20 de agosto de 2011

Pensar durante a silly season.

A pré-campanha para as regionais na Madeira não está a correr nada bem aos socialistas que, apesar de Jardim estar mais do que estafado e sem dinheiro para fazer cantar um ceguinho, nãop conseguem “descolar”. A solução esdrúxula que o PS-Madeira adoptou, escolhendo para indigitável ao cargo de Presidente do Governo uma figura que não é o Presidente do mesmo partido, não terá resultado como os socialistas madeirenses imaginavam.

Por cá, no PS dos Açores, anda muita gente  a pensar em soluções igualmente esdrúxulas e bicéfalas. É bom, se querem manter alguma esperança para lá de 2012, que façam desta “estação tontinha” um bom período de reflexão.

2 comentários:

Anónimo disse...

É um facto que as pessoas , quando muito, interessam-se por política para pedinchar ou protestar. Dai que apenas memorizem, passado mínimo um ano, o cabeça de cartaz.

Se fosse matéria de futebol, saberiam o nome dos jogadores, quantas faltas houve e quem joga no próximo domingo, ou quantos santos tem a igreja ao dispor, do que resulta que dois cabeças de cartaz seja confundir o povo, que tem uma relação original com os destinos do país.

A somar temos que estamos em crise, com os partidos a revelar uma incapacidade crónica para propor soluções justas e inovadoras.

O poder está podre quando vemos as pessoas agarradas à coisa pública em nome de interesses puramente pessoais, apoiadas numa uma propaganda de meia tigela, esperando convencer a “massa cinzenta”de que o chefe toma conta dos seus filhos.

Nota: nos Açores a propaganda de todos os partidos é de uma pobreza constrangedora, mais próxima da de um cacique de uma pequena autarquia, algures no fim do mundo, do que de uma região autónoma…

Anónimo disse...

Os portugueses têm a mentalidade do desenrasca .

Habituados, desde os descobrimentos, a buscarem nos outros a solução para os seus problemas, tornaram regra, nos tempos recentes, contar com a protecção exagerada do estado.

A receita foi levada a tal extremo que, do lado das empresas, qualquer intempérie tem como primeira solução o querer socializar os prejuízos, que isto de lucro é para quem trabalha- o mesmo é dizer que , nesta parte, exaltam a iniciativa privada e as dores de cabeça que dá manter uma empresa e criticam a coisa pública de incompetência e de laxismo.

Do lado da pessoa individual, choram na comunicação social. É o subsídio de desemprego. O rendimento social de inserção. Cadernos para os filhos e habitação conforme a sua condição de seres humanos- o poder alicia-se com esta forma de garantir, antes dos resultados, vitória assegurada.

Para qualquer situação imprevista, se acaso o desenrasca esgotar a teoria das probabilidades, sempre contam com a protecção da virgem, que esta nunca há-de falhar. Garantem assim, não só a protecção terrena, “tout court” como aproveitam logo para meter uma cunha no além .

A religiosidade segue, pois, a lógica atomística individual. Trata-se sempre de pedir protecção. De assegurar que a lei da vida tenha uma dilação superior à própria lógica da biologia, já que, embora a vida seja finita, pedem sempre mais um adiamentosinho- como o estado providencia foi levado à entropia, só quando esta ameaça bater à porta é que se lembram de recorrer à providência.

A fé dos açorianos está, pois, bem patente nas procissões. Nunca se viu ninguém pedir pela fome em África. Dar um pouco de si próprias para alinharem com o padrão dos ensinamentos, a não ser em alguma ocasião em que, recordando-se da missa de há seis meses, a consciência lhes aperta a alma.

É com este povo que nos propomos sair do imbróglio.

Da vontade individual não há notícia…

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