31 de maio de 2019
23 de maio de 2019
17 de maio de 2019
13 de maio de 2019
Tempos difíceis para Homens Livres.
“O Homem é propenso à dominação; atacamos os direitos dos
Reis absolutos e, em geral, todos desejamos ter o poder brutal do Czar da
Rússia” acabo de transcrever um parágrafo da obra Casaca Azul, que visitei já vão longe os anos 80 do século XX numa
caserna mofenta do também saudoso e
desaparecido Esquadrão de Lanceiros de Ponta Delgada enquanto cumpria o Serviço
Militar obrigatório. A obra autobiográfica de Henrique Escrich - novelista
Valenciano que viveu e morreu e se eternizou em Madrid na segunda metade do século
XIX – é constituída por um conjunto de novelas que se aproximam de ensaios de
filosofia social e politica. Perez Escrich vaticinava assim a revolução
bolchevique que viria a ocorrer 25 anos após a sua morte bem como previa o resultado
da mesma, mais absolutismo exercido por gente diferente que apenas ambicionava
os poderes de Nicolau Terceiro na senda de Pedro o Grande.
Na verdade, todos os processos revolucionários do século XX
redundaram na instalação de novos regimes autoritários e sanguinários, mudaram os
déspotas mas os métodos não. A Revolução Russa redundou num processo
sanguinário e numa das mais duras autocracias de toda a história da Humanidade.
A pretexto do assassinato de Serguei Kirov, Estaline desencadeou a partir de
1934 uma purga, a Grande Purga, que eliminou cerca de dois terços dos quadros
do próprio Partido Comunista Soviético e cerca de cinco mil oficiais do exército
vermelho considerados opositores do regime, ao todo José Estaline liquidou mais
russos do que Hitler executou judeus e isso tudo foi só há menos de um século.
As revoluções hispano-americanas produziram ditadores, à
esquerda e à direita, que fizeram de povos livres e ricos, legiões de escravos
famintos enquanto os seus lideres e herdeiros, ainda hoje, se passeiam pelos
corredores perfumados e alcatifados das instâncias internacionais ofendendo os verdadeiros
bastiões das liberdades como se, esses sim, fossem as forças perniciosas.
Em África as coisas não se passaram de maneira diferente,
basta olharmos o nosso processo de descolonização e os seus produtos mais
diretos como Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos isso para nos determos
apenas na maior e mais poderosa das nossas ex-colónias.
Hoje, por cá, neste
amontoado de “umbiguismos” reféns de falta de horizontes, vivemos, ou
sobrevivemos entretidos a empobrecermos, navegando num outro tipo de absolutismo. O garrote sobre o verbo, sobre a liberdade de
expressão e sobre as mais básicas liberdades individuais deixou de ser feito
com recurso a prisões e leis especificas da censura e passou a ser exercido com
jeito e malicia pelas forças ocultas do estado omnipotente e omnipresente, do
“regulamentozinho”, da “portariazinha” muitas vezes feita com interesses
enviesados e outras tantas com justificações
ad hominem que provocam a pior
das reações, a autocensura que é bem pior do que a propriamente dita ação do
lápis azul. A nova tortura é a exclusão
e a fome e aos novos revolucionários não os espera um heroico regresso num
qualquer comboio da liberdade mas só e apenas a emigração como espécie de
exilio por convite sem direito a bilhete de regresso.
In Jornal Diário dos Açores, edição de 12 de Maio de 2019.
10 de maio de 2019
8 de maio de 2019
Campeões, somos campeões da pobreza.
Coisas que ando a dizer há anos que são as realmente importantes e para as
quais parece não haver estratégia possível.
Entra programa, sai programa e o rumo não se altera.
A região onde se fala de conquistar o espaço e se vive entre
"parangonas" como coesão; sustentabilidade; mobilidade elétrica que
não passam de papas e bolos para enganar
os tolos. Onde se retira aos impostos dos remediados para entregar aos ricos e
se lhe chama investimento que vai criar
empregos mal remunerados para os filhos
dos remediados serem novos pobres. Onde sob o signo estruturante de reformar os
transportes marítimos, se mantém uma mão cheia de "petxenos" a andarem
a fumar "ganzas" de ilha em ilha; Onde 250 milhões de passivo acumulado
na SATA serviu para proporcionar férias baratas à classe média
alta e aos estrangeiros e mais um rol de coisas inúteis que eu aqui podia
elencar. Tudo isso contribuiu para que os Açores continue sendo uma região, com autonomia
politica e administrativa, onde não se consegue erradicar a pobreza e onde os
que vivem melhor passam todo o seu tempo a invejar a vida dos que vivem pior. Uma
Região onde, vamos cantando e rindo como o "porco na fila para o
matadouro".
Factos são factos.
Eu não sou adepto de Keynes mas admito que o "Keynesianismo" funciona, tal como funcionou
nos governos de Mota Amaral, mas é muito importante saber onde e como
distribuir essa riqueza e despejar os milhões por forma a que eles se
reproduzam. Infelizmente pouca gente daquela que nos governa conhece a
realidade das nossas ilhas sem ser a partir dos gabinetes, se a conhecessem
talvez pensassem como eu, talvez se preocupassem mais com quem mais precisa e talvez
redirecionassem o investimento para coisas diferentes daquelas para onde estão direcionados.
6 de maio de 2019
Pder podia...
….
mas não era a mesma coisa. O Partido Popular de Pablo Casado sofreu a maior
derrota de sempre na sua história e uma das mais pesadas derrotas que um
partido politico alguma vez já sentiu na nossa vizinha e grandiosa Espanha.
Pablo Casado é, talvez, o menos culpado dessa derrota. Aos seus antecessores e
aos sucessivos escândalos de corrupção se deve o cartão vermelho do eleitorado,
o único juiz que se admite em política, o Povo. Espanha está assim a viver dias
de “limpeza” da sua classe acomodada aos cantos do poder e aos corredores de
passadeira grená. À esquerda a limpeza não foi menos importante e menos
esclarecedora. A coligação liderada por Pablo Iglésias, um profissional da política
com discurso anti político, perdeu mais de um milhão de votos e 31 Deputados,
confirmando que o eleitorado não embarca nos populismos de esquerda ou de
direita com a facilidade com que esses “reinventores” da política julgam. Podemos, Izquierda Unida e Equo, vão assim, em coligação, mais diminuídos para a eleições europeias do
próximo dia 26.
In Jornal Açoriano Oriental edição de 20 de Abril de 2019
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