Sim, custa a acreditar mas consta
que é verdade e nos é “vendido” como se de um grande feito se tratasse. Um
membro do Governo que é acionista único de uma companhia aérea em francas
dificuldades, deslocou-se à sede de uma sua concorrente para a demover de
abandonar uma rota em que esta ultima concorre quase diretamente com a
primeira. A estratégia será ir “passando entre os pingos da chuva” até que a
Azores Airlines feche a porta? Deve ser! A SATA nasceu, poucos gostam de ouvir
isto, do empreendedorismo micaelense do pós-guerra. A companhia aérea, a mais
antiga de Portugal, aparece porque os micaelenses, perseverantes, lutaram muito
para combater a periferia da Ilha no contexto Atlântico da altura. Isso mesmo já
tinha acontecido com a construção do Porto de Ponta Delgada. Na verdade, São
Miguel era uma ilha periférica no contexto arquipelágico e lutava fortemente
para se libertar dos efeitos da grande depressão de 1928. Quando a companhia,
na década de 80 deixa de servir os Micaelenses para servir todos os Açorianos e
os interesses “eleiçoeiros” do seu acionista único entra no descalabro e com o
avançar do tempo nada melhorou. Falta coragem.
In Jornal Açoriano Oriental, edição de 24 de Setembro de 2019