30 de dezembro de 2016

(...)Nunc et in hora mortis nostrae. Amen.


É com um excerto da Avé maria que começa o romance, de leitura obrigatória,  O Leopardo. No original  D. Giuseppe Tomasi di Lampedusa, pela boca do protagonista principal do seu livro Il Gattopardo, D. Fasbrizio Corbera o Príncipe de Salinas, eternizado no grande ecrã pelo incontornável Burt Lencaster, foi também eternizada esta frase: "é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma". No entanto, para a espuma dos dias prefiro esta passagem: ""Nós fomos os Leopardos, os Leões; quem nos substituirá serão os pequenos chacais, as hienas; e todos - Leopardos, chacais e ovelhas - continuaremos a acreditar que somos o sal da terra."

Ano Novo

Que não venha a pior.

29 de dezembro de 2016

Dois pesos e duas medidas?

“Nem à mesa do café podem deixar de se lembrar que são membros do Governo”

António Costa em Abril último aquando do incidente com João Soares.
O que mudou entretanto?

28 de dezembro de 2016

Pede desculpa?



Parece que o Ministro Santos Silva pediu desculpa por ter comparado a Concertação Social a uma Feira de Gado. Eu penso que em muitas feiras de gado há muita gente muito mais honesta do que a maioria dos que têm assento nas cadeiras por onde se tem sentado o Augusto, esse trauliteiro que chegou a Ministro dos Negócios Estrangeiros por artes que pouca gente conhece e por ofícios ainda mais desconhecidos.
As palavras do Augusto sobre a Concertação Social são,tão  só, a denuncia dos privados defeitos que essa gentalha oculta com publicas virtudes. 
No fundo são todos, em conjunto, uma fraude.

 Pediu desculpa, não pediu demissão, só isso demonstra o que não vale Augusto Santos Silva

27 de dezembro de 2016

Consequencialismo.

À pergunta incontornável sobre qual a grande consequência dos governos Obama, incrivelmente, hoje nos Estados Unidos da América, a gente responde: Trump. Sim, a eleição de uma figura como Donald  Trump é uma consequência directa do que foi a administração Obama. Na esteira do pensamento  de  Elizabeth Anscombe um agente é responsável tanto pelas consequências directas  de um acto como pelas consequência indirectas do mesmo se esse for previsível. Ora, nada havia de mais previsível do que a ascensão dos populismos e dos neo-nacionalismos como consequência de  políticos "frouxos" e as suas inconsequentes politicas centradas em conceitos  como o estado-social e o personalismo-laico mas que redundam em desigualdades cada vez mais gritantes e degradação do nível de vida dos cidadãos, factores incompatíveis com o que se diz ser "governar para as pessoas".

26 de dezembro de 2016

Amigos

Revisito a miúde as palavras de Paulo Santana, muitas vezes sem passar da primeira estrofe “Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles (…)”. Leio, revisito-o numa busca incessante de conhecer mais e melhor os meus amigos, ler é sobre tudo conhecer, aprender, é um exercício difícil e inteligente, é como rezar, temos de estar concentrados no que estamos a ler tal como nos devemos concentrar nas nossas orações e devemos nos transportar para a leitura, como personagem do que está sendo lido tal como nos devemos transportar para a dimensão das nossas orações. 

É por isso que me deixo embrenhar nas palavras de Santana e deixo andar a vida entre as marés do destino e as praias da eternidade.

Sem amigos somos todos quase nada, sendo que quase nada é muito pouco.

23 de dezembro de 2016

Entrega

Ontem tive o privilégio doloroso de poder acompanhar o Monsenhor Augusto Cabral ( O Senhor Padre Augusto como é conhecido cá em casa) à sua última morada.
Aprendi, ao longo da vida a conhecer melhor este Homem a quem Deus iluminou para que fosse pastor do seu rebanho, culto, estudioso e grande percursor do ensino da fé e religião católicas, de fino recorte humorístico e de inoxidável fé e dedicação ao Senhor Santo Cristo dos Milagres pelas mãos do Senhor Padre Augusto passaram inúmeras gerações de rapazes e raparigas, leigos, seminaristas, catequistas e missionários que das suas sábias palavras beberam o conhecimento que tornou inabalável a sua fé em Cristo. 
Neste Natal que estamos vivendo gostaria de vos recordar a forma de estar perante os outros e perante Deus que o Senhor Padre Augusto nos transmitiu, pelos ensinamentos da catequese onde era exímio pedagogo, pelas suas homilias eloquentes mas pragmáticas que nos calavam fundo mas, sobretudo, pela sua entrega aos Homens por mão de Deus. Saibamos, neste Natal,  cada um de nós dar mais um pouco de si próprio ao próximo e entregar-se ao serviço de Deus que, certamente, todos termos um Natal Santo e Feliz. Demos graças pelo nascimento do menino. Não esqueçamos jamais, entre o consumismo da espuma dos dias, que este é o momento em que Deus em Jesus Cristo se solidarizou com os Homens sobretudo com aqueles que mais necessitam, com os mais pobres, com os mais doentes, com os mais oprimidos, com os marginalizados e façamos dos nossos dias, todos os dias, um dia de Natal seguindo o exemplo do Senhor Padre Augusto e de tantos outros, entregando-nos a Deus pelos Homens.
Cantemos como os Anjos cantaram naquele Natal de há mais de dois mil anos:
“Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados”.


A todos desejo um Santo Natal e a esperança de que 2017 nos traga mais alegrias e graças e nos disponha a nos disponibilizarmos mais ainda ao serviço dos desígnios da palavra do Senhor.

Texto remetido como mensagem de Santo natal aos Irmãos Romeiros do Rancho de Santa Clara.

22 de dezembro de 2016

A humanidade às avesas

Anda a humanidade preocupada em tratar os animais como gente, quando há gente a ser tratada como animais.

16 de dezembro de 2016

Problemas com a matéria prima.

percorrer diariamente a opinião publicada na imprensa escrita regional para além de um acto de puro masoquismo, ajuda a compreender melhor as razões de sermos uma Região cada vez mais pobre.

Solidão.

O blogger é um solitário.

Não há nada a fazer!

Portugal é uma República de plutocratas marxistas.

15 de dezembro de 2016

Sit down !

Boa parte das consciências da nossa classe jornalística são como o cãozinho do Inglês.

14 de dezembro de 2016

Paradoxo da contemporaneidade.


A gente, boa parte dela, clama e apregoa liberdades e mais liberdades, direitos e mais direitos. Essa mesma gente clama e apregoa a necessidade de proibir isso e aquilo e tornar obrigatório mais isso e mais aquilo. Vá lá a gente entender a gente.

13 de dezembro de 2016

Pode-se atravessar duas vezes o mesmo deserto?

Sim pode. As lições da história ensinam-nos que em politica a mesma água pode passar várias vezes debaixo da mesma ponte. Essa mesma história nos ensina que as chamadas "travessias do deserto" são momentos da vida politica de um cidadão que em nada complicam os seus intentos, desde que o cidadão as faça caminhando em vez de esperar que o deserto passe por ele.




banho-maria



Tenho alguns postas em fila de espera, em suspensão, tenho o blogue em banho-maria.

29 de novembro de 2016

O blogue feito por outros

Dos liberalizadores de fachada
Bastava uma dúzia de decretos à Mouzinho da Silveira para refundar o Estado onde ele faz falta e extingui-lo no que ele é inútil. E somando reforço com abolição, a conta seria bem menos mesada. Por outras palavras, não chega liberalizar, impõe-se a libertação. Até dos chamados liberalizadores de fachada


José Adelino Maltez, Sobre o Tempo que passa, 2011/06/29

25 de novembro de 2016

25 de Novembro de 1975

Hoje comemoramos a liberdade, a libertação de Portugal do jugo comunista. Hoje comemoramos Melo Antunes e o grupo dos 9. A liberdade é um dos bens que o nosso imaginário colectivo apenas valoriza quando o perde.Cabe a cada um de nós, individualmente, vivê-la, para que se não perca a noção da sua importância para o bem comum.

4 de novembro de 2016

A frequência ainda vai que não vai mas só a matricula...?

Digamos que estamos perante uma licenciatura na forma tentada.

O XII Governo da Região Autónoma dos Açores


Diário dos Açores  - Qual a avaliação que faz do novo governo?

Se há 4 anos Vasco Cordeiro surpreendeu com um governo de técnicos em detrimento de políticos, agora parece demonstrar ter reconhecido a necessidade de construir um Governo mais político do que técnico. Atente-se por exemplo nas escolhas de Rui Bettencourt, o veterano deste governo, que tem um perfil que conjuga muitíssimo bem os conhecimentos técnicos com as abordagens mais políticas ou ainda no caso de João Ponte que, permanentemente estribado numa aura de independente, pode muito bem ser um secretário mais politico do que técnico fazendo-se para isso valer da sua vasta experiencia como “autarca de proximidade “ o que pode ter uma importância redobrada no contacto direto com os agricultores e silvicultores e menos com as corporações deles supostas representantes. João Ponte não será uma ponta-de-lança da lavoura no governo, será antes um ponta-de-lança do governo a jogar sempre no meio-campo da lavoura.

A escolha de Berto Messias para fazer a ponte entre o governo e o Parlamento foi apenas surpresa para os mais distraídos. Na verdade, desde o anúncio de André Bradford para liderar a bancada parlamentar do PS se vislumbrava esta solução agora apresentada. É mais uma escolha de um secretário eminentemente político, basta para tal verificar o seu currículo ou a falta dele, para concluirmos que será mais um elemento de combate parlamentar do que qualquer outra coisa.

Marta Guerreiro é a maior surpresa deste XII Governo Regional dos Açores e tem pela frente um enorme desafio, o de guindar o sector do turismo para patamares consolidados de entre os diversos sectores da economia das nossas Ilhas garantido um desenvolvimento sustentável e uma preservação do meio ambiente compatíveis com um destino de natureza e de sustentabilidade que é o que pretendemos e entendo que devemos querer ser. Finalmente o ambiente e o Turismo na mesma tutela. Só tarda o que nunca chega.

Todo o resto foi uma não surpresa, Gui Menezes no Mar Ciência e Tecnologia é só uma confirmação de uma carreira delineada por este prestigiado investigador e Rui Luís na Saúde também não causa qualquer espanto. A manutenção de Avelino Freitas Meneses , Andreia Cardoso e Vítor Fraga nas respetivas pastas também não causa qualquer tipo de alarme, sendo que no caso deste último as Obras Públicas poderiam ter sido ser uma espécie de subsecretaria.

Uma avaliação mais cuidada do XII Governo Regional apenas poderá ser feita depois de conhecidas  as mudanças ou não  nível de Diretores Regionais e Gestores de empresas e Institutos Públicos. A segunda linha, como se usa dizer, é muitíssimo importante.


Diário dos Açores  - Sérgio Ávila não perde nenhuma área que já possuía, apesar de ser criticado por estar sobrecarregado de sectores vitais, na economia e finanças. É um erro?

Ávila, na área das finanças, não pode deixar as pastas que domina, porque o descalabro seria total, só ele sabe como estão as contas públicas e os verdadeiros níveis de endividamento direto e indireto da Região. Também na área da economia e do apoio ao investimento qualquer retirada de poder seria entendida como uma “traição” ao seu eleitorado, não podemos esquecer que Ávila foi cabeça de lista pelo círculo da Ilha Terceira e nessa ilha o eleitorado é muito critico quando a mesma perde importância ou poder. Aliás esta é uma das grandes novidades desta legislatura, a Ilha Terceira vê reforçados os seus poderes quer ao nível parlamentar que passa de 10 para 12 Deputados por via da eleição de mais dois pelo circulo regional com os votos dos Micaelenses, Picoenses e Faialenses quer ao nível do governo com as pastas da saúde e dos assuntos parlamentares e a manutenção da gestão dos fundos europeus e de todo o apoio ao investimento centralizado em Sérgio Ávila.



Diário dos Açores  - É um governo para perder mais 10 mil votos daqui a 4 anos?


É um Governo com um combate difícil pela frente mas muito dificilmente será um governo para perder votos. Em primeiro lugar pelas razões já atrás aduzidas, é um governo de políticos e isso faz toda a diferença. Mas, principalmente porque o quadro de financiamento europeu tem alocado muitos milhões de euros, mais do que tinha o quadro 2007/2013. Na verdade, este XII governo corre o risco de ter dinheiro a mais, pois, passados 3 anos, a execução do quadro 2014/2020, ainda não teve inicio o que demonstra alguma incapacidade do XI Governo de fazer a economia utilizar na sua plenitude os montantes disponibilizados pela União Europeia. Pois, na realidade, de sete anos de quadro, já passaram três sem execução, e assim Região terá de investir nos próximos 4 anos ainda mais verbas do que foram executadas nos sete anos do quadro anterior. Num panorama destes dificilmente se perdem eleições a não ser que se faça tudo mal feito.

Qual direita, qual carapuça.

"Ouvir PSD e CDS lamentarem a falta de investimento público e entrarem no campeonato dos aumentos das pensões é bem a prova de que Portugal está condenado às miseráveis políticas de esquerda"

31/10/2016 i oneline

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