16 de junho de 2020

Black Lifes…


O mundo ocidental, contemporâneo, humanista, revolucionário mas racionalista, consumista, assustado também, vive dias de agitação por causa da morte bárbara de George Floyd há cerca de um mês. Decorrem protestos, pelo mundo quase todo, sobre a forma como as polícias tratam os negros fazendo realçar de forma inequívoca o racismo latente por toda a humanidade ocidental. É verdade, as polícias de todo o mundo tratam mal os que são diferentes, ainda há pouco tempo em Portugal um cidadão estrangeiro foi espancado até à morte numa sala do SEF. Todos os dias são brutalmente assassinadas pessoas por polícias e desaparecem outras tantas. Estranho porém que a gente se escandaliza, apenas, com esse acontecimento na maior democracia do Mundo enquanto as tiranias permanecem impunes e envoltas em silêncios barulhentos. A BBC dedicou grande parte das suas edições online a caracterizar 10 coisas que mudaram no mundo desde o homicídio de Floyd, mas há uma coisa que não mudou. África permanece um continente esquecido onde morrem todos os anos milhões de pessoas, novos velhos e crianças, de fome, guerras, genocídios, malária, ébola e outras minudências. Black Lives Matter, but not everyone.

In Jornal Açoriano Oriental, edição de 16 de junho de 2020

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