devolvendo
rendimentos, vai obrigar a cortar nos serviços ou a aumentar a carga fiscal.
Como o aumento de impostos é coisa muito impopular em ano de eleições então
reluz-se nos serviços, na sua qualidade e quantidade, aí a malta vai se ajustando
devagarinho e não reclama tanto. Contas feitas, não se pode devolver
rendimentos sem garantir receita ou cortar noutros custos, é que, no estado
como nas mercearias, a conta de deve e haver é como uma manta que fica curta na
nossa cama, se sobra aqui falta acolá.
In Jornal Açoriano Oriental edição de 20 de Fevereiro de 2019
17 de fevereiro de 2019
A Europa vai a votos conturbada.
A
26 de Maio próximo, domingo das festas em honra do Senhor Santo Cristo dos
Milagres, a Europa vai escolher os seu mais diretos representantes no
parlamento da União. Nunca como agora foi esta escolha tão importante. Na
verdade, os dias conturbados que se vivem e que atribulam a construção do projeto
europeu de Monnet, Schuman e companhia, exigem de nós cidadãos que façamos as
escolhas mais adequadas.
A
Europa das frases feitas, a Europa que já foi das nações, que já foi dos
estados, qua já foi das regiões só sobreviverá sendo a Europa dos Cidadãos, de
facto e de direito e não apenas de parangonas e de sound bites. Quase todos os processos democráticos têm sido
ameaçados pelos extremismos porque não foram capazes de resolver os problemas
dos cidadãos. Na França, em Espanha, na Grécia, em Itália, na Polonia, em
Portugal, na Hungria e por aí adiante, o
falhanço dos regimes tem levado ao aparecimento e recrudescimento de projetos
político-partidários com discursos
radicais e extremados que não auguram coisas boas para os povos europeus.
Também
no seio da União existe esse sentimento de que os políticos, auto sitiados em
Bruxelas, não resolvem os nossos problemas bem pelo contrário, agudizam-nos,
atiram ainda mais areia para as engrenagens nacionais e traçam a régua e
esquadro regras que não se adaptam da mesma forma a todos os estados-membros.
A
saída, com ou sem acordo, do Reino Unido da União Europeia; O radicalismo dos separatismos
Catalão e Basco; a onda crescente de nacionalismos emergentes pela chamada crise
dos migrantes do norte de áfrica, são apenas 3 exemplos das maiores ameaças que
a Europa irá enfrentar nos próximos anos. Destes desafios, teremos todos que
tirar ensinamentos e sermos capazes de catapultar a Europa para algo diferente do
que ela tem sido até agora e desde e sua fundação ainda como Comunidade
Económica do Carvão e do Aço (CECA). Estas adversidades devem potenciar
soluções e não mais problemas, devem ser olhadas como desafios para construir
uma europa mais solida e não para carpirmos o desaire, devem ser olhadas como
indutor de mais velocidade ao projeto e não como assutado travão, devem
constituir vantagem e não contratempo.
Desde
o chamado Plano Spinelli, aprovado
por larga maioria no Parlamento Europeu a 14 de Fevereiro de 1984, decorreram
35 anos e 6 tratados, todos eles muito importantes para o funcionamento da
União mas nenhum com bases fundacionais de uma alternativa federalista, ao
jeito e gosto de Altiero Spinelli, em
contraponto ao que hoje conhecemos e que
tomou o alcunha de OPNI (objeto politico não identificado) uma organização de
estados soberanos que gosto de apelidar de esdruxula por ter as “tónicas” em
lugar diferente das restantes organizações de estados e povos que conhecemos.
Uma
Europa de Estados Federados capaz de resolver os problemas dos cidadãos
esvaziando alguns poderes dos Estados-membros, devolvendo subsidiariamente
alguns outros poderes e representatividade às regiões, capaz de transformar os
regionalismos em potenciais microestados representados nos órgãos da federação
parece-me o único caminho possível para sustentar um projeto económico e social
que não pode esquecer ser também um projeto politico de paz na humanidade e
como tal carece de política externa própria e de uma política de defesa
própria.
A
discussão à volta do projeto europeu tem que ir muito para além de uma conta de
deve e haver, tem que extravasar o debate em redor das perspetivas financeiras,
das periferias e das centralidades, tem que ser um debate em torno do que
queremos que a europa seja politicamente.
Por
cá, os candidatos até agora conhecidos, são dois políticos puros que terão a
oportunidade de exporem aos açorianos, no decurso da pré e campanha eleitorais,
os seus pontos de vista sobre o projeto europeu, espero não caiam na tentação
das contas de merceeiro e do carpir as mágoas da ultraperiferia mas acentuem as
vantagens da centralidade euro-atlântica e dessa vocação de séculos.
A
União carece de mais e melhores políticos e de menos tecnocratas.
In jornal Diário dos Açores edição de 17 de Fevereiro de 2019.
Ponta
Delgada, 15 de Fevereiro de 2019
15 de fevereiro de 2019
Primus inter pares
Em 200 palavras
Primus inter...
A eleição dos nossos representantes no órgão máximo da democracia, o
Parlamento, trás implícita uma escolha eleitoral secreta e universal que
pressupõe a opção pelos melhores entre os iguais. É essa a grande virtude da
Democracia representativa. Acontece porém que temos escolhido uma espécie de
corga que em lugar de nos governar se vai governando. Diz o Povo, do alto da
sua omnisciência que “quem rouba ao Estado empresta a Deus”. Na verdade, quando
um eleito ou um escolhido entre os eleitos rouba ao Estado, além de ladrão,
trai ainda a confiança da maioria de um Povo.
O Partido Socialista, ferido de morte pelos casos recentes e tentando sair
limpinho da borrada em que Sócrates & Vara em comandita o meteram, pela voz
do lacaio Lacão, veio apresentar um conjunto de medidas que visam melhorar a
saúde da vida parlamentar e prevê a criação de um comité (palavra muito
cara às esquerda) de ética criado a partir de uma comissão permanente que se dedicará,
em exclusivo, aos comportamentos e às regras do Código de Conduta seguidas
pelos parlamentares.
O PS pretende assim criar
uma espécie de fiscal dos fiscais, fazendo da raposa a guarda da capoeira.
In Açoriano Oriental, edição de 12 de Fevereiro de 2019
CEVERA ou severa?
A
severa é um restaurante típico da capital e Portugal, da Lisboa da Rua das Gáveas,
do Bairro Alto de outras quimeras e de outras eras. Mas não é desta Severa que
venho aqui hoje falar mas sim da CEVERA, comissão parlamentar eventual para a
reforma da Autonomia, do seu funcionamento, da bonomia da sua criação e da
irracionalidade das suas não conclusões.
É
doloroso, para mim pelo menos, ouvir críticas diretas e muitas vezes infundadas
à instituição parlamentar vindas da Vox
Populi quer da publicada quer daquela que apenas deambula de encontro os
mostradores dos cafés e as mesas das esplanadas ou a que se espraia na espuma
dos dias das redes sociais.
Infelizmente
é moda, é politicamente correto, “malhar” nos deputados, no parlamento, nas
suas viagens, nas suas anafadas figuras e nos seus esvaziados discursos. É caso
para dizer que o Povo escolhe os seus pares para depois lhes invejar a função e
fruto dessa mesma inveja os fazer “arder em fogueira de lume brando”.
Apesar
da vontade inequívoca de que as coisas sejam diferentes, o certo porém, é que a
classe parlamentar põe-se a jeito expondo a própria instituição a uma situação
desconfortável perante o comum dos cidadãos eleitores. Talvez isso explique
algum desalento, alguma descrença e desinteresse que se traduzem nos elevados
níveis de abstenção. A falta de participação cívica é um dos graves problemas de
que as democracias contemporâneas padecem e essa falta de envolvimento
explica-se, sobremaneira, pela forma desajeitada com que os eleitos e os
candidatos se relacionam com os eleitores.
Peguemos
assim no exemplo da CEVERA. O despacho
da sua constituição é de Fevereiro de 2017 e a decisão de a constituir é de
Janeiro do mesmo ano. O prazo para a presentação do relatório final era de um
ano. Já passaram 2.
O
processo legislativo é lento. Sabemos. Mas, este não é um processo comum nem
sequer se pode considerar de legislativo, é um processo de reforma e de
reestruturação do próprio regime. Ingénuo foi quem acreditou que o regime se
reformava por dentro. Os regimes, na verdade, só se reformam por processos
revolucionários caso contrário operam pequenas mudanças de forma mas sem grandes
alterações de substância.
Num
regime parlamentar puro, como é o nosso, o poder legislativo tem hoje um papel
preponderante na fiscalização da observância das elementares regras
democráticas por forma garantir que o poder executivo não perpetra sobre os cidadãos
pressões e formas totalitárias e autoritárias de poder. Quando nós cidadãos nos
demitimos de escolher os melhores entre os nossos pares, deixamos essa decisão na mão de
outros. Quando nós cidadãos desacreditamos os diretamente eleitos damos força
aos que, não tendo a mesma legitimidade democrática, têm mais poder de mudar as
nossas vidas.
Para
esta reforma, que se entende necessária, da autonomia concorrem ainda as
instituições nacionais e da União. Na verdade, as questões relativas à nossa
autonomia decidem-se mais em Lisboa do que nos, Açores. Na verdade, o
financiamento fundamental ao funcionamento das nossas instituições, decide-se mais no eixo entre o Terreiro
do Paço e a
Rue de la Loi do que no triangulo Horta-Angra-Ponta Delgada.
Rue de la Loi do que no triangulo Horta-Angra-Ponta Delgada.
Carece,
assim, a nossa autonomia de uma reforma ampla que permita aproximar os
eleitores dos eleitos para que os primeiros se sintam de veras representados
pelos segundos. Caso contrário o presente quadro parlamentar não está a prestar
um bom serviço ao regime, bem ao invés contribui para a sua degradação.
Ponta
Delgada, 08 de Fevereiro de 2019
In Diário dos Açores edição de 10 de Fevereiro de 2019.
8 de fevereiro de 2019
5 de fevereiro de 2019
Com papas...
O Secretário Regional da tutela da agricultura apresentou dados da
importação de palha para as vacas como sendo um grande feito. É caso para a
gente se questionar. Saberá essa gente para onde está a levar a lavoura açoriana?
Os governantes e os dirigentes associativos e federativos que estão em conluio e
até participam em ações de campanha eleitoral, ora descarada ora dissimuladamente,
do partido do governo, serão todos responsabilizados pelos resultados. Até a
palha que comem as nossas vacas é importada e paga em parte pelos impostos de
todos. Isso a juntar: aos fertilizantes, pesticidas, sementes, alfaias, matéria-prima,
aditivos, e vazia para as rações, até o fio que coze as sacas dos alimentos
compostos para animais. Tudo isso para transformar leite em produtos de baixo
valor acrescentado que é laborado também, com tecnologia importada, com vazia
importada e capital importado e cujo produto final é vendido sem valor
acrescentado e mesmo assim o lucro gerado por isso, em mais de 66% é exportado.
Estamos no caminho do abismo, mas há quem insista que tudo são rosas.
Ficam os empregos mal remunerados que sempre é melhor do que o desemprego,
mas não deixa de ser uma lástima.
Última do Açoriano Oriental, 2019.02.05
3 de fevereiro de 2019
Subscrever:
Mensagens (Atom)