18 de junho de 2010

Uma vergonha na morte de Saramago.

Raramente me leram ou ouviram atacando a instituição parlamentar, o coração da democracia e a nossa casa, onde estão os nossos directos representantes. As poucas vezes que o faço (como há dias no caso das viagens e do tribunal de contas) é por me entristecer pela forma como os Senhores Deputados se curvam ao politicamente correcto e cedem à tentação da politiquice. O nível baixou bastante, acho mesmo que alguns andam por lá convencidos que aquilo é a sede do partido e que o Povo é uma massa anónima e amorfa que apenas serve para lhes garantir, de quatro em quatro anos, um lugar bem pago.
Hoje os parlamentares voltaram a portar-se de forma a envergonhar não só quem os elege mas também quem lutou, no passado longinquo e no mais recente, pela instituição parlamentar regional. Há vezes que chego a sentir vergonha.
Se PSD, CDS e PPM não queriam aprovar o voto de pesar pela morte de Saramago, estavam no seu direito (em meu entender mal e Eu nem gosto do Saramago como pessoa e político). Mas e porque razão a esquerda não apresentou a levou a votação o seu texto mesmo para ser votado apenas por maioria? Falta de "tomates"? claro, de um lado e do outro. Ficaram todos mal no retrato. Todos sem excepção. Para adiar para a sessão de Julho mais vale não fazer nada, sempre pode passar despercebido. Segundo noticia a agência Lusa, "Na origem do problema esteve o teor do voto de pesar, redigido por Aníbal Pires, deputado regional do PCP,o que mereceu o reparo do PSD, CDS/PP e PPM, alegadamente por causa de uma referência à militância comunista de José Saramago." Ora se há coisa que não se deve esconder é precisamente esse facto de Saramago ser um comunista militante, ajuda a compreender as suas fraquezas.

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