O arquipélago dos Açores não fica isolado e protegido de ameaças externas
graças ao centralismo dos mandantes de Lisboa. Nunca tive dúvidas! Em cada
Português existe um inimigo das Autonomias, apenas uns disfarçam melhor do que
outros. Estou ciente, cada vez mais, de que o regime das autonomias
constitucionais apenas existe porque, assustados com os gritos de libertação
dos Povos, Lisboa cedeu nos seus apetites colonialistas um poucochinho para
calar as ondas independentistas. Traídos pelos seus pares, os Povos Insulares
entraram de alma e coração num regime que, cuidavam, era de livre administração
dos Açores pelos Açorianos, e da Madeira pelos Madeirenses. Os de sempre, os
que já vinham acomodados dos tempos dos Distritos e os outros que, ainda
imberbes, rapidamente aprenderam a arte da vida boa sem ondas, sentaram-se no
poder desse sistema que não é nem de perto o que os Açorianos e Madeirenses
desejam, mas o que Portugal permite que tenhamos. Se o caso fosse de Guerra no
sentido literal do termo, essa gentalha não hesitaria em atirar-nos para as
trincheiras como carne para canhão.
In Jornal
Açoriano Oriental edição de 24 de Março de 2020
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