A política cultural seguida nos Açores é distintamente de esquerda, quer pelo carácter actual e cosmopolita, quer pela "protecção" dos seus Arquivos (e tradições), quer ainda pela abertura à investigação, a par da sua contextualizada difusão. Não obstante, devemos promover o conhecimento, de forma mais ou menos lúdica, bem como, estabelecer uma relação mais estreita com a ciência e as novas formas de tecnologia, de modo a que se estabeleçam cumplicidades e a transferência de conhecimento entre áreas distintas (inspirado parcialmente em António Pinto Ribeiro, "À Procura da Escala", Ed. Cotovia, 2009).
Eu sei que ando atrasado alguns dias. Contudo não posso deixar de me referir a esta pérola do Alexandre Pascoal.
Caríssimo Alexandre, é precisamente por causa dessas prespectivas maniqueistas que a cultura Açoriana está no lastimável estado em que está. Talvez, se assim o entendes, é precisamente por ser de esquerda que essa política, ao longo dos anos, deu o deplorável resultado que deu. Politicas culturais socialistas e paternalistas no tempo dos governos do PSD e do comunismo católico do Dr. Mota Amaral, politicas igualmente socialistas e paternalistas no tempo do socialismo agnóstico de Cesar & Ciª ldª
Já agora, essas bolsas que enalteces, são de um miserabilismo tal que até mete nojo. Gostava bem de ver se fosse uma medida de outro partido e tu fosses ainda um simples promotor cultural. O que não dirias, para além do que escreverias.
Por mim não havia nem bolsas nem sequer subsidios. A criação artistica e cultural tem que, de uma vez por todas, deixar de ser um negócio, uma espécie de RSI para intelectuais.
Criar, seja nas artes plásticas, na música ou na literatura é um processo egoista e tem que continuar a ser, sob pena da virmos a assistir a uma globalização da cultura.
Ao contrário do que a maioria dos pseudo cosmopolitas que vós (pseuso intelectuais de erquerda) sois, Eu acho que deve haver uma música açoriana, uma literatura açoriana, uma pintura açoriana e que isto não seja uma espécie de segunda edição da visão neo-darwinista de Vitorino Nemésio. Não é a Ilha a lava e a gaivota que determinam a minha escrita, sou eu que o faço, sem determinismos históricos ou geográficos mas sem renegar a origem do meu saber. Sem peias, sem subsidios, livre de ser e pensar, livre de expressar o meu sentir.
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