Sim para ti Micas. Gosto de te chamar assim, sei que os outros te chamam Maria de Deus mas eu que, comecei por chamar-te tia, rapidamente adoptei o carinhoso Micas. Sei que tu gostas.
Quando, ontem, subia a “Fajãzinha” e me lembrei que tinha esquecido a providencial garrafa de água, olhei para trás e vi a Baía em toda a sua beleza. Descansei, sabia que estavas ali comigo, subindo sem poderes cada degrau de pedra, vencendo cada quartel de vinha. Uns mais abandonados do que outros mas, quase todos, abandonados.
Parei um pouco. Parei para falar contigo sem ser interrompido pela minha própria respiração ofegante.
Levei a Nikon ao olho esquerdo e carreguei no obturador. Fez o barulho daquele teu “chiuuuuuuuuuuuuu que beleza” que sempre fazes quando vês uma das minhas fotografias da nossa Baia de São Lourenço. Continuas a vê-las? Sei que sim, estejas onde estiveres, sei que sim. É por ti que percorro as veredas á procura de uma nova visão. Sei que está aí, a olhar para mim, estarás num sítio qualquer onde olhas por mim e pelos teus que também são os meus.
A minha fé nem sempre tem sido tão hercúlea como a tua, vai-se fazendo. Mas, hoje, sei que a tua “fé inoxidável” te levou para um lugar sentada ao lado de Deus, ao seu lado direito, ao lado do filho dele e de outros filhos de outros tantos deuses, maiores ou menores, que se foram libertando da lei da morte. Um dia vou estar aí, espera por mim, perseverantemente como sempre estiveste ao nosso lado, ensinando-nos que era assim que a vida tinha que ser vivida, intensamente e um dia atrás de cada outro dia.
Naquele dia em que te acompanhei à última morada terrena apeteceu-me dizer umas palavras. Um epitáfio. Não fui capaz. Nunca seria capaz de fazer aquilo. Para mim estás sempre aqui, ao pé, de pé, hora após hora, dias após dia, para ti não há morte, há outra vida apenas.
Estes dias em São Lourenço, os primeiros sem a tua companhia física, são muito difíceis para todos nós. Este é o nosso cantinho, o cantinho pelo qual nos apaixonamos um dia e nunca mais deixamos de frequentar.
Olha sempre por mim.
Quando, ontem, subia a “Fajãzinha” e me lembrei que tinha esquecido a providencial garrafa de água, olhei para trás e vi a Baía em toda a sua beleza. Descansei, sabia que estavas ali comigo, subindo sem poderes cada degrau de pedra, vencendo cada quartel de vinha. Uns mais abandonados do que outros mas, quase todos, abandonados.
Parei um pouco. Parei para falar contigo sem ser interrompido pela minha própria respiração ofegante.
Levei a Nikon ao olho esquerdo e carreguei no obturador. Fez o barulho daquele teu “chiuuuuuuuuuuuuu que beleza” que sempre fazes quando vês uma das minhas fotografias da nossa Baia de São Lourenço. Continuas a vê-las? Sei que sim, estejas onde estiveres, sei que sim. É por ti que percorro as veredas á procura de uma nova visão. Sei que está aí, a olhar para mim, estarás num sítio qualquer onde olhas por mim e pelos teus que também são os meus.
A minha fé nem sempre tem sido tão hercúlea como a tua, vai-se fazendo. Mas, hoje, sei que a tua “fé inoxidável” te levou para um lugar sentada ao lado de Deus, ao seu lado direito, ao lado do filho dele e de outros filhos de outros tantos deuses, maiores ou menores, que se foram libertando da lei da morte. Um dia vou estar aí, espera por mim, perseverantemente como sempre estiveste ao nosso lado, ensinando-nos que era assim que a vida tinha que ser vivida, intensamente e um dia atrás de cada outro dia.
Naquele dia em que te acompanhei à última morada terrena apeteceu-me dizer umas palavras. Um epitáfio. Não fui capaz. Nunca seria capaz de fazer aquilo. Para mim estás sempre aqui, ao pé, de pé, hora após hora, dias após dia, para ti não há morte, há outra vida apenas.
Estes dias em São Lourenço, os primeiros sem a tua companhia física, são muito difíceis para todos nós. Este é o nosso cantinho, o cantinho pelo qual nos apaixonamos um dia e nunca mais deixamos de frequentar.
Olha sempre por mim.
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