6 de janeiro de 2017

Caviar ao preço da uva-mijona.

Foi preciso vir um português armado em estrangeiro (eles no fundo são mais separatistas do que nós) dizer que nós não sabemos o diamante que temos para saltar de imediato essa preocupação para as primeiras páginas dos jornais da Região. Foguetabraze!

Quem  acompanha minimamente o que escrevo e digo há anos, sabe, certamente, que desde pelo menos a entrada dos chamados Suecos no mercado do turismo regional defendo que não podemos nem devemos vender o destino Açores a baixo preço. Só a título de exemplo ficam aqui dois links de 2004 e 2005 respectivamente Coitadinhos dos Suecos)  (Anjo Surdo e mudo) mas podem recuperar outros textos no blogue, programas de televisão, textos de opinião e, mais recentemente,  respostas ao painel do Correio Económico. Desde que se fala de turismo e da importância desta indústria para a economia dos Açores que tenho manifestado preocupação com o depreciar do produto Açores. Todos sabemos que quando se deprecia um produto, voltar a vende-lo a um preço com valor acrescentado é muito difícil.

Não percebo, de facto, como é que uma região que acumula prémios a seguir de prémios, que colecciona referências elogiosas em revistas da especialidade como uma criança guarda "caricas" de garrafas, continua a depreciar esse produto e a remunerar mal os seus profissionais 

Ainda há dias li, estupefacto, um editorial do Diário Insular que, gratuitamente, criticava o facto dos vinhos Açorianos estarem a ser vendidos muito caros, confundindo claramente dois conceitos o se ser caro com o de custar muito dinheiro, o que são coisas bem diferentes. Hoje tomamos conhecimento de que o Arinto dos Açores, vinho branco da Ilha do Pico está entre os 10 melhores.

Quando se está entre os melhores dos melhores temos que nos valer disso, não podemos, continuamente, andar a vender caviar ao preço da uva-mijona.

3 comentários:

Sérgio Aguiar disse...

Meu caro, você deve viajar inter-ilhas e para Lisboa com alojamento pago por alguma entidade. Se tivesse que pagar do seu bolso não pensava dessa forma. Hoje, se quisermos ir a Lisboa resolver algum assunto privado (não em trabalho, com deslocação paga) procura, procura e volta a procurar e até as residenciais e Guest Houses estão pela hora da morte devido ao boom do turismo que invadiu Lisboa. Quer o mesmo para os Açores? Então o Zé Portuga não poderá viajar dentro do país, comparando o nosso poder de compra com os turistas estrangeiros. Ou você defende que haja alojamento Low Cost só para nós? Esta história faz-me lembrar um primo meu lavrador que nos anos 70 me dizia com ar sorridente e cínico "agora, vocês na cidade, se quiserem comer carne vão ter que pagar caro". Passado poucos anos já me dizia que nem a sua família podia comer carne porque necessitava de vender toda a que produzia para comprar as outras coisas todas que precisava. Pelos vistos é isso que você defende.

Anónimo disse...

Não estou de acordo com tudo o que diz,mas nesta questão não podia estar mais de acordo

Anónimo disse...

O pior que pode acontecer ao turismo dos Açores é a perspetiva especulativa dos operadores. Matarão a galinha antes de dar ovos.
Low cost = low money = no money no funny, Se para comer é o que se vê se juntarmos preços especulativps no alojamento (que já o são em muitos casos) logo veremos.

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