25 de agosto de 2020

Açores Livres

 

Nos meios mais autonomistas e entre os supostamente grandes separatistas e independentistas fermenta uma enorme indignação assoberbada e serôdia de “açorianidade” contra a Constituição da Republica Portuguesa. O Povo  Açoriano, não tem outra Lei qualquer que o proteja da tirania dos governantes. Ser Açoriano, querer viver como tal, não pode de forma alguma, ser um estado de submissão a um tirano, a uma autoridade administrativa, a circulares normativas ou a simples circulares informativas ou deliberações do conselho de governo que violem esses direitos, liberdades e garantias constitucionalmente consagrados. Quando isso acontece, deixa no ar a ideia de que não nos respeitamos sequer como Povo, porque aquele que se deixa governar por tirano, não merece esse epiteto. Esses ditos separatistas ou independentistas e alguns autonomistas não percebem que fazem mais contra si próprios do que contra Portugal quando se deixam à mercê dos tiranos de cá diabolizando a democracia de lá. O Independentismo não é uma ideologia, é um estado político e como tal carece de literacia política não de assomos de romantismo.

 in Jornal Açoriano Oriental, edição de 25 de Agosto de 2020

18 de agosto de 2020

Constitucionalmente.

 

    Quando se governa, seja onde for, desde que em Democracia há inerentes duas coisas. A responsabilidade de garantir equidade no acesso aos bens essenciais, alguns dos quais fornecidos pelo Estado, e a obrigação de cumprir e fazer cumprir a Lei. Quanto mais forte é o valor dessa Lei mais obrigação os governantes têm de a cumprir e fazer cumprir. A mais importante Lei de um País é a sua Constituição cuja importância decorre não só do facto de ser democraticamente aprovada mas, principalmente, por ser a única arma de defesa de um Povo contra assomos de tirania dos seus governantes. Sim porque é de tirania que se fala quando um Governante viola direitos liberdades e garantias de cidadãos em nome de outra coisa qualquer mesmo que se trate ( o que não é o caso) de bem moralmente superior. Quando esse governante é um jurista, e como tal não se pode dizer que seja ignorante, a coisa fica ainda mais grave. A violação reiterada e sistemática da Constituição da Republica Portuguesa a mando do Presidente do Governo Regional dos Açores é uma ato de tirania inadmissível num Estado de Direito Democrático.

In Jornal Açoriano Oriental, edição de 18 de Agosto de 2020


5 de agosto de 2020

Urge reciclar.


Estamos a correr para o final da segunda década do século XXI, a atravessar uma silly season de quase 6 meses e lá vamos “tontinhos” embarcando no “conto do vigário” e na demagogia das obras apresentadas à última da hora e das inaugurações apressadas. Mas esta Região de sábios e de letrados, de Antero e Teófilo, de Nemésio e de João de Melo, esta Região de tantos e tantos intelectuais, falhou com os seus mais fracos, falhou porque abandonou aqueles que mais precisam dela para se dedicar aos que, instalados numa gamela que julgam infinda, se arrogam direitos ainda maiores e fruições pouco frugais da coisa que é de todos. Uma Região que, ao fim de 24 anos de socialismo e de “paixão pela educação”, mantém uma taxa de abandono escolar precoce de 27%, devia envergonhar-se do dinheiro que gasta em betão. Vamos a votos lá para Outubro e também nessa altura seremos recordistas, desta feita da abstenção, outra questão que devia fazer corar os políticos instalados. Valha-nos que somos campeões na reciclagem do lixo. Vamos embora então reciclar também os políticos.

In Jornal Açoriano Oriental, edição de 4 de Agosto de 2020

Arquivo do blogue