Ouvi
atentamente o discurso de Vasco Cordeiro na já tradicional “homilia dos Reis”
com especial enfase nos assuntos e “desafios aliciantes” que se nos serão
colocados no decurso deste ano da graça de 2019.
A
mensagem não poderia deixar de ser de esperança, incentivo e até mesmo de
desafio. Na verdade compete ao chefe de governo definir objetivos e apontar
caminhos mas também desafiar os seus concidadãos a contribuírem efusiva e
entusiasticamente para esse desiderato. A frase “Não
perguntes o que a tua pátria pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer
por ela”, atribuída a John
F.Kennedy, é hoje tão premente como era em 1963 quando ele supostamente, a
proferiu. Na verdade, esse é o grande desafio da contemporaneidade, sermos
capazes de construir a nossa pátria, no sentido de polis, mais forte, mais sustentável, mais
comunitária, mais solidária, sem estarmos permanentemente à espera que do
estado venha qualquer tipo de retorno que não seja uma vida melhor para todos
ou seja o bem comum.
Também o Presidente da
Republica, o omnipresente e omnisciente Marcelo Rebelo de Sousa, ousou desafiar
os Portugueses a serem melhores cidadãos, a votarem mais, a participarem mais
na vida pública e a debaterem mais os que é importante “com liberdade”, Esse é, talvez, o desafio mais importante que
a nossa sociedade tem que ultrapassar a curto prazo, o desafio de vencer medos
atávicos; o desafio de vencer a barreira da sombra do agente da PIDE que há em
cada português.
A qualidade, ou falta
dela, da democracia em Portugal deixa ainda sérias dúvidas ao cidadão mais
atento. Os sucessivos e transversais casos de corrupção, abuso de poder,
nepotismo, carreirismo politico e
plutocracia ensombram as nossas instituições e descredibilizam as suas ações
mesmo quando essas se enchem de bonomia .
Esses
discursos de estadista são tentativas de animar, entusiasmar e reconfortar os
concidadãos. Acontece porém que já ninguém se anima com tais palavras e
conversas fiadas que depois têm como resultado mais do mesmo e mais forte,
porque, como digo comummente, os resultados só mudam se mudarem as práticas,
caso contrário tudo fica na mesma.
Tenham
todos um ótimo 2019 que eu estarei aqui, aos Domingos, para ir lançando, ou
pelo menos tentando, umas pedradas nesse charco de águas mansas que se
transformou a vida pública portuguesa com especial ênfase nos Açores.
Ponta
Delgada, 11 de Janeiro de 2019
1 comentário:
E então Nuno, os argumentos contra a proposta do BE?
abr
z
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