Falhei, inadmissivelmente, as primeiras duas
crónicas do ano. Não porque não tenha havido assunto para escrever mas por
manifesta falta de tempo. Primeiro a família, depois o trabalho que me poe o
pão na mesa e depois o resto. Nesse resto, que não é nem pouco nem desprezível,
cabem os meus Açores, onde nasci, escolhi viver e acima de tudo ser cidadão
ativo e “irrequieto”. É difícil viver nos Açores assim, sempre foi difícil
viver nos açores onde até os ricos são pobres e onde o poder, desde sempre,
tende a assumir laivos de arrogante totalitarismo ou, no mínimo, tende ao pensamento
único. O poder vai agora, só depois de instalada a polémica pública, ouvir o
Povo, numa abertura feita de palavras mais do que de atos, acerca do que agora
chamam de estudo prévio mas antes era projeto de um novo miradouro, cheio de
contemporaneidade e materiais importados, retretes e afins, ali para os lados
da Lagoa do Fogo. Bravo, seria um ato louvável, não fora ele feito apenas a
reboque das criticas publicas e tal como faz o “cachorro vagabundo” ganindo e
com o rabo metido entre as patas traseiras escondendo as partes escassas da sua
virilidade.
In Jornal Açoriano Oriental edição de 21 de Janeiro de 2020
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