Vantagens comparativas.

Essa lucida criatura que dá pelo nome de José Medeiros Ferreira a quem eu, carinhosamente, chamo apenas por Medeiros, é, tal como os certificados de aforro, um produto bom produto do salazarismo,
O Medeiros, como já aqui disse, tem a vantagem comparativa de ver melhor do que o comum mortal. Isso mesmo fica bem claro na sua crónica de hoje no Correio da manhã.

"Os pequenos aforradores deviam ser acarinhados como o lince da Malcata. Eles são indispensáveis ao bom ambiente económico: não contribuem para o aumento da inflação, evitam o sobreendividamento das famílias e não lhes sorri disputar os favores fiscais do offshore.

Até aqui compravam, confiados, os certificados de aforro, essa pacata herança do salazarismo financeiro que este Governo do rigor monetário agora renega. Amanhã irão depositar o que resta na caderneta em produtos bolsistas da Banca com tanta gente escaldada na fogueira do ‘papel’ queimado por esses índices fora? Não creio. Vão, sim, engrossar a fila dos consumidores de carros, consolas, electrodomésticos e viagens ao estrangeiro. O Tesouro pagará menos juros de dívida pública mas o País perderá nos ‘invisíveis’ factores de confiança. A cegueira é assim."