O desequilíbrio das contas públicas atingiu, em Portugal, níveis que nunca tinham sido conhecidos. Tudo isto, apesar do Sr. Primeiro-ministro, se achar o melhor e o mais competente individuo à face da terrinha para combater o chamado défice orçamental.
Este resultado era prognosticável e foi previsto aqui neste blogue e em pelo menos mais meia dúzia de blogues que se dedicam a pensar um pouco e que defenderam a redução da despesa em lugar do aumento da receita e o abaixamento de impostos como forma de aquecer a economia e aumentar por essa via a receita fiscal.O super Ministro Teixeira dos Santos reconheceu isso mesmo na passada semana, com 4 anos e meio de atraso, razão tem João Jardim quando o chama de incompetente.
A gestão das finanças públicas é assunto complexo, é por isso que existem mestrados e doutoramentos. Mas, há coisas simples de se perceber. Por exemplo se o estado for gerido como uma mercearia de bairro (e é assim que tudo se gere até certo ponto) e se fizermos essas analogias com rigor, todos seremos capazes de perceber o que falhou no sistema fiscal português e que levou o Estado à falência técnica e levará à falência de facto se nada for feito para alterar esse estado de coisas.
O sr. José da Mercearia aqui do canto (Estado/Finanças e economia) perdeu três clientes. O sr. Joaquim do 5º esquerdo (micro, pequenas e médias empresas em dificuldades que deixaram de pagar impostos) que foi para a terra, a dona Eulália do 2º direito (grandes empresas do sector imobiliário vitimas da sua própria especulação que viram os lucros tributáveis reduzidos) foi “pra jasus” e o Sr. Manuel do 6º direito (deslocalizações) foi para França ter com a filha que lhe faz o almoço mais barato do que a prima do 4º esquerdo que também perdeu assim um cliente.
Como o Bairro está velho e não há garantias de ser rejuvenescido, a falta desse mercado não se regenerou. O Sr. José viu, assim, a sua receita diminuir. Contudo, não conseguiu reduzir os seus custos fixos, água, electricidade, ordenados, renda do imóvel, tudo aumentou inclusive o ordenado dele e dos seus afilhados que trabalho ao balcão.
O sr. José, perante a impossibilidade de fazer face à despesa com a receita que tinha, em vez de fazer promoções e dinamizar o negócio para atrair mais clientes (choque fiscal) e afugentar os vendedores ambulantes clandestinos (combate à fraude e evasão fiscais), fez o que lhe pareceu mais fácil. Aumentou os preços, pressionou os seus clientes a pagar a pronto, logo e já e com juros altos aplicados sem dó nem piedade aos que se atrasavam e não contente ainda foi-se enganando, propositadamente ou por incompetência, na cobrança das dividas a uns e a outros(notificação e cobrança de dividas fiscais indevidas com inversão do ónus da prova). Não contente, declarou “guerra” aos clientes que melhor podiam pagar e que lhe iam aguentando a tasca aberta, médicos, engenheiros, arquitectos, advogados e outros trabalhadores independentes foram de tal ordem perseguidos pelo Sr. João que deixaram de trabalhar para lhe sustentar a casa em Sesimbra e o Mercedes à porta do apartamento de Benfica (TGV, novo aeroporto e outras obras de regime).
Fanfarrão, o Sr. José, embora sabendo que o negócio ia de mal a pior, continuou a dizer que tudo ia no bom caminho e sobre rodas, afugentando ainda mais clientes descrentes com a publicidade enganosa do sr. José. Até ao dia em que a verdade se começou a saber e toda a clientela ficou conhecedora que o Sr. José estava à beira da falência. Empanque, do alto da sua arrogância, o José, agora já sem o Sr. antes que já ninguém lhe reconhece direito ao respeito, continua a dizer que a loja está falida mas que ainda está para nascer quem seja capaz de a gerir melhor do que ele.
A braços com uma acção de despejo por falta de pagamento das rendas (promessas eleitorais) o José todos os dias telefona aos senhorios (eleitores) a fazer mais uma promessa, promessas sem garantia, claro.