Mas voltemos aos rumores e às técnicas
que por cá, na gestão da coisa publica com endemismo açórico, se estão a usar
para fazer baixa política.
Esta semana fui confrontado com um
fornecedor do serviço regional de saúde que me disse que estava com faturas
muito atrasadas e que lhe tinham informado que não podiam pagar porque a
Iniciativa Liberal (citaram mesmo foi o meu nome) não tinha autorizado o
endividamento. Já no mês passado tinha sido abordado por um empresário de outra
área e que estava à espera do pagamento de uma última tranche de um incentivo a
quem deram a mesma resposta. É tudo culpa da Iniciativa Liberal e do seu líder.
Ora esse tido de politiquice tem perna curta, muito curta mesmo, é que ando por
aí e desde que as pessoas em causa se tentem esclarecer e vou informando. Na
verdade, a Iniciativa Liberal não gere o orçamento, apenas contribui para a sua
construção e aprovação, sendo que, quer em 2022 quer em 2023, não inscrevemos qualquer
despesa nem no plano nem no orçamento, nem aprovamos propostas de outros
partidos nesse sentido. Por isso, todas as opções de despesa são da inteira
responsabilidade da maioria de governo do PSD,CDS e PPM. Na verdade, o governo
e os respetivos serviços não pagam a quem contratam o fornecimento de bens e
serviços externos porque fazem opções erradas e diferentes daquelas que estão
previstas no orçamento ou fazem despesa não autorizada. Inclusivamente,
deixamos nos dois orçamentos um artigo (artigo 5ª do DLR que aprova o Orçamento
da RAA) que permite ao Governo Regional movimentar verbas entre rubricas do
orçamento o que facilita bastante a gestão orçamental e como tal a responsabilidade
das escolhas é obviamente de quem contrata serviços sem ter como os pagar ou
paga a uns e deixa de fora outros. Não! Não
é por causa do endividamento reduzido em 143 milhões de euros no orçamento de
2022 ou no endividamento zero previsto no orçamento de 2023.
Esse tipo de politiquice, mesquinha e
assente em rumores e maldizer pode até servir facilmente os que pouco têm que
fazer e que pululam pelos corredores dos cafés com cheiro a azedo das redes
sociais e os “troll” que ocupam até páginas de perfis pessoais com informações
erradas e desconversa por encomenda, mas de nada servem os interesses desta Região
que, começa a aperceber-se, se não formos mesmo capazes de mudar algumas
atitudes , se vai tornando ingovernável sem apoio externo. Ou seja, “estamos” a
hipotecar a nossa valiosíssima autonomia. Vamos nesse caminho a passos largos,
continuam as opções despesistas e socialistas, segue em frente o plano de ir
tapando os olhos dos eleitores com obrinhas públicas de fachada e migalhas para
fazer face aos mecanismos da inflação. Seguem em frente as iluminações para as
festas, as feirinhas, as festarolas, pistas de gelo e concertos de Natal (será
que sabem o que é o Natal?) e mais umas migalhas para o povão se alimentar um
pouco melhor e sentir o estômago mais aconchegado com a caridade de alguns que
se juntam em lautos repastos de marisco e bacalhau para angariar uns trocados
para distribuir sacos de arroz e massas aos pobres. Segue em frente o plano da
antiga Roma, Pão e Circo, sendo que também foi por esse caminho que Roma caiu,
lá por volta do ano 500 depois de Cristo.
In Jornal Diário Insular Edição de 06 de dezembro de 2022