31 de dezembro de 2006
Balanço literário
Free World de Timothy Garton Ash de onde sobresái a pergunta deixada no ar pelo autor: Durante quanto tempo mais pode o planeta Terra sustentar cada vez mais seres humanos que consomem cada vex mais comida, água e energia?
Percurso Solitário de Augusto Ataíde, um ajuste de contas com o seu Paí , estava à espera de mais, surpreende apenas pela escrita e pela confirmação de que a vingança se serve, sempre, gelada.
O Fim do Petróleo-O grande desafio do século XXI de James Howard Kunstler, um livro imperdivel para quem pretenda compreender os desafios energéticos deste inicio de século e as relações do Homem com o planeta em que habita. Complementa Free World, na minha opinião , claro.
Não foi um livro lançado este ano mas foi o melhor livro que li a longo de 2006. "A Campanha do Argus-Uma viagem na pesca do bacalhau" de Alan Villiers. Levado à estampa pela Cavalo de Ferro em Maio de 2005 com o patrocínio da Câmara Municipal de Ílhavo, numa segunda edição cinquenta anos depois da primeira. Uma excelente encadernação e agradável porte (isso para mim é importante num livro) e uma escrita sóbria e limpa, este livro é já "um clássico da literatura marítima mundial".
Na verdade, já havia comprado um original em Inglês, ?The quest of the schooner Argus-A voyage to the banks of Greenland?, nunca o lera.
No Museu Marítimo de Ílhavo já havia apreciado fotografias e um modelo à escala desse belíssimo lugre de quatro mastros em casco de aço, construído na Holanda e armado, pela primeira vez, pela família Bensaúde o que me despertou algum interesse.
Sem perder de vista o livro mas com outras prioridades, fui adiando a sua leitura até que o meu primo Pedro Albergaria, sabendo da minha paixão pela pesca industrial e pela história, me emprestou o seu exemplar em português e insistiu para que o lesse. Li-o de uma assentada, reli-o, coisa que raramente faço com um livro.
O Argus será, porventura, o mais conhecido navio português da pesca do bacalhau graças às crónicas desse oficial da marinha Australiana que dava pelo nome de Alan Villiers a quem chamou de Queen Elizabeth da frota bacalhoeira portuguesa.
30 de dezembro de 2006
Dias que não são dias
Queria ele lá saber da algazarra que se ouvia dentro das casas. Que coisas teria o menino feito no presépio? Que tropelias? Que boas-novas teria trazido para que todos aqueles meninos estivessem tão eufóricos? Eram os mesmos meninos, que durante o resto do ano, saíam de casa embrulhados em casacos de feltro de marca registada e com mochilas da barbie e do action man, carregadas de livros, às costas. Eram depositados nas escolas assim como quem deixa um cão no canil municipal e vai de férias. Eram os meninos felizes de hoje os mesmos meninos infelizes dos outros dias todos do ano.
Entre o saco das quimeras e o cesto das esperanças havia um corpo franzino habituado ao frio e à chuva. As mãos gretadas do sal da água da mar e os lábios roxos do frio. Viu ao longe um estábulo e lembrou-se daquela imagem do menino deitado nas palhas aquecido pelo bafo da vaca e do burro. Correu para lá, gritou ante portas de madeira velha e trancas de aço, mas lá de dentro nada. Rodopiou e viu luz por uma janela. Trepou pelas paredes lisas de um armazém até chegar a uma pequena janela que parecia a de uma prisão. Lá dentro, nem palhas, nem pastores nem burros. Só vacas, frias, ou melhor gélidas, vacas não, máquinas de fazer leite. Nem as vacas são já como eram., estão a tornar-se mais humanas, ou seja menos livres. Que raio de humanismo é este que nos faz cativos? Que raio de inteligência nos deram que a usamos para nos fazermos escravos de tudo e de qualquer coisa?
Por estes dias, toda a gente festeja qualquer coisa, poucos festejam o nascimento de Jesus de Nazaré.
Deixou-se cair da janela com grades e seguiu o seu caminho que os dias não estão para perder tempo com coisas inúteis. Havia de chegar a casa ainda antes da meia-noite. Naquele dia, rebentaram bombas em Bagdad, morreram dezenas de homens, mulheres e crianças na faixa de Gaza, há inocentes a passar fome, a morrerem de fome, no Biafra, Darfur, aqui ao lado. Hei-de ter um naco de pão de milho com manteiga e açúcar.
Socialismo? Sim, mas poquinho sff
Nada justifica a morte.
Sempre defendi a invasão do Iraque mas apenas com o objectivo de destronar o ditador e promover a democracia, não como uma guerra santa ou comercial.
Mesmo querendo acreditar que Saddam Hussein foi julgado justamente e condenado por um tribunal isento e é preciso fazer um esforço muito grande para acreditar nisso, a comunidade internacional, a ONU do agora idolatrado quase ex-Secretário Geral Kofi Annan, enfim a gente toda, devia ter sido mais consequente nas transitivas de evitar a execução do ditador de Bagdad
Mesmo sendo um ditador sanguinário é sempre de lamentar a morte de um ser humano, a vida humana é para ser salvaguardada e inviolável. Há, no mundo inteiro, milhões de pessoas a lutar ferozmente pela vida, não temos o direito de acabar, voluntáriamente, com uma que seja, por pior que seja o individuo por mais convicentes que sejam as razões aduzidas.
Post para ontem 29 de Dezembro
29 de dezembro de 2006
Balanço simplificado
Do ponto de vista empresarial, venha um melhor do que este, com menos engulhos e com menos gente incompetente e arrogante de permeio. Há o balanço da blogosfera, 2006 foi um ano de miséria, bem somados temos alguns seis meses de hibernação.
Dei por mim o ano chegou ao fim e lembrei-me que, não vou ao Coliseu Micaelense desde que a MUU nos trouxe ao palco o Aldo Lima. Não entro no Teatro Micaelense desde o Seu Jorge. Portanto, o balanço cultural é de um número com muitos zeros na conta do deve e quase nada no haver.Nada mesmo.
Vem, então, o balanço da família. Esse é de grande mais valia. Depois de um final de 2005 atribulado, 2006, com alguns sustos de premeio, foi de grandes alegrias a ver o Salvador resistir a tudo para manter-se vivo e a crescer no meio das irmãs como um menino Jesus adorado nas palhinhas. Sem dúvida, o rapaz foi a melhor coisa que nos aconteceu neste 2006.
Ia a fazer um balanço literário, mas fica para outras "postas" que esta já vai longa e a malta não está para a blogosfera. Nestes dias a malta é mais cargas etílicas e bolos.
28 de dezembro de 2006
O Português de todos os tempos.
D. João Segundo, O Principe Perfeito ;
Marquês de Pombal, Primeiro-ministro do Rei D. José I ;
Oliveira Salazar, ele mesmo.
27 de dezembro de 2006
Já em 1998 foi assim.
Tudo isto se teria poupado se os Senhores Deputados, no pleno gozo dos seus direitos e na plena assunção dos seus deveres de representantes do seu povo, tivessem tido a coragem de mudar a lei no Parlamento. Como era previsível que a lei não passasse, apesar da maioria de esquerda do hemiciclo, vai dai e toca a referendar a ver se pega, pode ser que os Portugueses se mobilizem desta vez.
Remexer no baú
Entretanto o planeta aqueceu, está um frio de raxar e a malta está a preparar-se para mais um referendo sobre a legalização do aborto, opsssss! Desculpem, sobre a despenalização, até ás 10 semanas, da interrupção voluntária da gravidez como há 8 anos e como será daqui a mais 8.
26 de dezembro de 2006
Um viva a Portugal. (irónico)
Haja pachorra.
Claro que a banca não brinca aos países e está a trabalhar, embora a meio gás. Talvez, esses pequenos gestos, ajudem a compreender porque razão a eficiência do sector bancário seja bem diferente dos restantes sectores da economia portuguesa. Talvez, essas pequenas paragens, no ritmo de trabalho, expliquem o estado de pobreza em que nos encontramos. Talvez, que eu não sou nem economista nem aprendiz de tal oficio.
25 de dezembro de 2006
Natal 2006
Há anos que passo esta quadra na minha Ilha de adopção, Santa Maria. Aas flores de Aloe Vera são umas das marcas desta época do ano na Ilha de Gonçalo velho. Como diz o poeta:
"Foi barro de Almagreira
que moldou anossa sorte.
Essa sorte marinheira
entre o mar e o vento norte".
24 de dezembro de 2006
Poema panfletário
(sobre "Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto",
de David Mourão-Ferreira)
Vai morrer esta noite à meia-noite e tonto
de tanto olhar nas montras a ovelha lírica
os burros de neónio sob o céu postiço.
Vai morrer esta noite à meia-noite e tanto.
E nem a vaca psicadélica fará
do seu bafo o sopro que ressurge o barro,
o pó, na forma com que os dedos o modelam.
Vai morrer esta noite à meia-noite, enquanto
o seu duplo robótico ergue a perninha
à distância comandada e molha as palhas,
e os sinos de belém bimbalham jingle bells
o berloque a preço de fim-de-estação
o detergente do sovaco a passa o penso
rápido ou outro os candies o cabaz
as laranjas que já foram da lapinha
e agora se alaparam no rumor dos dias
e mais não trazem do que o sabor a plástico
? que essa coisa do "gosto no pão do povo"
deu uvas no verso de um poeta novo
até aos dentes de trincar nozes de fogo.
Vai morrer esta noite à meia-noite. E pronto !
E um pai natal de gravata e accent do sul
ou regional virá nos feixes, sobre as ondas
anunciar a boa-nova a estes tempos:
o fontanário as fitinhas os quilómetros
de asfalto o coreto os milhões do PIB
as siglas várias da pedincha natural
? em suma, os Fahrenheit que medem o sucesso.
E os Anjos Adjuntos e mesmo os Sem Pasta,
no beija-bota que assegura a eternidade
terrena, entoarão em coro o estribilho:
"Glória ao Senhor na terra, paz a deus na lonjura".
Urbano Bettencourt/Natal de 93
23 de dezembro de 2006
De volta por quanto tempo?
A minha filha Marta voltou ás suas escritas no seu Moranguito. Vamos a ver se é desta que te esmeras mais um pouco .
22 de dezembro de 2006
Lá se foram as minhas esperanças
De acordo com a agência Lusa, trata-se de uma derrogação ou moratória de dois anos à livre circulação/estabelecimento em Portugal de trabalhadores dos dois novos Estados-membros da União. Estimativas apontam para a existência, em Portugal, de 60 a 80 mil residentes romenos.
O espirito de Natal
21 de dezembro de 2006
Os pesos e as medidas da esquerdalha.
Será que eurodeputada Ana Gomes já tem a garrafa de champanhe preparada para o dia da morte do ditador Cubano? Eu cá não festejo a morte de ninguém, mesmo que seja um ditador sanguinário como Fidel Castro, afinal sou um humanista, não sou Socialista do tipo da Ana Gomes.
20 de dezembro de 2006
Democratas mas...pouco...muito pouco
Mais uma...
Sim Senhor Presidente do Conselho
19 de dezembro de 2006
Pergunta impertinente
Coisas dos dias de hoje.
Agora sim...
18 de dezembro de 2006
Estão quase por cá
Uma dessas empresas de consultoria, sub contratou, para o processo dos 4 navios do Governo Regional, uma outra empresa com sede num off-shore.
Entretanto a empresa de navegação do triângulo, continua à procura de um navio para substituir o Bahia de Málaga, o assessor de imprensa de Duarte Ponte deixou o caso e o Sr. Secretário continua confiante, mesmo depois de tanto fiasco.
16 de dezembro de 2006
O Governo que governe sff
Se são verdadeiramente independentes, os Governos não cumprem as suas sugestões e acabam perdendo razão de ser. Se são bajuladoras e subservientes aos poderes, então não são independentes e não servem para coisíssima alguma.
Haja coragem de acabar com essa plêiade de farsas e cada Director Geral, cada Secretário de Estado, cada Ministro, cada Primeiro-ministro que tenha a coragem de tomar decisões a arcar com as consequências das suas decisões.
Em suma, o Governo que desempenhe as funções que a constituição lhe atribui e não delegue por aí as suas responsabilidades.
Até pode ser legal mas...
15 de dezembro de 2006
Dudidosa seriedade
13 de dezembro de 2006
"Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és"
Ia dizer-lhe isso mesmo ontem ao almoço, quis repetir hoje de manhã. Contudo, achei que poderia parecer elogio fácil. Fazê-lo publicamente desfaz qualquer dúvida que pudesse acinzentar a cabeça de um Homem que conheci no combate politico-parlamentar.
Fiquei satisfeito por saber que é candidato ao secretariado de Ilha do PS, sempre vale mais ter gente boa, mesmo do outro lado da trincheira, do que ter, apenas, da chamada "má moeda".
Não gostei! Não gostei nada mesmo de ver Vasco Cordeiro ceder ao "aparatchik" e fazer-se rodear dos secretários coordenadores concelhios. Não gostei, especialmente pela forma como ficou acompanhado a sul da Ilha, já que a Norte as coisas ficaram bem melhores.
Vantagens comparativas
11 de dezembro de 2006
A União Europeia...
"Mundinho de merda"
10 de dezembro de 2006
Que pena...
9 de dezembro de 2006
Coisas realmente muito importantes.
Neste estudo foi olvidada a questão do baixissimo valor das rendas agricolas. É um escândalo que ainda não se tenha mexido na lei do arrendamento rural, uma lei com 20 anos e cujos valores estão congelados há 2. O valor das rendas representa 7% do total dos custos das explorações agricolas. Estamos perante um absurdo já que essa mesma pastagem representa, na Região, cerca de 60% da alimentação das vacas leiteiras.
A manutenção teimosa de uma lei tão absurda leva a que a mesmoa raramente seja cumprida. O aumento do valor das rendas, tem a vantagem de animar o mercado do arrendamento, já que na presente situação, os proprietários evitam, ao máximo, os arendamentos, recorrendo à venda, ilicita, de "cortes" ou à produção de forragens para posterior venda.
Nunca se fez nos Açores, em especial em São Miguel, um debate sério e construtivo sobre o arrendamento rural, não será com este Secretário que se irá fazer, trata-se de um politico sem lastro para as funções que está a desempenhar.
8 de dezembro de 2006
Britains Ltd - Made in England Farm Toys
Quando se pertence a uma geração anterior aos cereais Chocapic e dos Game Boy ha coisas que nunca mais se esquecem.
Foram anos de brincadeiras, com amigos e vizinhos e a poupar cada um dos meus brinquedos que a vida nesses tempos não era para graças.
Com o nascimento do Salvador resolvi abrir as caixas onde estavam guardados há mais de 20 anos. As trocas de conversas com um coleccionador inglês deram-me a saber que possuo algumas peças raras como por exemplo este
trator Massey Fergusos 135 de 1969, ou esta menina alimentando dois potros de 1970 ou ainda, estes dois Ford 6600 de 1971 e estes dois LWB Land Rover também de 1970 e que, infelizmente, perderam as suas capotas de lona.
7 de dezembro de 2006
Pois se...
... continuais com a possibilidade de gozar mais um fim-de-semana com prolongamento, ide em frente que eu, em semana do Rei Goraz, não tenho outro remédio que não seja trabalhar.
PS: O Secretário da Agricultura Florestas e Estradas que dão jeitos aos amigos já se demitiu?
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