14 de julho de 2020

O Bolo-rei


Portugal está à beira da maior recessão de que há memória.  Todos clamam do estado mais e mais, os profissionais de saúde reclamam, justamente, mais rendimento pelo esforço que tiveram que fazer durante a primeira vaga (já passou?) pandémica; a guarda e a polícia idem, os professores que trabalharam demasiado em casa, os sindicatos dos funcionários públicos e da administração local, das finanças e os da banca, os da ferrovia e os dos transportes públicos, os da estiva e dos aeroportos, que vão vir a terreiro por mais e melhores condições, mas isso haverá de ser lá para a rentrée política que até lá somos todos "tontinhos". Todos merecemos mais e muito mais do que aquilo que nos podem dar os cofres do Estado. Esquecemos porém que mais do que exigir deveríamos estar preocupados com a forma como vamos pagar esta fatura apesar de nos terem prometido o fim da austeridade. A fatura dos desmandos dos governos de lá e de cá vai ser paga em sede do orçamento de estado de 2022, depois das Regionais e das Autárquicas serem ganhas pelo Partido Socialista. Andamos todos à procura do brinde num bolo-rei que só tem favas.

In jornal Açoriano Oriental, edição de 14 de Julho de 2020

Sem comentários:

Arquivo do blogue