24 de janeiro de 2012
Eu também acho.
Ao telejornal regressam as histórias de velhos que vivem no interior do país e que não vão aos tratamentos em hospitais porque ficam longe e o Estado deixou de pagar estes transportes.
Estou-me a lixar para a necessidade de poupar, de racionalizar, não quero nem saber de casos fraudulentos. Não quero ser de um país que poupa dinheiro deixando morrer os mais fracos. É simples. Não é demagógico, é apenas o limite da decência. Não façam pontes, não façam estradas, não façam teatros, apaguem as luzes, se for caso disso, mas isto não.
E se o Estado não puder, não for capaz, se alguém criar um fundo para pagar estas deslocações, eu contribuo.
Irra.
19 de janeiro de 2012
18 de janeiro de 2012
17 de janeiro de 2012
Só se o Povo sair à rua.
Nenhumas das medidas acordadas ontem em sede de concertação social são tendentes a tornar a economia portuguesa mais competitiva. Pode ter algum efeito numa ou noutra indústria ou numa ou outra casa comercial mas não torna o sector industrial português mais forte nem moderniza o comércio. Não há soluções académicas para a economia, as soluções são sociológicas, e é apenas “ a fome que aguça o engenho” e no caso Português, o país não está disponível para sair da sua zona de conforto e fazer pela vida.
Este tipo de soluções, feitas por decreto, vindas do Estado, das leis, não têm efeitos práticos na economia, pelo contrário, até agora só vi serem tomadas medidas recessivas e isso vai custar-nos a todos muito caro num futuro muito próximo.
Precisamos de um Estado Social responsável, que distribua riqueza pelos mais pobres exigindo deles, em troca, trabalho em prol do bem comum e para tal teremos que ir buscar a receita aos que, no Estado ganham mais, sejam eles funcionários directos, das empresas públicas, dos serviços autónomos, do Poder Judicial e do banco de Portugal. Devem ser impostos limites ao pagamento de salários. Não é sustentável manter salários acima dos 3000 € (três mil euros) num país com quase 700 mil desempregados dos quais 200 mil não têm qualquer tipo de rendimento.
Não é, politicamente, sustentável manterem-se regalias para alguns e retirarem-se a outros. O Estado tem que emagrecer mas não à custa de despedimentos, terá que o fazer à custa da redução dos vencimentos daqueles que mais auferem para poder manter os rendimentos do que menos recebem. Essa sim, é uma medida de absoluta justiça e que permite que com o mesmo nível de despesa se potencie não só a economia como ainda se contribua para um maior nivelamento das desigualdades sociais e de acesso às oportunidades.
Parece-me óbvio que isso vai ter que acontecer, resta apenas saber se vai acontecer por iniciativa dos decisores ou se, pelo contrário, terá que ser um processo revolucionário a fazer esse trabalho.
Obviamente, de fora desse processo revolucionário terão que ficar não só os partidos (pelo menos os chamados do arco da governação) como também os parceiros sociais que têm, ao longo dos últimos 35 anos, contribuído bastante para o jogo de interesses que tem sido jogado. As principais centrais sindicais e os principais sindicatos associados são dirigidos há anos pelos mesmos agentes e sempre com os mesmos resultados, é preciso mudar, mas mudar tudo e fazer este país renascer das cinzas qual Fénix.
Nós, açorianos, temos responsabilidades acrescidas na condução desse processo, Nós que fomos, ao longo dos séculos, exemplo de sacrifício, abnegação façamos jus à nossa divisa e saibamos lutar para sermos livres já que, na paz, estamos sujeitos.
5 de janeiro de 2012
Este país não chega lá.
Há pouco mais de um ano, como é aqui lembrado pelo JMF no Blasfémias, Alexandre Soares dos Santos avisou o país e deu umas dicas aos governantes. Hoje o país discute (eu não discuto) a atitude de Soares dos Santos como se fosse ele o grande culpado disso tudo.
“Antes de pensar em investir em Portugal, preocupa-me que nós, portugueses, não sejamos capazes de decidir, de uma vez por todas, que sociedade é que queremos. Para onde é que nós queremos levar o nosso país. Como é que queremos viver. Não podemos é andar, por um lado, a dizer que precisamos do investimento privado e, por outro lado, insultarmos os investidores, atribuindo-lhes a culpa de todos os males que existem neste país. Somos acusados de não pagarmos impostos, de fugirmos a isto, de fugirmos àquilo, quando a iniciativa privada em Portugal é a única que cria emprego (…).
Temos pois de decidir se queremos uma sociedade socialista ou se queremos uma sociedade em que a iniciativa privada é aceite como alguma coisa de útil para um país pois gera riqueza.
Temos também de saber o que querem os partidos políticos. Os partidos em Portugal limitam-se a uma luta entre eles, têm falta de sentido de Estado, preocupam-se com os seus problemas e depois queixam-se da iniciativa privada. Isto tem que acabar. Será, pergunto eu, que estão conscientes do mal que provocam ao país quando, no parlamento, estão permanentemente a atacar aqueles que investem? Ou quando estão a tomar medidas que só servem para criar problemas? (…)
Temos também uma administração que não está disposta a dialogar, ao contrário do que sucede na Holanda. Lá discute-se com o governo os impostos que se devem pagar, e o que fica estabelecido é cumprido. Aqui não. Aqui ninguém sabe, por exemplo, se a meio do ano não aparece uma nova lei sobre as SGPS, por exemplo. Com estes comportamentos estão a convidar as pessoas para ir embora. Em vez de procurarem atrair as holding estrangeiras para Portugal, estão a convidar as holding portuguesas a saírem do país. Isto é de um desconhecimento total, pois a consistência de uma política fiscal é fundamental.”
A continuar na senda do comunismo, do “regulamentarismo diarreico ”, da perseguição ao capital, da navegação à vista, do “subsidiozinho” e das sucessivas mas inconsequentes linhas de crédito de apoio às PME, este pobre e periférico país que só foi grande quando olhou o mar e fê-lo pela mão do empreendimento e risco de privados, este país dos “self made men” que criaram riqueza, este país que foi empobrecendo cada vez mais porque foi transformando a riqueza em miséria onde apenas resiste uma classe de funcionários pagos acima das possibilidades do país e das empresas, este país que foi quase um Império, definhará nas garras da águia Alemã ou, pior do que isso, no simples abandono e esquecimento .
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