29 de agosto de 2012

Ontem como hoje repensar a Europa.


"O europeu não pode viver a não ser que embarque numa empresa unificadora. (...) Os nacionalismos não são nada, apenas uma mania, um pretexto para fugir da necessidade de inventar algo de novo, alguma grande empresa. Seus métodos primitivos de acção e o tipo de homens que o lideram revelam que é o oposto da criação histórica. Só a determinação de construir uma grande nação, daria nova vida à Europa. Começaríamos a acreditar nela de novo."







José Ortega y Gasset, A Rebelião das Massas, 1929

8 comentários:

Anónimo disse...

Quantos idealismos, quantos europeismos uninacionalistas, quantas utopias!. 1930, ainda vive os destroços de guerras fraticidas e o sentimento de reunião. Fomentar esta ideia seria como reavivar modelos imperiais que na Europa geraram mais guerras do que em qualquer outra parte do Globo. A utopia defende-se logo que não passe disso.

Anónimo disse...

Caro Barata
A questão Europeia foi e é fundamental, para ser olhada de forma abrangente, ouvindo os Povos e não pensando(como aconteceu em Portugal)que só os governantes poderiam conhecer e decidir da entrada e governação Europeia.
Em resposta ao anónimo das 10.15p.m, tenho a dizer que tudo é utopia e idealismo, quando abarca uma visão de futuro e uma resposta a um problema de governação e de paradigma para a sociedade das Nações,(e não vem mal ao mundo por isso).
A Europa é um espaço múltiplo onde os Nacionalismos são arreigados e onde muitos estados têm formação recente.
Apesar disso(ou por causa disso) surgiram ideias unificadoras fomentadas pelas analises aos conflitos mundiais...
Penso que estas ideias foram não só positivas como fizeram desenvolver a Europa, pena foi que não tenham sido completadas com a participação das populações e tenham sido aproveitadas por um capitalismo financeiro oportunista que olhou mais ao lucro fácil do que à legalidade e mais valia económica e social deste sistema financeiro.
Penso que está tudo em jogo e nunca como até aqui é necessário repensar a Europa e encontrar um caminho que ponha os povos em primeiro plano.
Penso que o autor do post, está de parabéns pela oportunidade do tema.
Açor

Anónimo disse...

" A missão do chamado «intelectual» é, de certo modo, oposta à do político. A obra intelectual aspira, frequentemente em vão, a aclarar um pouco as coisas, enquanto a do político sói, pelo contrário, consistir em confundi-las mais do que já estavam. Ser da esquerda é, como ser da direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser um imbecil: ambas, com efeito, são formas da hemiplegia moral".

Ortega y Gasset, in 'A Rebelião das Massas'
Tema(s): Intelectual 

Caro Açor
A utopia não se combate, respeita-se, porque algures, em qualquer parte da história pode acontecer. Mas mesmos os utópicos desconfiam muitas vezes delas e do seu sucesso. A rebelião das massas preconizada no início do século passado existiu de fato? Ou foram os políticos que tomaram conta delas. A grande URSS não terá sido uma ideia unificadora de uma Europa do Leste? Bela ideia sanguinária e opressiva. História recente meu caro. Ortega y Gasset foi um pensador (filósofo) revolucionário(?)no contexto histórico do seu tempo. Exilou-se por isso e mantém-se referência histórica por isso.
Se transcrevessemos o seu pensamento, diriamos que A bela Europa, a dos utópicos, não pode existir porque existem os políticos, estes hemiplégicos de direita e de esquerda sem cura, porque o seu pensamento há muito se gera num só hemisfério e que ainda por mais, mentem todos da mesma maneira.
A utopia tem destas coisas: pode parecer real, mas não o é. É por isso que é parente do sonho.
E já reparou que os políticos se reproduzem mais depressa do que os utópicos. O que fazer então para que esta ideia de Europa dê certo?
Anónimo das 10.15 pm

Anónimo disse...

Caro anónimo das 10.15pm
Se é certo que muito do que diz é certo, o seu inverso é igualmente certo e isto porque a visão das coisas é múltipla e acontece conforme o ângulo que nos colocamos.
Qualquer ideia do homem traz consigo a forma de se concretizar e a forma de se desfazer, desta luta se encarrega a história e o resultado só pode ser entendido à posterior.
Não é forçoso que seja antagónico, politico e utópico, eles podem conviver na mesma pessoa, no que pode estar certo, é que raramente quem tem a ideia(politico ou não)realiza a sua utopia(ou ela é em si, servida por um caminho que se renova e altera, é uma luta que tem preenchido a história, não é muitas vezes justa nem sempre trilhada pelos melhores caminhos, mas é a possível, se fosse possível, parar a história o resultado não seria melhor, para que ele seja melhor é necessário nos mobilizarmos para dar-mos o contributo para que ele possa ser o resultado das vontades e das circunstancias encontradas.
A vida é violenta a história das famílias também o é, a realidade física também o é, e ninguém de bom senso vai deixar de viver, porque a natureza, muitas vezes destrói e sacode a terra.
Os políticos "reproduzem-se mais do que os utópicos" porque ter ideias(substanciais) não é para todos, mal comparado, é o mesmo que a diferença entre a quantidade de operários e inventores, mas nada impede de existir operários inventores e vice versa.
Os políticos não são diferentes das outras profissões(ou actividades) salvaguardando as diferenças especificas.
Para que a Europa dê certo é necessário os povos participarem e darem o seu apoio e fiscalização a ideia e á prática, nenhuma ideia ou prática é certa e garantida se não for fiscalizada e muitas vezes ajustada aos tempos e ás circunstancias.
A utopia é um objectivo que não é matemático mas que tem capacidades especificas para se aproximar da realização ou até de ultrapassar este objectivo.
Saudações
Açor

Anónimo disse...

Caro Anónimo Das 10.15 pm
Entre muita coisa que ficou por escrever, vem a posição de Ortega que sendo uma posição filosófica sobre a limitação do politico face ao seu posicionamento parcelar entre direita e esquerda, é uma forma também de si parcelar pois o politico sendo de direita ou de esquerda não é forçosamente sinonimo de imbecilidade, nem o ser intelectual é forçosamente o "universalista" que a sua busca pelo conhecimento podia fazer quer, ser de esquerda ou direita é uma tendência que não é forçosamente castradora de ideias de direita, nem a politica deve excluir a filosofia e o conhecimento da sua preocupação, diria que os compartimentos são tidos como facilidade de estudo e não como tabus.
Um politico para assumir com sabedoria o seu papel tem que ser Universalista e anti tabu, abrir-se, á realidade e á diversidade de ideias e opiniões e tentar compreender o mundo na sua multiplicidade e dialéctica.
É pelo menos como eu vejo e gostaria que fosse, se ainda não é assim, a luta histórica a isso
levará.
Saudações
Açor

ezequiel disse...

http://telos.blogs.sapo.pt/

Anónimo disse...

Citei Ortega!E viram o que deu nos que pensam primeiro politicamente?.
Um filósofo não é um provocador no sentido de que existe uma grande diferença entre o "penso, logo existo" e o "tem que existir porque penso.A caracterização dos políticos que transcrevi, é da autoria de Ortega, porque ele pensava na possibilidade da mobilização expontânea das "massas".
Mantemos ou não o dilema? Políticos a governar ou as massas(povo) a mandar?
Saudações democráticas que o Marxismo morreu.

Anónimo disse...

Caro anónimo(Ezequiel)
Não é forçoso(apesar do seu frutuoso comentário)que um politico não seja um filosofo e vise versa, a má politica tem um desvio que se apresenta um pouco como caracterizou"...tem que existir porque penso..."mas isso é uma caricatura, a politica que tem futuro é aquela que intervém na sociedade partindo dum estudo constante sobre a realidade e a história.
Existe uma politica da gestão(esta mais propicia a não olhar a meios para atingir os fins) e uma politica de concepção, que é mais ideológica que pragmática, é claro que esta separação é mais para estudo, pois no fundo elas coexistem.
Mesmo quando as massas se mobilizam há sempre o despontar de pessoas de entre elas,os mais mais capazes para mobilizarem as massas... (e quando não são, há uma depuração pelo tempo)
Políticos são os institucionalizados, sou eu é você e todos os que se interessam pela coisa publica.
Há uma certa intelectualidade que sente um certo gozo em atacar Marx, sem nunca o discutir, O Marxismo se calhar está mais vivo do que nunca, como toda a ideologia é uma teoria viva que se reinventa.
As separações e as classificações são para facilidade em estudar os fenómenos e não devem servir para estabelecer tabus, eu entendo que a realidade humana e da natureza esta interligada e pode ser estudada pela dialéctica da natureza, esta sim liga a ciência física à ciência humana e encontra nela a filosofia capaz de compreender o mundo e intrevir nele.
É difícil compreender a sociedade pela realidade das nossas curtas vidas, só se pode compreender as alterações da humanidade pelo tempo histórico.
Eu penso que o erro é uma constante da vida, mas é ele próprio, a forma adequada para se evoluir.
Eu e você, duma forma ou de outra, queremos é encontrar respostas e formas de ajudarmos a melhorar o mundo.
Saudações
Açor




Saudações
Açor

Arquivo do blogue