Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, é o
nome completo do filho de algo que Camilo Castelo Branco escolheu para retratar
de forma magistral o deslumbramento dos políticos de província ao chegarem à
capital do então Reino ainda de aquém e além-mar. Entre nós, as quedas dos
anjos tal como camilo descreveu são algumas. No entanto, ao invés dos longínquos
dias de 70 do século XIX, eles já não vêm só da província que continua a
existir neste pais que teima em não descentralizar. Eles, os calistos Elói de
agora, vêm de todo o lado e até mesmo dos subúrbios da grande Lisboa. Nos
cafés, sejam eles no sentido literal do termo sejam eles os grupos que pululam
pelas redes sociais, o Parlamento é o motivo de chacota primeiro. Como escreveu
Eça, também em XIX,” diz-se mal da câmara em toda a parte. Os jornais mais
sérios falam da sua improdutividade. Ela é considerada como um sórdido covil de
intrigas(…) uma farsa (…) uma feira”. E o que há de diferente hoje? A farsa é a
não representatividade do seu Povo, a feira vamos ficar a saber com a discussão
do primeiro Orçamento de Estado.
In Jornal Açoriano Oriental, edição de 29 de Outubro de 2019
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