30 de junho de 2010

Minimizar os efeitos da crise.

Cais pescas 2
O exercício da pesca, há muito, deixou de ser uma actividade económica aliciante do ponto de vista dos investidores. Na verdade, as ínfimas margens de comercialização e as contingências dos mercados em tempo de crise (A pesca é a única actividade económica em Portugal onde se pode falar de regulação de preços pelo mercado) têm levado alguns armadores a abandonarem a actividade. Para quem fica, cada um que sai, é uma réstia de esperança que cresce. Menos oferta significa maior preço. Porém, o acentuar da crise económica tem levado o mercado a comprar produtos de baixo preço, e menor qualidade, ou congelado ou fresco mas produzido em aquacultura deixando o pescado chamado selvagem relegado para um segundo plano.

Sobre as contingências do mercado nada há a dizer, ele está a funcionar e isso é assim mesmo. Já nos custos de produção as coisas não são tão lineares. Na verdade, tudo o que depende da intervenção do Estado/Região nessa actividade (presença em excesso) tem sofrido agravamentos inexplicáveis e são exemplos:
A subida exponencial do custo dos combustíveis;
O reforço das medidas de controlo de sanidade quase sempre aplicadas com excesso de zelo;
A insuficiência dos serviços prestados pelo Estado/Região e sector empresarial público;
O excesso de regulação e regulamentação quanto às espécies a capturar e à distribuição das respectivas quotas;
Ineficácia do sistema de transportes de mercadorias por via marítima entre as diferentes Ilhas e entre as Ilhas e o Continente (assunto que se relaciona mais com as obrigações de serviço público do que com os interesses das companhias).
Estes são alguns problemas que o Estado/Região pode resolver porque, por sua vontade, dele depende e que podem melhorar bastante os resultados das empresas do sector. Lembro que este é dos poucos sectores económicos com componente de exportações acima dos 70% em relação ao auto-consumo e uma das mais importantes almofadas para o desemprego em zonas marítimas e com mão-de-obra desqualificada.

27 de junho de 2010

Só se mantem na ignorância quem quer.

Estão à venda na Feira do Livro (Avenida Infante D. Henrique, Ponta Delgada) ao preço da Uva Mijona (3 euros cada) pelo menos 4 títulos fantásticos. Pelo preço de uma qualquer pessegada de literatura pop, pode adquirir:
O Nosso Futuro Pós-Humano, Francis Fukuyama;
Neoconservadorismo-Autobriografia de uma ideia, Irving Kristol;
Compreender a Globalização, Thomas L. Friedman;
Por Que Não Houve Socialismo na América, Seymour Martin Lipset e Gary Marks.

25 de junho de 2010

7 ANOS 7

Há sete anos que actualizo, umas vezes mais do que outras, este meu e vosso companheiro. Este dia 25 de Junho foi passado assim em 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, e hoje cá estou para o lembrar na passagem do sétimo aniversário da sua fundação.
Confesso que já estive para mudar de rumo e parar definitivamente de actualizar esta página. Contudo, esta ligação que me une ao blogue e os seus comentadores está longe de acabar. É verdade que as actualizações que chegaram a ser às 2 e 3 por dia passaram para uma de 2 e de 3 em 3 dias, mas também é verdade que, tal como o vinho do porto e outras coisas, nos blogues também, o tempo faz melhorias bastantes.

24 de junho de 2010

Avançar avançou, mas para o abismo.


«Temos hoje uma classe política corrupta, um governo autoritário, 600 mil desempregados, menos imprensa livre, educação medíocre, justiça lenta, saúde para alguns, mais impostos e um Estado arruinado. E o povo, prosperou? O Eurostat diz que não: Portugal e Malta são os únicos países que, com um PIB per capita inferior à média europeia em 1998, se afastaram desta média nos dez anos seguintes. Ou seja: os outros convergiram, Portugal divergiu. Os números estão aqui

Luís M. Jorge, Vida Breve

Post "honestamente roubado" ao João Gonçalves.


23 de junho de 2010

Museu do Vinho nos Biscoitos

Um blogue que acabei de encontrar e que foi uma agradável surpresa. Bagos D'Uva, é um blogue temático sobre o Museu do Vinho na Freguesia dos Biscoitos, Ilha Terceira de Jesus Cristo onde eu adoraria estar agora. Divirtam-se que a vida não está para depressões.

22 de junho de 2010

Há que buscar pela mudança.

2012 é já daqui a dois anos e por esta altura estaremos em pré-campanha eleitoral para a regionais. Isso se, entretanto, não acontecer algo de extraordinário no seio dos sistemas em que nos integramos ou seja Portugal e a União Europeia. Essa hipótese não é de todo descartável, um e outra precisam de reformas urgentes, se as não fizerem os sistemas cairão pela base e aí não sei o que será de nós, não sou bruxo.
De uma coisa estou certo, a mudança de rumo e de protagonistas nos Açores é mais do que desejável e mais do que inevitável. O comodismo e o acomodamento do actual corpo dirigente regional clama por alterações de fundo na sua composição, alterações no seio dos protagonistas do poder e da oposição, urge lançar novas caras, novas ideias, novas vontades.
Ao contrário do que nos recorda Don Tomasi de Lampedusa em O Leopardo através das palavras do Príncipe de Salina. “É preciso que algo mude para quu tudo fique na mesma”, aqui é, de facto, urgente que mude muita coisa para que tudo seja bem diferente

18 de junho de 2010

Uma vergonha na morte de Saramago.

Raramente me leram ou ouviram atacando a instituição parlamentar, o coração da democracia e a nossa casa, onde estão os nossos directos representantes. As poucas vezes que o faço (como há dias no caso das viagens e do tribunal de contas) é por me entristecer pela forma como os Senhores Deputados se curvam ao politicamente correcto e cedem à tentação da politiquice. O nível baixou bastante, acho mesmo que alguns andam por lá convencidos que aquilo é a sede do partido e que o Povo é uma massa anónima e amorfa que apenas serve para lhes garantir, de quatro em quatro anos, um lugar bem pago.
Hoje os parlamentares voltaram a portar-se de forma a envergonhar não só quem os elege mas também quem lutou, no passado longinquo e no mais recente, pela instituição parlamentar regional. Há vezes que chego a sentir vergonha.
Se PSD, CDS e PPM não queriam aprovar o voto de pesar pela morte de Saramago, estavam no seu direito (em meu entender mal e Eu nem gosto do Saramago como pessoa e político). Mas e porque razão a esquerda não apresentou a levou a votação o seu texto mesmo para ser votado apenas por maioria? Falta de "tomates"? claro, de um lado e do outro. Ficaram todos mal no retrato. Todos sem excepção. Para adiar para a sessão de Julho mais vale não fazer nada, sempre pode passar despercebido. Segundo noticia a agência Lusa, "Na origem do problema esteve o teor do voto de pesar, redigido por Aníbal Pires, deputado regional do PCP,o que mereceu o reparo do PSD, CDS/PP e PPM, alegadamente por causa de uma referência à militância comunista de José Saramago." Ora se há coisa que não se deve esconder é precisamente esse facto de Saramago ser um comunista militante, ajuda a compreender as suas fraquezas.

15 de junho de 2010

A reboque da crise.

German chancellor Angela Merkel's centre-right coalition government looked to be close to collapse today, weakened by a string of disagreements and intense infighting over austerity cuts, policy reform and the departure of senior conservatives.
As medidas de autoridade adoptadas pelos governo europeus, ou por Bruxelas, ou pelo eixo franco-alemão, (é à vontade do freguês) estão a causar embaraços e incómodos por esse mundo fora. Na Alemanha parece que a Chanceler está a enfrentar algumas dificuldades para manter a coligação centro-direita. Nestes momentos há sempre quem tente sair do barco provocando o naufrágio e depois se comportar como um rebocador abutre.

14 de junho de 2010

Lição para tirar desta crise.



Sendo a América o mais capitalista dos estados parece-me óbvio que se os socialistas tivessem razão, a América seria, certamente, um excelente terreno para a propagação da “praga” socialista, para a demagogia das direitos do proletariado e para a castrante omnipresença do Estado Providência. Sendo a América essa coisa horrível que nos pintam as “esquerdalhas” europeias, não se percebe como o socialismo nunca vingou, nem sequer há um partido socialista com uma expressão significativa, o socialismo, na América, é mesmo insignificante e por isso ela é grande, livre, multicultural e multirracial como nenhuma Nação do Mundo consegue ser.

6 de junho de 2010

Porque hoje é 6 de Junho mas não só por isso.

Estávamos no Verão quente de 1975, o mote tinha sido dado e aos poucos, o país ia caminhando para a Liberdade que apenas se havia de conquistar em Novembro desse mesmo ano, a 25. Ia-se configurando o regime autonómico na esperança de uma autonomia Político-administrativa progressiva e tendente à Independência dos Açores assentes em aspirações económicas legítimas de um Povo que lutara pela sua dignidade durante séculos. As motivações económicas foram-se esbatendo com as transferências dos sucessivos orçamentos do Estado central e o sentir Açoriano foi-se redimindo ao calendário da barriga cheia. A lei de finanças regionais de 1995, qual mesada estabelecida pelo Pai de um filho que vai estudar para a metrópole, golpeia de morte as aspirações de alguns, dos mais orgulhosos e patriotas açorianos e dá alento às de outros, aos que preferem a vida fácil e dependente do poder central.
Hoje, o Estado falido grita pela solidariedade de Bona e de Paris, eixo que decide em Bruxelas. Porém, do lado de lá o tempo não está para solidariedade, está para cobrança.
Neste Verão morno de 2010 estamos longe dos ideais da democracia. Os Parlamentos são motivo de chacota, até os políticos e ex políticos se riem dos eleitos e de quem deriva ou derivou o seu próprio poder. Ou seja, até o regime, por demagogia ou ignorância, se ri de si próprio.
Melhores dias virão.

2 de junho de 2010

R.I.P.

Morreu Rosa Coutinho, deve estar mesmo, mesmo a tornar-se numa pessoa fantástica. Há vinte anos era um vilão, há 10 ninguém se lembrava que existira hoje será um heroi da pátria. Não sei quem é pior se ele se os hipócritas que hoje tecem os elogios fúnebres. Morreu um ser humano, tenho pena, mas isso não faz dele o que ele não foi.
Temos pena.
A esse respeito, convém ler a Raquel Vaz Pinto no 31 D'Armada

1 de junho de 2010

E a missa ainda nem chegou ao Pai Nosso.

"Governo diz-se surpreendido por desemprego de 10,8% "

Portugal parece um barco no meio duma tempestade.

"Há uns meses atrás, em nome da crise, o governo apresentou medidas excepcionais de apoio aos desempregados, incentivos e bonificações ao crédito às empresas, novos investimentos que gerariam emprego. Surpreendentemente, nos últimos dias, o mesmo governo anunciou o fim das medidas de combate à crise… em nome da própria crise "
Para ler na integra aqui

Arquivo do blogue