5 de abril de 2010

O Estado em Thomas Hobbes por breves palavras.


Thomas Hobbes, Wikipédia

Um dos meus companheiros dos últimos meses, Thomas Hobbes, nasceu há 422 anos. Apesar do seu radicalismo e do seu pensamento sobre o governo totalitário dos Homens está muito próximo do que seria necessário hoje. A realidade é que Hobbes está demasiado actual. Na verdade, a sua teoria sobre o Estado Natureza, como sendo um estado natural de guerra entre os Homens, o Homem lobo do Homem (homo homini lupus), é tão actual como era há cerca de 400 anos quando Hobbes escreveu o Leviatã.
Hobbes recorreu ao método dedutivo cartesiano para concluir sobre a necessidade de formação do Estado, como entidade forte e capaz de fazer os Homens abdicarem dos seus apetites individuais em prol do bem comum. Esse Estado, omnipotente e omnipresente, poderia ser personificado num homem ou numa assembleia de Homens.
Hobbes esforçou-se por pensar um modelo político em que a natureza humana é caracterizada de forma trágica, o Homem é incapaz de se governar se não se organizar politicamente. O desejo de sair desse estado natural de guerra, o cuidado com a vida boa, a vida mais satisfeita e a segurança individual, são os fundamentos para a construção de um poder superior capaz de, pela coerção, pelo medo do castigo, fazer respeitar as leis da natureza (justiça, equidade, modéstia) e capaz de contrariar as paixões naturais dos homens. Para o autor, não basta a existência de um pacto, ele precisa de ser consubstanciado num poder capaz de o fazer cumprir. Nas suas palavras, “pactos sem a espada não passam de palavras”, folhas de papel pintadas com tinta.

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