28 de fevereiro de 2009

27 de fevereiro de 2009

É preciso ter lata!

Este Primeiro-ministro é, indiscutivelmente o pior chefe de governo desde a implantação da República e o único que, sobre os valores e a ética em política, devia estar calado, caladinho que nem um "morganho" num canto de uma mercearia.

Pequenos actos, grandes significados.

Tolero, ou melhor fui-me habituando a tolerar quase tudo nos políticos. Porém, 3 coisas há que não se podem relevar para segundo plano. São elas: A arrogância dos incompetentes; A prepotência dos incapazes; O aproveitamento das funções para beneficio próprio.
Vem este post a propósito de um episódio, apaixonado, passado com um Sr. Vereador com responsabilidades acrescidas na Câmara de Ponta Delgada.
Na noite de segunda-ferira gorda, quando se dirigia para uma festa particular, o Sr. Vereador quiz para o seu carrão num dos lugares destinados ás viaturas oficiais da Câmara. Acontece que já outros cidadãos que estavam na mesma festa particular, tendo em contra tratar-se de véspera de feriado e noite de carnaval, já tinham os lugares todos ocupados.
Vai daí, o sr. Vereador que devia ter ido à procura de uma outro lugar ou até mesmo do parque subterrâneo, irritado com o facto, resolve interpelar o agente da PSP que faz guarda ao Banco de Portugal para que esse multasse os cidadãos transgressores (se é que nesses dias se pode falar de transgredir ao facto de estacionar em lugares reservados).
Num primeiro momento, o agente nem queria acreditar o que estava a ouvir. Afinal, o Sr. Vereador ia para uma festa particular de carnaval, não ia trabalhar par a Câmara.
Depois, recebeu uma ordem do comando da PSP para multar os carros estacionados nos lugares reservados à Câmara, o mesmo não se passou com os lugares reservados pelo resto da cidade, incluindo os lugares da Policia Judiciária.
Prepotência, arrogância e pior que tudo, querer para uso particular prorrogativas inerentes ao desempenho de um cargo público.
Já sei que me vão dizer que isto é uma minudência. É verdade. Contudo, é pelas pequenas coisas que se medem os grandes Homens e é também por essas minudências que se denunciam as faltas de caracter.

26 de fevereiro de 2009

Tullius Detritus.




Por vezes a ficção serve de referência aos políticos. No caso dos socialistas açorianos o caso é mais grave, uma vez que esta governação não é mais que pura ficção. Vai daí, o César – ávido imitador do seu homónimo da Antiguidade – lembrou-se de ressuscitar a figura do Marcus Tullius Detritus, um intriguista da pior espécie que surge no 15.º volume da colecção do Astérix (A Zaragata).

Na peripécia original, o Marcus Tullius Detritus - reputado criador de desavenças e mal-entendidos - tenta semear a discórdia na aldeia gaulesa do Astérix. Depois de muitas confusões, o Detritus é desmascarado e as legiões de César são novamente vencidas.

Na adaptação açoriana desta aventura do Astérix, o papel do Marcus Tullius Detritus é desempenhado pelo Dr. André Bradford, distinto Secretário da Presidência, que não encontrou melhor ocupação que citar as poucas referências que fiz às outras forças da oposição açoriana no livro que escrevi o Verão passado: “Excertos de uma Oposição Monárquica ao Regime Cesarista Açoriano”.Este livro é, em mais de 99% do seu conteúdo, dedicado à denúncia – que se pretende bem-humorada - do actual regime cesarista açoriano.

O propósito do Detritus açoriano é causar a discórdia no campo da oposição parlamentar. De certa forma, a reacção da Mercearia César mostra que a estratégia está a resultar.Não deixo, no entanto, de reconhecer que alguns dos meus artigos podem ser considerados autênticos casus belli por parte dos visados. Ainda assim, a minha atenção continuará totalmente centrada no combate político ao cesarismo açoriano. Nem sequer tenho tempo para mais nada.

O Dr. André Bradford também deveria ter mais que fazer. Não acha?

Publicado por Paulo Estevão em 25 de Fevereiro de 2009

25 de fevereiro de 2009

Dos primórdios da 2ª autonomia.

Henrique de Aguiar Oliveira Rodrigues é uma figura incontornável da política e cultura açorianas e um “indomável” pensador livre, essa, talvez, a sua faceta que mais admiro.
O seu mais recente trabalho editado, “Intervenção Política”, edição do autor à venda pela simbólica quantia de 12€, constitui um indispensável documento histórico para a compreensão do período pré-autonómico, nomeadamente sobre a Junta Regional dos Açores ou, tal como era conhecida, Junta Governativa, nada e criada em pleno “Verão quente de 75”.
Chegado a páginas 239, todo o processo autonómico está reduzido numa última e lapidar frase: ”A mediocridade é o nosso maior inimigo!”.

24 de fevereiro de 2009

Actualidade

"Demócrito ria, porque todas as coisas humanas lhe pareciam ignorâncias; Heraclito chorava, porque todas lhe pareciam misérias: logo maior razão tinha Heraclito de chorar, que Demócrito de rir; porque neste mundo há muitas misérias que não são ignorâncias, e não há ignorância que não seja miséria".
Padre António Vieira
Roma, 1674

19 de fevereiro de 2009

Sim, porque eu não quero.

E devia escrever sobre a condenação da “raia miúda” e do “safanço” dos tubarões. Mas não me apetece.
Eu devia escrever sobre a lastimável semana parlamentar. Mas, não me apetece.
Eu devia escrever, outra vez, sobre a incompetência do Governo regional no caso dos pagamentos aos agricultores e pescadores. Mas, não me apetece.
A minha liberdade é poder dizer que não escrevi sobre o que toda a gente esperava que eu escrevesse porque não quero.

18 de fevereiro de 2009

"Obrigadinho ó Silva!"


Mais um excelente trabalho do wehavekaosinthegarden.

CDSC

O Santa Clara está à beira de conseguir uma nova subida à 1ª liga. Estamos prestes a assistir a uma invulgar afluência de políticos ao Estádio de São Miguel.

17 de fevereiro de 2009

Posta fora de tempo mas ainda na moda.

The Show Must Go On
O “documentário” emitido pela SIC sobre quatro proeminentes magistradas (já agora, o mesmo teria ficado bem melhor na SIC Mulher…) do Ministério Público foi em meu entender mais um episódio daquilo a que magistrados não se deviam prestar. Foi mais uma pedra no já sólido muro da pessoalização da máquina judiciária e mais alimento para a ideia corrente, tão perigosa como errada, de que o sistema precisa é de ícones, de heróis e, pior ainda, de heróis justiceiros capazes de vergar pessoas de consequência. Numa altura em que, com ou sem fundamento (não importa para aqui), o país é abalado por suspeições que atingem o coração do Estado, em que ocorrem sistemáticas fugas de informação processual, em que cartas rogatórias surgem escarrapachadas na net e em que cresce o coro acéfalo (e não raro cobarde, pois sabe-se que os magistrados estão sujeitos, devem estar, a um dever de reserva que obsta a respostas "na mesma moeada") dos que engoliram a cassete com a história de que "a Justiça não funciona", dispensar-se-ia gostosamente mais este happening. Do qual só concluo que, em relação a alguns, é cada vez mais óbvia a confusão entre autonomia institucional e autonomia pessoal.
Um excelente texto do Pedro Soares de Albergaria no Sine Die.
Fico à espera de um texto, tecnico-político, sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo.

12 de fevereiro de 2009

Regalado com a desgraça dos outros.

O primeiro-ministro, ontem no debate quinzenal, congratulou-se com o facto do programa de apoio à PMEs ter esgotado os plafonds em apenas um mês.
Ao que chegamos, o primeiro-ministro regalado com a desgraça dos outros.

Acabar com os ricos ou com os pobres?

Dois dias de trabalho de campo têm-me mantido afastado dos computadores e por isso dos blogues. Porém, graças á ubiquidade da rádio, não longe das baboseiras gerais que os nossos políticos vão vociferando.
Ouvi o primeiro-ministro de Portugal a dizer que ia apanhar os ricos, sabe eles quem são e outras coisas assim do tipo fleumático e demagógico, ano de eleições a quanto obrigas.
Tinha ouvido, há dias, outros políticos socialistas entre eles o presidente do Governo dos Açores, falarem das suas preocupações com os novos pobres. Novos pobres que eles fizeram, eles e só eles com a sua regulação e obcessão com investimentos desadequados mas "eleiçoeiros".
Ouvi também, Soares o principal “coveiro” do estado e que participou nos últimos 30 anos de desgovernação deste "lugar mal frequentado", falar do “fim do neo-liberalismo e do regresso ao socialismo democrático”. É preciso ter lata. Como se não fosse precisamente do socialismo democrático e do excesso de regulação que todos nós estamos reféns, o que nos falta é liberdade, liberalismo, neo-liberalismo e menos estado social onde deve ser o sector privado a fazer e a destinar.
Mas foi a abscessão de Sócrates com os ricos que mais me assustou. Lembrei-me então de Otelo, o otário que refundou esta porcaria a que chamam estado.
Otelo, nos setenta do século passado, foi convidado para ir à Suécia e lá foi “botar faladura” sobre os desígnios do Portugal pós 25. No jantar em que estava presente Olof Palmer, primeiro-ministro sueco e tido como um dos pais da social democracia. Otelo, ao discursar, terá dito que em Portugal estavam a tentar acabar com os ricos. Ao ouvir Otelo, Palmer, num sobressalto terá proferido as palavras sábias que ainda hoje cito de cabeça: "Vocês tentam acabar com os ricos, enquanto que nós há 30 anos que tentamos acabar com os pobres".
Pois eles foram ficando cada vez mais ricos e nós cada vez mais pobres. 30 anos de divergência nos indicadores económicos e sociais com os nossos parceiros da União é a triste história do Portugal social-democrata e regulador obsessivo compulsivo.

Boa sugestão.


Em vez de construírem, em Santa Maria, um campo de golfe nos melhores terrenos agrícolas da Ilha, podem sempre juntar o útil ao agradável e construírem o campo de golfe nos terrenos contíguos ao aeroporto. Nem havia custos com expropriações nem problemas económicos futuros com a redução do sector agrícola.

10 de fevereiro de 2009

Manhã de inverno quase verão.

Coroa da Mata 2009.02.10
Miradouro da Corôa da Mata, esta manhã, enre o dol nascente a a lua poente.

Vale das Furnas

Vale das Furnas, vale de ... porra nem acredito que ia escrever essa palavra.

9 de fevereiro de 2009

Mário Crespo no JN

Está bem... façamos de conta

Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.

Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos.

7 de fevereiro de 2009

Corvo, sempre e só no Corvo.

O Manuel substitui o Fernando.
Nunca se percebeu bem como foi que o PS caiu na desgraça de candidatar o Fernando à Câmara do Corvo. Menos ainda se percebeu como foi possível o Fernando ganhar as eleições. Contudo, incompreensível mesmo, é o facto do Fernando ter-se “aguentado” 4 anos Presidente de câmara. Enfim coisas da politica corvina que nunca têm explicação nos manuais de ciência politica.
Depois de ter passado quase quatro anos com uma única bebedeira, o PS resolveu partir para a busca de um novo candidato. Um candidato de peso. Como quem não tem cão caça com gato e quem não tem gato recorre ao murganho e quando o murganho não serve vai-se ao cão do vizinho, o PS foi às hostes do PSD recuperar o seu carismático ex-autarca Manuel Rita.
Acontece que, nesta terra de Cristo, há quem tenha memória e se lembre daquilo que o PS dizia do Manuel Rita quando este era Presidente de Câmara. Espera-se, assim, dos verdadeiros socialistas corvinos que se recordem dos escândalos que o secretário-geral do PS Carlos César denunciava em 1995.

Voltas do Canário

Voltas do Canário
São Miguel-Açores

Lagoa de Pau Pique.

Lagoa de Pau Pique
São Miguel-Azores

5 de fevereiro de 2009

Eu gostava de ter tido tempo para escrever isto.

40 anos 40

O maior cronista da blogosfera de endemismo açórico, completa, hoje, 40 radiosas primaveras.
Bem haja João Nuno Almeida e Sousa.

140 anos de Diário dos Açores.

O Dário dos Açores completa hoje 140 anos. Parabéns aos seus colaboradores de agora e de sempre, de entre os quais recordarei sempre com enorme amizade Silva Júnior. Foi com ele que comecei a minha vida nos jornais, ia alto o verão de 1983 quando num encontro casual o Sr. Silva Júnior me convidou a colaborar com o Diário. Nesse verão e mais uns verões a seguir, trabalhei ali, naquela redacção, a custo zero, com o Sr. Raposo e com Silva Júnior.
Não havia computadores e as máquinas de escrever eram do tempo da II Guerra. Era quase tudo, escrito manualmente e passado aos tipógrafos.
O Diário resiste graças ao empenho dos seus empresários e colaboradores.
Neste seu 140º aniversário é lançado o seu novo conteúdo na rede, acompanhando assim, as novas tecnologias e as chamadas "auto-estradas da informação".
Bem haja quem faz por manter um título na rua todos os dias.

4 de fevereiro de 2009

Quem não tem cão caça com gato.

Branquear só suja
O licenciamento do Freeport não foi linear – a partir da demissão de Guterres, deu-se uma correria desaustinada, cuja única motivação visível era conseguir a sua aprovação antes das eleições.
As declarações do tio e os e-mails do 'filho do tio' de Sócrates, tal como os que foram trocados pelos responsáveis da empresa entre Portugal e Inglaterra, aludindo expressamente ao pagamento de 'luvas', não foram engendrados por sinistros 'poderes ocultos' – isso foi feito pelos próprios e tem de ser investigado. Pôr uma lápide sobre assuntos tão duvidosos é fatal para a Democracia.
Politicamente, reduzir a questão à alternativa entre um regime que se conspurca a olhos vistos e o surgimento de um aspirante a Mussolini é a forma mais viciada de manter tudo como está.

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