Longe vão os tempos da indignação com as palavras de Ricardo Rodrigues que repesquei para título desta minha reflexão.
Hoje, passada a polémica com a Assembleia e com o Presidente da República, importa apenas olhar o umbigo de cada um.
Por este dias tem andado o debate animado nas redes sociais e nos "pasquins" da urbe por via de assomo de bairrismos exacerbados por causa de coisa nenhuma. Ora é uma associação de promoção dos botes baleeiros ora é a sede de uma empresa pública ora é por via dos subsídios à agricultura pagos a mais numa certa Ilha do que em outra. Esta última foi a questão que terá servido de espoleta a todas as outras.
Embora sejam conhecidos e públicos textos onde sempre defendi a existência de um Povo Açoriano e seja essa o meu desejo intimo (agora usa dizer-se wishful thinking), a verdade é que nestas alturas me interrogo se estarei no caminho certo.
Não. Não existe um "ser-se Açoriano". Cada vez mais os Açores não passam de uma referência geográfica, cada vez menos somos uma comunidade politica mas sim um amontoado de comunidades políticas, "umbiguistas" e sem qualquer preocupação com o futuro da nossa autonomia e por conseguinte da nossa existência futura como nação (já nem falo de Estado). O caso da associação dos botes, que nem devia ser caso, está com promessas públicas de ser levado às 3 assembleias municipais dos 3 concelhos do Pico onde nem entre si se põem de acordo. Está em causa um direito adquirido com a conquista da democracia em 1974, o direito de associação. A sede da tal empresa vai para a Horta mas deveria era ir para o Pico porque estatisticamente aquela Ilha tem mais 18 mil utentes. E nisso se perde essa gente e nisso se gastam as energias desse amontoado de ossos e músculos.
E até aquilo que mais nos une nos separa. Sim porque nunca se esqueçam, "o Senhor Espírito Santo da Rua D'Arquinha está-se cagando para o Senhor Espírito Santo da Rua do Passal.