Ao ler a edição do passado sábado do Jornal que a partir de hoje me acolha às terças-feiras nas suas páginas, deparei-me com duas tomadas de posição dos Senhores Deputados da República sobre os Açores e ambas dedicadas à Ilha Terceira em particular. Desde que o Dr. José Lourenço me convidou a colaborar com o Diário Insular tenho adiado esta participação, mas eis que hoje, os Senhores Deputados que nos representam em Portugal ajudaram nesse difícil pontapé de saída. As posições dessas figuras também podiam ter servido de inspiração a um qualquer humorista ou cartoonista.
Fiquei para aqui perdido em cogitações sobre esses dois grandes
partidos que nos têm governado cá e lá e que nos têm representado lá, em Portugal,
alternando poderes entre uns e outros, entre o socialismo puro e duro do PS e o
socialismo requentado de um PSD que não se consegue assumir liberal e assim se libertar
do pensamento estatista que os seus fundadores nos Açores lhe conferiram por necessidade
estrutural.
Paulo Moniz desenterra o assunto do GNL, Vânia Ferreira - atual
Presidente de Câmara da Cidade da Praia da Vitória – havia desenterrado a
questão do HUB Logístico Internacional no lançamento da sua campanha autárquica.
Já Sérgio Ávila, nem especifica, pergunta ao atual Ministro Costa e Silva o que
devemos fazer e o que reserva Portugal para os Açores. Pois é levar isso tudo
com muita paciência que essa gente nem sabe do que fala e muito menos sabe o
que quer para esta terra quase à beira de se tornar ingovernável pelo sucessivo
adiamento de políticas estratégicas, de veras, estruturantes e capazes de fazer
crescer e consolidar o tecido económico e empresarial.
Na verdade, esses
Partidos centralistas continuam a dizer inverdades aos açorianos e em especial
aos Terceirenses para nos embalar a todos numa teia de enredos que vai levando
a Terceira ao definhamento e à perda de importância quer em termos internos
quer em termos internacionais. Continuar a alimentar a questão do GNL (Gás
Natural Liquefeito) e do HUB Internacional é adiar soluções, adiar importância
e fingir que estão com a Terceira e os Terceirenses. Meus Caros conterrâneos da
Ilha de Jesus Cristo, acreditai que quem vos diz a verdade não é bairrista nem
tem absolutamente nada contra o desenvolvimento da Ilha, bem pelo contrário, o
que defendo é um crescimento económico de todos para, dessa forma, todos sermos
mercado uns dos outros e todos termos dias melhores num futuro próximo. O que
defendem os outros que se dizem amigos e preocupados, são soluções desenquadradas,
quimeras vãs e mitos urbanos sobre a importância geoestratégica dos Açores e o
nosso desenvolvimento assente nessa mera geografia.
Os dias que se seguem não se coadunam com romantismos bacocos
ou lirismos, os dias que se seguem carecem de gente capaz de decidir de forma
pragmática e realista, os dias difíceis carecem de homens de Estado, não de
populistas sejam eles dos partidos ou
das outras corporações costumeiras, sejam eles da esquerda , da direita ou do
centro, sejam eles do Estado, da Região, das autarquias ou sejam eles até das associações empresariais ou das
empresas, dos sindicatos ou dos trabalhadores.
In Jornal DIário Insular, edição de terça-feira 17 de maio de 2022
Sem comentários:
Enviar um comentário