4 de novembro de 2003

E Ela ali

Ela estava ali. Sentada numa mesa da esplanada da Mexicana , agasalhada, arrepiada, braços entrançados no tronco. Chegou o Inverno. Perdida nas suas cogitações próprias de quem acabou de fazer vinte anos. Nada a perder, nada a ganhar. Para traz ficaram os dias passados ao redor do livros para conseguir uma boa média e entrar em medicina. Ela ali parecia indefesa. Indefesa do meu olhar sim. Do olhar de um trintão que já vai para quarentão pela cabeça do qual passaram naquele olhar de relance quase todas as fantasias possiveis de imaginar com uma bela Mulher POrtuguesa de vinte anos. Mas não. Não a desejei, não a invejei. Só a contemplei na plenitude das suas formas, dos seus gestos singelos e puros, na sua pose arrepiada, pura, simples, sem qualquer tipo de artificialismo. Ela. Ela o protótipo da mulher com quem poderiamos passar o resto da vida se já não tivessemos encontrado a ideal.
Ela mais uma portuguesa a alindar os bonitos passeios da Guerra Junqueiro. Ela mais uma mulher cosmopolita a despertar as atenções do parolo das Ilhas.

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