Durante anos, nos Açores, não foi uma estratégia de desenvolvimento sustentado que condicionou o investimento no sector agrícola, foi a lógica de manter as «barriguinhas» cheias e logo manter o "povão" calmamente a viver na sua silenciosa pobreza. Panem et circenses.
Hoje a lógica é a mesma, só o sector escolhido é outro. Desta feita calam-se as consciências, de um povo dependente do poder e elogiam-se as virtudes do turismo para criar desenvolvimento, cultura, bem-estar. Enfim o Turismo irá trazer a estas Ilhas aquilo que elas sempre têm tido, sonhos e quimeras e nada mais.
Na verdade, o tipo de turismo em que o Governo da Região está a investir é de baixos recursos, serve apenas para aumentar os índices de ocupação dos hotéis e nada mais. Os nossos impostos servem para isso tudo. Primeiro pagam para que os grupos económicos, donos dos bancos e das seguradoras e daqui a dias da electricidade e depois dos transportes construam hotéis. Depois como eles não conseguem encher os hotéis, os nossos impostos pagam para que os turistas venham aos Açores. Depois, ainda, como a ilha ao lado também quer turistas, para os hotéis que são dos tais grupos económicos e financeiros, os nossos impostos pagam para que esses turistas possam deslocar-se a uma outra ilha. Finalmente, depois de pagarmos tudo isso com os nossos impostos, ainda pagamos com a invasão de Vikings, brutos e mal formados, sem dinheiro que não gastam cá nada e nos ocupam os bancos das esplanadas e gastam o papel higiénico dos WC.
Um dia destes um amigo meu viu um desses escandinavos, em pleno dia a verter águas contra a parede e a porta da nova Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada. Bem representativo do turista que andamos a importar. Também é verdade que os nossos empresários não merecem melhores turistas. Há dias estiveram cá na ilha dois meus parceiros de negócios espanhóis. Passei as maiores vergonhas da minha vida. Não tenho por hábito comer em restaurantes, sinto-me quase sempre roubado. Contudo, quando se tem visitas há que os acompanhar e há que lhes oferecer o melhor. Juan Santamaria já havia cá estado um par de vezes e lembrava-se do nome Favorita, contra-vontade lá fomos, comi o melhor bife dos últimos tempos mas num ambiente de cantina. Bem salvou-se a comida.
Um amigo disse-me: "Leva-os a comer um bife no Bar-Aliança". Vergonha. É a terceira vez que me trazem um bife sem condições de ser servido, dirão que tenho azar, mas eu não acredito em bruxas. Depois aconselharam-me um restaurante na Lagoa onde se come muito bom peixe. Lá fomos, esperamos em pé, as meninas são de uma falta de profissionalismo inqualificável e o peixe não estava bem cozinhado. Era fresco, isso sim, mas de resto não valia nem metade do que nos pediram. Somos homens do mar, sabemos como se cozinha peixe e não é da forma que o fazem aí. Mais uma vez as coisas não correram bem.
Os "barretes" sucederam-se, uns piores do que os outros e ao final de uma semana Juan Santa Maria, antes de partir no voo directo ao Porto, disse: "Vamos hoje à Favorita. Está bem?". Aceitei, afinal tínhamos lá ido no primeiro dia e a comida estava óptima. Voltou a estar.
Se é assim que querem turismo nestas ilhas, bem, vou ali e já venho?
Hoje a lógica é a mesma, só o sector escolhido é outro. Desta feita calam-se as consciências, de um povo dependente do poder e elogiam-se as virtudes do turismo para criar desenvolvimento, cultura, bem-estar. Enfim o Turismo irá trazer a estas Ilhas aquilo que elas sempre têm tido, sonhos e quimeras e nada mais.
Na verdade, o tipo de turismo em que o Governo da Região está a investir é de baixos recursos, serve apenas para aumentar os índices de ocupação dos hotéis e nada mais. Os nossos impostos servem para isso tudo. Primeiro pagam para que os grupos económicos, donos dos bancos e das seguradoras e daqui a dias da electricidade e depois dos transportes construam hotéis. Depois como eles não conseguem encher os hotéis, os nossos impostos pagam para que os turistas venham aos Açores. Depois, ainda, como a ilha ao lado também quer turistas, para os hotéis que são dos tais grupos económicos e financeiros, os nossos impostos pagam para que esses turistas possam deslocar-se a uma outra ilha. Finalmente, depois de pagarmos tudo isso com os nossos impostos, ainda pagamos com a invasão de Vikings, brutos e mal formados, sem dinheiro que não gastam cá nada e nos ocupam os bancos das esplanadas e gastam o papel higiénico dos WC.
Um dia destes um amigo meu viu um desses escandinavos, em pleno dia a verter águas contra a parede e a porta da nova Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada. Bem representativo do turista que andamos a importar. Também é verdade que os nossos empresários não merecem melhores turistas. Há dias estiveram cá na ilha dois meus parceiros de negócios espanhóis. Passei as maiores vergonhas da minha vida. Não tenho por hábito comer em restaurantes, sinto-me quase sempre roubado. Contudo, quando se tem visitas há que os acompanhar e há que lhes oferecer o melhor. Juan Santamaria já havia cá estado um par de vezes e lembrava-se do nome Favorita, contra-vontade lá fomos, comi o melhor bife dos últimos tempos mas num ambiente de cantina. Bem salvou-se a comida.
Um amigo disse-me: "Leva-os a comer um bife no Bar-Aliança". Vergonha. É a terceira vez que me trazem um bife sem condições de ser servido, dirão que tenho azar, mas eu não acredito em bruxas. Depois aconselharam-me um restaurante na Lagoa onde se come muito bom peixe. Lá fomos, esperamos em pé, as meninas são de uma falta de profissionalismo inqualificável e o peixe não estava bem cozinhado. Era fresco, isso sim, mas de resto não valia nem metade do que nos pediram. Somos homens do mar, sabemos como se cozinha peixe e não é da forma que o fazem aí. Mais uma vez as coisas não correram bem.
Os "barretes" sucederam-se, uns piores do que os outros e ao final de uma semana Juan Santa Maria, antes de partir no voo directo ao Porto, disse: "Vamos hoje à Favorita. Está bem?". Aceitei, afinal tínhamos lá ido no primeiro dia e a comida estava óptima. Voltou a estar.
Se é assim que querem turismo nestas ilhas, bem, vou ali e já venho?
In Revista Factos nº 4
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