31 de julho de 2008

Era tão bom se fosses um simples gazolineiro de Boliqueime.

Apetece-me puxar um pouco (bastante) dos galões para lembrar aos mais esquecidos que eu não votei nesse pau-de-canela mal enrolado que dá pelo nome de Aníbal Silva. Lembro assim os “novos” autonomistas de ocasião e os “velhos” sem memória que são os grandes culpados da “fita” que estamos a assistir de há meses a esta data.
Os primeiros, personificados em Carlos Cesar, renegando os princípios que fizeram deles políticos, apoiaram o decrépito Soares com medo de eleger um Socialista para Belém. Os segundos, pela mesma razão, incorreram no duplo erro de apoiar um declarado, assumido e mais do que conhecido inimigo das autonomias regionais e um habilidoso cooperante com tiques autoritários.
Enfim, Portugal é governado por gente dessa. Um que saiu de Boliqueime mas Boliqueime nunca o largou. O Outro vive ainda amarrado às assinaturas em projectos alheios e numa licenciatura de favor.
E por cá? “Valha-nos a nossa Senhora D'Agrela que não há santa coma Ela.”
PS: Não falo dos alegados erros das Assembleias Regional e da República por duas razões, a saber;
1- Nunca gostei de “malhar” nos mais directos representantes do Povo, eles são o nosso reflexo;
2- Quero acreditar que os artigos declarados inconstitucionais foram redigidos e aprovados por unanimidade nas duas câmaras mais a propósito de testar a constituição do que por incompetência.

Partidas e chegadas.


São Lourenço Bay-Santa Maria Island-Azores

30 de julho de 2008

Estatuto vai pelo cano de esgoto.

A “potência colonial” revela mais uma das suas facetas centralistas. Por mim, pouco importa, afinal autonomia não se faz no papel, faz-se onde exista um açoriano com orgulho de o ser.
Ah! Só mais uma coisa de pormaior. Isto acontece porque ouve muita leviandade e pouca seriedade no trabalho feito na Assembleia Regional. Tanta unianimidade só podia dar em porcaria.

29 de julho de 2008

Horas que parecem dias.

Reprodutor Charolês

O dia começou com um excelente pequeno almoço. A minha manada entendeu abrir uma brecha na vedação e ir passear-se para a mata contigua. Foi uma correria entre as árvores e arbustos para trazer de volta quase quarenta cabeças de gado em debandada e com falta de vontade de trocar a sombra e os ramos frescos dos incensos pelo sol do prado quase seco neste verão adiantado.
Pior foi convencer a bisarma que a foto representa que tinha mesmo que ser. Fitou-me um par de vezes. Senti que, à primeira hesitação, atirava-me pelo ar. Resisti estoicamente sem que me coubesse um palhinha no tal sítio. No fim tudo acabou bem, deitou-se cansado e deixou-se fotografar.
Deixo Santa Maria entregue aos cagarros, servidos de areia e com o gado entregue ao meu dedicado colaborador Carlos Oliveira, um “rabexim”mais cagarro que corisco que interrompeu as suas merecidas férias para eu puder ir ao casamento mais badalado do ano.
Eles têm uma casa com vista para o mar, uma gata, ou duas não sei e mais uma série de coisas em comum. Faltava mesmo era dar o nó e a imprescindível festança.

28 de julho de 2008

Ontem em "estação tontinha"

2008.07.27 Figueiral 036
Era Domingo. Festa de Almagreira, Nossa Senhora do Bom Despacho. Andamos por aí. O Dia acabou com um excelente pôr-do-sol e um Lírio assado no forno.

27 de julho de 2008

25 de julho de 2008

Barack Obama dixit

"Sei que não passei muito tempo aprendendo os caminhos de Washington. Mas estive lá tempo suficiente para saber que esses caminhos precisam mudar."
A isto, em português vernáculo de Homens, chama-se, entre outras coisas: Cuspir na própria sopa. Ou então : Morder a mão que lhe deu de comer. Ou talvez ainda: Comer na isca e cagar no anzol.
Enfim, questões de caracter, espinha dorsal, vergonha na cara. Enfim coisas que uma certa espécie de político, à qual pertence Obama, não sabe o que é nem para que serve.
Infelizmente, quem vota na América não são os Europeus. É que eu até gostava de ver a grande Nação Americana entregue a essa "bicharada."

...



Jormal Diário

Nestas ocasiões apetece-me desaparecer. A auto-censura é fo......

24 de julho de 2008

Parabéns ao Burgalhau.

Burgalhau é pedra solta mas também é um blogue feito na Ilha Graciosa que faz hoje 2 anos de postas e de execicio do contraditório numa Região onde, cada vez, é mais fácil estar na situação do que na oposição.
força.

23 de julho de 2008

Para ler e fazer a necessária reflexão.




2008-07-21

O homem, jovem, movimentava-se num desespero agitado entre um grupo de mulheres vestidas de negro que ululavam lamentos. "Perdi tudo!" "O que é que perdeu?" perguntou-lhe um repórter.
"Entraram-me em casa, espatifaram tudo. Levaram o plasma, o DVD a aparelhagem..." Esta foi uma das esclarecedoras declarações dos autodesalojados da Quinta da Fonte. A imagem do absurdo em que a assistência social se tornou em Portugal fica clara quando é complementada com as informações do presidente da Câmara de Loures: uma elevadíssima percentagem da população do bairro recebe rendimento de inserção social e paga "quatro ou cinco euros de renda mensal" pelas habitações camarárias. Dias depois, noutra reportagem outro jovem adulto mostrava a sua casa vandalizada, apontando a sala de onde tinham levado a TV e os DVD. A seguir, transtornadíssimo, ia ao que tinha sido o quarto dos filhos dizendo que "até a TV e a playstation das crianças" lhe tinham roubado. Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro público não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência. A culpa não é só de quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul. É inexplicável num país de economias domésticas esfrangalhadas por uma Euribor com freio nos dentes que há famílias que pagam "quatro ou cinco Euros de renda" à câmara de Loures e no fim do mês recebem o rendimento social de inserção que, se habilmente requerido por um grupo familiar de cinco ou seis pessoas, atinge quantias muito acima do ordenado mínimo. É inaceitável que estes beneficiários de tudo e mais alguma coisa ainda querem que os seus T2 e T3 a "quatro ou cinco euros mensais" lhes sejam dados em zonas "onde não haja pretos". Não é o sistema em Portugal que marginaliza comunidades. O sistema é que se tem vindo a alhear da realidade e da decência e agora é confrontado por elas em plena rua com manifestações de índole intoleravelmente racista e saraivadas de balas de grande calibre disparadas com impunidade. O país inteiro viu uma dezena de homens armados a fazer fogo na via pública. Não foram detidos embora sejam facilmente identificáveis. Pelo contrário. Do silêncio cúmplice do grupo de marginais sai eloquente uma mensagem de ameaça de contorno criminoso - "ou nos dão uma zona etnicamente limpa ou matamos." A resposta do Estado veio numa patética distribuição de flores a cabecilhas de gangs de traficantes e autodenominados representantes comunitários, entre os sorrisos da resignação embaraçada dos responsáveis autárquicos e do governo civil. Cá fora, no terreno, o único elemento que ainda nos separa da barbárie e da anarquia mantém na Quinta da Fonte uma guarda de 24 horas por dia com metralhadoras e coletes à prova de bala. Provavelmente, enquanto arriscam a vida neste parque temático de incongruências socio-políticas, os defensores do que nos resta de ordem pensam que ganham menos que um desses agregados familiares de profissionais da extorsão e que o ordenado da PSP deste mês de Julho se vai ressentir outra vez da subida da Euribor.
Mário Crespo no Jornal de Notícias

19 de julho de 2008

Quinta do Bill no "quintal" de Cesar.




Se há obra pública cuja utilidade e necessidade tenho sérias dúvidas, esta é uma delas. Manifestei-o em tempos e repito-o agora que a mesma se vai inaugurar com direito a foguetório e concerto musical, mesmo sabendo que quem a vai pagar, literalmente, são as gerações vindouras. As mesma gerações que vão pagar o caro preço do desenvolvimentismo assente em betão, aço e na delapidação do património natural regional.
Já nem falo no custo ambiental, esse é dificilmente quantificável e também já sabemos que o primeiro Governo a criar uma secretaria regional para o ambiente, é aquele que maiores atentados ambientais tem perpetrado, tudo isso sobre o olhar de “carneiro mal morto” dos activistas de outros tempos.
Num futuro muito próximo, o modelo de mobilidade dos Açoreanos (Micaelenses em especial) terá que ser alterado, não há riqueza gerada nestas Ilhas que aguente, sistematicamente, a manutenção artificial dos preços dos combustíveis derivados do petróleo.
Lisboa, segundo dados recentes da estradas de Portugal, já está a receber menos 60.000 carros por dia, redução essa que é atribuída ao elevado custo com os combustáveis e manutenção das viaturas, isso associado à resseção da economia que reduz o volume de transportes de mercadorias e bens. Nos Açores a tendência é igual. Mas, mesmo que não seja, admitamos, o tráfego hoje gerado entre os Concelhos de Lagoa e Ribeira Grande é, praticamente inexistente e tendencialmente para reduzir ainda mais, a lagoa transforma-se, aos poucos num dormitório de Ponta Delgada e numa extensão da mesma.
Pensar que o Trafego entre Ponta Delgada e Ribeira Grande se vai mudar para a nova estrada é um erro, ou um sonho, mas não vai. Admito que no inicio, por ser novidade, alguns automobilistas o farão. Contudo, rapidamente perceberão que a viagem se torna não só mais longa como proporcionalmente mais cara, isso embora possa ser mais rápida. Neste caso, tempo não é dinheiro, é custo com combustível, um bem cada vez mais caro e escasso.
Fui defensor duma intervenção profunda na actual estrada que liga Ponta Delgada à Ribeira Grande, o meio de comunicação mais importante dos Açores, onde passam mais mercadorias do que nos navios da Mutualista, Transinsular e Boxline juntos, foi um erro, grosseiro, não optar por essa solução.

2028

(...)Muito mais importante será o destino colectivo do povo açoriano, então já devidamente reconhecido uma vez que, e esta é também uma certeza, Cavaco Silva não será o Presidente da República. (...)

18 de julho de 2008

No Expresso das Nove de hoje. Açores 2028

A maioria das pessoas circula no comboio eléctrico de superfície que liga as capitais do Norte e do Sul às Capelas e Lagoa. Fico ainda mais satisfeito. É a eficiência energética a funcionar. Hoje, a maioria dos carros são eléctricos, tenho alguma dificuldade em explicar ao meu filho mais novo, que fez vinte e dois anos no outro dia, que em tempos gastávamos uma boa parte do orçamento familiar em gasolina e gasóleo, delapidando um recurso escasso e caro e poluindo o ar. Absurdos que eles não entendem, um dia ainda vão dizer que não foi verdade. Também é difícil explicar que até aos finais do século XX vivemos da economia da vaca. Olhando os milheirais espigados neste Julho quente, é difícil acreditar que, em tempos não muito remotos, importámos milho para fazer alimentos compostos e concentrados, para dar de comer intensivamente às vacas e exportarmos leite e lacticínios de baixo valor acrescentado. Felizmente, houve uma crise que nos obrigou a mudar de atitude. Caso contrário, seguiríamos elaborando em cima do mesmo erro ad eterno.

Hoje, é com tristeza que vejo um sector do turismo a continuar a investir e a desenvolver-se sem estratégia definida. Continua a ser caro viajar de e para os Açores e a quimera da nossa gente continua a centrar-se no que vem de fora em vez de olhar para o que se pode fazer cá dentro. Seguimos exportando capital e mão-de-obra. Terceira, Santa Maria, Faial e S. Miguel estão cheias de golfistas, que se movimentam entre os buracos 1 e 18 de um qualquer campo e acabam num resort que dá emprego a umas dúzias de empregadas de limpeza, mesa e bar. Deixámos de ser pobres agricultores remediados para sermos pobres e servis empregados de hotelaria com conta ordenado a vencer ainda antes do dia do pagamento. Ganham os bancos. Sempre os bancos.

Vá lá que as reservas da bioesfera das Flores, Corvo e Graciosa se mantiveram preservadas dessa "diarreia construcionista" rumo ao turismo massificado. São autênticos oásis verdes de cheiros mesclados entre as amoras silvestres, a uva-da-serra e o cedro do mato. São oásis nesse deserto de betão e vias rápidas largando calor e cheiro a alcatrão derretido. S. Jorge e Pico ficaram ali entaladas num triângulo que se voltou de costas em lugar de se juntar. Sempre ouvi o meu avô dizer que o Pico era a ilha do futuro. Que futuro? Durante séculos o presente não teve futuro numa ilha onde nem as vacas querem viver, porque o Inverno é áspero e o Verão rigoroso. Ouço estórias de velhos caçadores de atuns, como ouvi há mais de trinta anos verdades fantasiadas e realidades distorcidas sobre a saga dos caçadores de baleias. Sabes, os políticos continuam iguais a si mesmos, iguais a um Povo atemorizado por medos atávicos e pela fome. Esta aguça o engenho, mas, aqui, há muitos anos que não há fome porque o Povo vive de esmolas chamadas favores políticos e subsídios da segurança social.

Nunca perco a esperança de mudar as coisas mas os 62 anos já me pesam bastante e ainda vou ter que trabalhar aqui até ao fim dos meus dias, que já não tenho idade para emigrar.

Há lá mais textos de outros bloggers a não perder. Futurologia não é bem o meu forte. Daí, esta crónica é mais um pensamento desejado do que um exercicio de futurologia por um lado e por outro um temor pelos resultados da aposta no turismo desenfreado.

Falha no oxigênio a norte.Uma carta que não dispensa leitura e reflexão.


Partido Popular Monárquico – Açores


Exm(o) Senhor
Presidente do Governo Regional dos Açores
Palácio de Santana – R. José Jácome Corrêa

9500-077 Ponta Delgada

Em entrevista recentemente realizada na RTP/Açores – e para negar a existência, na Região, de um ambiente de falta de liberdade e de perseguição política a membros da oposição – referiu que estava muito atento a este tipo de comportamentos e que interviria sempre que deles tivesse conhecimento.
A análise que faço é que não o faz, embora tenha perfeito conhecimento dos abusos que se cometem, a este nível, um pouco por toda a Região. Decidi dirigir-lhe este ofício para que não possa voltar a alegar desconhecimento de perseguições cuja motivação é, essencialmente, política.
Dou-lhe o exemplo da perseguição política que eu e a minha família sofremos, actualmente, às mãos da Secretaria Regional da Educação e Ciência e da Câmara Municipal do Corvo.
Desde meados do ano 2007, que o Presidente da Câmara Socialista do Corvo e o vereador a tempo inteiro afirmam, publicamente, que serei profissionalmente afastado da ilha do Corvo (a motivação é inteiramente política devido à ameaça política que represento). Destes factos tenho várias testemunhas que conto apresentar no âmbito da queixa-crime que apresentarei no âmbito deste processo.
Desta pressão política local dei conhecimento ao Secretário Regional da Educação e Ciência no âmbito de várias exposições que fiz para tentar clarificar o processo eleitoral e, assim, tentar evitar a anunciada intervenção política. Sinteticamente o processo teve as seguintes fases:

1) A primeira fase em que se solicitou a possibilidade de se realizarem eleições livres, democráticas e pluralistas para o Conselho Executivo da Escola Básica Integrada Mouzinho da Silveira, com a inerente possibilidade de apresentação de várias listas.
O problema residia no facto de apenas existir um professor do quadro do 1.º ciclo na Escola do Corvo (de acordo com a lei os conselhos executivos têm de integrar pelo menos um docente do 1.º ciclo).
Mesmo tendo em conta que assim se provocaria uma situação de lista única, que a docente do primeiro ciclo pretendia pedir transferência e que, em actos eleitorais anteriores, tal não tinha sido exigido, a Secretaria Regional da Educação e Ciência manteve a exigência da obrigatoriedade da lista concorrente integrar um docente do 1.º ciclo;

2) No dia 28 de Maio de 2008, uma lista liderada pela professora Deolinda Estêvão (que é a minha mulher), integrando a docente do 1.º ciclo, ganhou as eleições para o Conselho executivo da Escola Básica Integrada Mouzinho da Silveira com um total de 18 votos em 19 possíveis. Ficava, assim, eleita a lista concorrente por um período de três anos;

3) No dia 5 de Junho chegou a inevitável e aguardada intervenção política, sem que durante o processo eleitoral tivesse surgido qualquer problema processual, reclamação ou qualquer outro incidente, a Direcção Regional de Educação mandou suspender a tramitação do processo eleitoral com base num pressuposto telefonema da própria docente do 1.º ciclo a afirmar que não pretendia exercer o cargo para o qual fora eleita. A autoria do telefonema foi desmentida e a mesma docente confirmou, por escrito, que pretendia cumprir o mandato;

4) Sem que tivesse sido realizado qualquer inquérito à docente do 1.º ciclo e tendo sido fornecida à DRE um número de telemóvel (961910354) a partir do qual a docente foi ameaçada de um processo disciplinar por alguém que se fez passar por Directora Regional de Educação – tendo-se mesmo solicitado à DRE que pedisse uma investigação policial – a Direcção Regional de Educação manteve a acusação anterior, mesmo na posse de documentos escritos que provavam o contrário, tendo mesmo juntado o argumento do interesse público a um parecer em que solicitava a não homologação dos resultados eleitorais (12 de Junho);

5) Escudado no parecer da DRE, o Presidente da Assembleia de Escola e putativo candidato do PS local ao Conselho Executivo da Escola do Corvo, que é também Presidente do Conselho de ilha do Corvo, cunhado do Presidente da Câmara Municipal e marido da Presidente do Grupo Municipal do PS na Assembleia Municipal do Corvo, não homologou os resultados eleitorais (tendo tomado essa decisão antes de uma reunião da Assembleia de Escola que tinha sido convocada para esse efeito);

6) Concretizado, ao melhor estilo de Mugabe, a anulação de um resultado eleitoral que não agradou ao Partido Socialista – na medida em que garantia a permanência da minha mulher (militante e autarca do PPM na ilha do Corvo) na presidência do Conselho Executivo da escola do Corvo, por um período de três anos, adiando assim, em demasia, a nossa total expulsão deste círculo eleitoral – marcou o Presidente da Assembleia um novo acto eleitoral;

7) No acto eleitoral, realizado no âmbito da Assembleia de Escola, tornou a ganhar a docente Deolinda Estêvão, tendo a mesma obtido 11 votos em 13 possíveis. A grande diferença é que o mandato da Assembleia tem a duração de apenas um ano, sendo que as próximas eleições para o Conselho Executivo se realizarão no período que antecede as próximas eleições autárquicas;

8) Concretizada a obtenção de um mal menor para o PS/Açores – um mandato de apenas um ano, em vez dos três democraticamente alcançados – o processo continuou com a nomeação, por parte da presidente do órgão de gestão, dos respectivos vices-presidentes.
A docente Deolinda Estêvão indicou, nos termos da lei, os mesmos docentes que tinham integrado a lista vencedora no primeiro acto eleitoral. Desmascarada, uma vez mais, a farsa da desistência da docente do 1.º ciclo (que tornou a notificar a DRE do seu interesse em exercer o cargo em regime de comissão de serviço, conforme contempla a lei), a Direcção Regional de Educação nem assim se coibiu de não homologar a nomeação da docente do primeiro ciclo.
Utilizou, para esse efeito o argumento do bem público que, curiosamente, não foi aduzido na primeira intervenção de 5 de Junho e que só surgiu, em desespero de causa, no dia 12 de Junho (14 dias depois da vitória eleitoral, com 18 votos em 19 possíveis, da lista concorrente);

9) Em ofício datado de 20 de Junho de 2008, a Direcção Regional de Educação notificou a Escola de que a eleição e indicação das docentes Deolinda Estêvão e Hermínia Coelho para, respectivamente, Presidente e Vice-presidente da Comissão Executiva Provisória, ficava homologada, não sendo homologada a nomeação da docente do 1.º ciclo. Em relação a este último ponto dizia textualmente o ofício: “solicita-se a V. Ex.ª o melhor empenhamento no sentido de, junto da docente eleita presidente da comissão executiva provisória, ser indicado, o mais rapidamente possível, um outro docente em substituição da docente Fátima Salgado (a docente do 1.º ciclo)”;

10) Em reunião realizada no dia 8 de Junho, na Escola Básica Integrada Mouzinho da Silveira na ilha do Corvo, o Secretário Regional da Educação e Ciência especificou à Presidente que não existindo qualquer outro docente do quadro do 1.º ciclo em exercício de funções na escola poderia ser nomeado, para o cargo de vice-presidente em falta, qualquer outro docente, com excepção dos docentes colocados por pelo menos três anos noutra escola. Interessante foi a sugestão que o Secretário Regional fez para a realização de novas eleições já em Setembro. Quantas vezes precisa de ganhar alguém, que não seja do PS, para poder exercer um cargo para o qual se foi eleito, por duas vezes, de forma democrática?

11) Testando estas palavras (para as quais existem duas testemunhas), a Presidente do órgão de gestão indicou no dia 10 de Junho de 2008, ao abrigo do n.º 5 do artigo 66.º do Decreto Legislativo Regional n.º 12/2005/A, de 16 de Junho, alterado e republicado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 35/2006/A, de 6 de Setembro, o meu nome para o cargo, ainda por preencher, de vice-presidente da Comissão Executiva Provisória da Escola Básica Integrada Mouzinho da Silveira;

12) Em ofício datado de 11 de Julho, a DRE não homologa a minha nomeação porque, alega, a nomeação terá de incidir sobre um outro docente do 1.º ciclo (que não existe na escola depois da própria DRE ter afastado o único que reunia essas condições).
Depois, indica, deverá ser nomeado um docente do 1.º ciclo que inicie funções no próximo ano lectivo. Evidentemente que esta decisão é totalmente ilegal, pois o número 6 do artigo 65.º do Decreto Legislativo Regional n.º 12/2005/A, de 16 de Junho, alterado e republicado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 35/2006/A, de 6 de Setembro (Regime Jurídico de Autonomia e Gestão das Unidades Orgânicas do Sistema Educativo) estabelece que o presidente e os vice-presidentes eleitos (ou nomeados) terão de estar em exercício de funções na escola, o que não é, manifestamente, o caso de docentes que iniciam as suas funções apenas a 1 de Setembro de 2008.
Seguindo a lógica da DRE – que considero ilegal, atentatória da autonomia da gestão democrática das escolas e totalmente arbitrária – e considerando que a única docente do 1.º ciclo não poderia, em nenhuma circunstância (só se soube agora), vir a integrar a Comissão Executiva Provisória e também nenhum dos outros docentes da escola (também só se soube agora, alegadamente por não serem do 1.º ciclo), por que razão sugeriu a Direcção Regional de Educação, no parecer que elaborou para este efeito, a realização de eleições na Assembleia da Escola?
Não seria lógico que, no parecer de 12 de Junho, tivesse a DRE sugerido a homologação das duas docentes sobre as quais não tinha objecções e mandado aguardar pelo início de funções dos novos docentes do 1.º ciclo (no novo ano lectivo) para que fosse efectuada a necessária cooptação do vice-presidente em falta (conforme acabou por fazer agora).
Se a situação não tinha saída – nem a docente do primeiro ciclo, nem qualquer outro docente poderia vir a ser o “3.º elemento” – por que razão se mandou repetir eleições (que diminuem o mandato de três para um ano) e se colocaram os candidatos num labirinto impossível de objecções sucessivas.
Este enigma nunca teve solução porque o objectivo político da DRE foi, desde o início do processo, impedir a eleição da docente Deolinda Estêvão (ou de mim próprio) ou, pelo menos, diminuir a duração do respectivo mandato.
A hipocrisia e a manipulação efectuada pelo Secretário Regional de Educação, ao longo de todo o processo, é algo de vergonhoso. Foram afastadas pessoas e iniciados processos de intenção com base em boatos.
Anularam-se eleições sem qualquer base jurídica e inviabilizaram-se nomeações de forma absolutamente ilegal. Mentiram, manipularam e pressionaram para alcançar um fim político: a minha – e a da minha família – eliminação física da ilha do Corvo (se eu for afastado da ilha sabem que a minha mulher e os meus filhos me acompanharão, daí a tentativa de diminuir o mandato de três para um ano).
Claro que já recorremos aos tribunais e que o voltaremos a fazer (sob a forma de queixa-crime), mas as decisões judiciais não chegarão em tempo útil.
Tudo isto não passa de um linchamento político feito às claras e sem qualquer espécie de limitação legal ou moral.
Imagine as condições em que as duas professoras estão a exercer os seus cargos. Pressionadas pelo PS – que domina o poder autárquico, regional e nacional – e a trabalhar na dependência de uma tutela (e dos seus serviços jurídicos) que lhes é completamente hostil.
Não lhe peço nada. Sou um crítico da sua acção política e não me cansarei de denunciar o carácter não democrático do seu regime que tem todas as características da ditadura burocrática e política salazarista.
Esperam vencer através da deportação física, da intimidação ou do esgotamento psicológico que significa exercer funções nestas condições. No meu caso, digo-lhe já, não terão sucesso. Jamais desistirei, jamais me submeterei e precisarão de me matar para me calar.
Sim, o PS/Açores persegue e intimida pessoas. Sim, o PS/Açores usa a administração regional para intimidar os militantes dos partidos da oposição. É isso que eu lhe quero dizer. É isso que eu não permito que o senhor desminta.




Ilha do Corvo, 16de Julho de 2008




O Vice-Presidente do Directório Nacional do PPM


(Paulo Estêvão)


P.S. – Do teor desta carta darei conhecimento à comunicação social.

15 de julho de 2008

Aforismo para a monocultura


Se no Sec.XVII existisse a União Europeia e as ajudas à perca de rendimento dos agricultores, os Açores eram o imenso laranjal a enterrar laranjas com “moléstia.”

Totalmente em desacordo.


(...) Tudo o que surgir para além da vaca é sempre marginal e pouco relevante para a economia regional. Em primeiro lugar, porque a área agrícola é pequena e a sua pulverização por diferentes actividades reduz, em qualquer uma delas, o acesso a economias de escala. Em segundo lugar, devido às condições climatéricas, o risco associado ao sector leiteiro, nomeadamente o de perda devido a intempéries, é muito menor do que o associado a qualquer outra actividade agrícola. Finalmente, o crescimento económico faz-se se formos capazes de produzir para exportar. No entanto, em ilhas, pequenas e afastadas dos principais mercados consumidores, a exportação tem custos de transporte elevados. (...)
Claro que eu não sou economista muito menos académico e ainda menos director de um departamento de economia e gestão da Universidade dos Açores. Contudo, permitam-me a ousadia de discordar dessa iminência que dá pelo nome de Cabral Vieira e que é um dos “contributors” por via da sua opinião, para o (mau)estado da Região.
Na verdade, mais do que incrementar as exportações, a Região precisa reduzir as importações. Basta estudar um pouquinho, um pouquinho só, o movimento de mercadorias do Porto de Ponta Delgada para perceber a urgência de medidas produtivas que permitam reduzir as importações. Antes de ter acesso a economias de escala, a Região precisa auto abastecer-se.
Enquanto, por um lado, exportamos animais vivos para abate e produtos derivados do leite de baixo valor acrescentado, importamos coisas tão ridículas como salsa, pimentos e agriões. Produtos que dão até por cima das pedras da calçada se os semearmos nas nossas Ilhas onde o clima muito mais do que tempestuoso é, na generalidade, ameno.
Mas não falemos de minudências, falemos de produções agrícolas industriais.
Para exportar uns produtos lácteos de baixo valor acrescentado, a Região investiu na agropecuária, área da agricultura que exige menos formação e menos trabalho, embora muita dedicação e submissão, é verdade. Para abastecer as fábricas e tornar as explorações minimamente viáveis e manter o nível de vida dos produtores, esses recorreram a métodos de produção intensiva que se baseiam em alimentos concentrados feitos á base de matérias primas importadas. Por exemplo, importamos, pelo menos, cerca de 100 mil toneladas de milho e soja para fazer alimentos para as vacas, transformando a nossa balança de transacções altamente deficitária.
É possível, produzir milho em grão na Região a preço inferior ao que está a ser pago neste momento nos mercados internacionais pelo milho não transgénico. Contudo, não foi feito qualquer esforço por parte dos governos e das cooperativas para aquisição de “know how”para produzir cereais com base nas novas técnicas existentes. Ao invés da dependência petrolífera que vamos ultrapassando com as energias alternativas e renováveis, não investimos na diversificação da produção agricola para fazer face à procura internacional de cereais.
Se conseguíssemos diminuir em cerda de 20 ou 30% a nossa dependência cerealífera, certamente estávamos a contribuir para o equilíbrio da nossa balança de transacções.
A Monocultura da Vaca e a nova monocultura do “camionista escandinavo” que não gosta de raves nas Portas do Mar, tem levado os Açores, ao longo dos últimos 40 anos, ao caminho sem retorno de sermos a região mais pobre da Europa.

14 de julho de 2008

For sale.


My blog is worth $25,968.84.
How much is your blog worth?

14 juillet 1789.

Texto e imagem Wikipédia.

Como os papeis no canto da secretária.

Ou seja, a única medida a tomar pelo Estado e esperar que a gente acalme lá para os lados de loures.

O Verão dos Açores a Norte.

Flores Island-Azores
Flores & Corvo Islands-Azores

11 de julho de 2008

O meu jardim.

Jardim António Borges-Ponta Delgada-S.Miguel Island-Azores
António Borges Garden-Ponta Delgada-São Miguel Island-Azores

A minha Cidade tem um Jardim. É o melhor jardim do Mundo porque é o jardim da minha cidade. É o meu Jardim, onde não pago jardineiro nem tenho que cortar a relva, nem mondar os canteiros. Pago o IMI e a Derrama, pago a taxa do lixo e do saneamento. Acabo por pagar o meu jardineiro, mas tenho o melhor jardim do Mundo à porta de casa.

9 de julho de 2008

8 de julho de 2008

Um sítio especial.

Se me dissessem que um restaurante numa cave de um hotel com 100 lugares era um sucesso eu diria que eram loucos. Mas, eu vi, esse mesmo restaurante, numa segunda-feira á noite, cheio e bem frequentado.
É um restaurante Japonês na Avenida da Boavista na “inbicta” e dá pelo nome de Góshò (Palácio Imperial).
Serve os tradicionais pratos japoneses mas, contudo, tem uma série de partos que são compromissos entre a cozinha nipónica e a cozinha tradicional portuguesa, pode levar-se algém que não aprecie comida japonesa e que pode assim, comer por exemplo uma Francesinha nipónica, uma entrada de Carne Barrosã (DOP) braseada com umas ervas crocantes que é uma autêntica delicia ou um Lombo de Bacalhau fresco ao forno com miso.
É claro que tive oportunidade de provar a grande maioria das suas especialidades numa especial deferência e na companhia da adorável Daniela e do incansável Jorge Costa, donos e gerentes do espaço a quem agradeço publicamente o jantar maravilhoso que me proporcionaram.
Um especial destaque para o sashimi de barriga de Atum Rabilo. O Toro, é uma porção de carne da ventresca do Rabilo, cortado cientificamente por quem sabe dessa poda, com uma textura aveludada pela quantidade generosa de gordura que contém.
O Góshò é um lugar muito aprazível, com uma personalidade única, um design onde não houve lugar a pormenores esquecidos e com uma ementa irrepreensível.

2 de julho de 2008

As amnésias da Nemésia

A Presidente da Junta de Freguesia dos Ginetes, Nemésia Furtado, eleita pelo PSD, foi convidada (não sei se o termo não devia ser assediada) pelo SRHE para ser sua adjunta. A dita "vendeu-se" por um “ordenadosito” um pouco melhor, esquecendo-se de algumas das coisas que disse, ainda recentemente, sobre o Governo e o PS e esquecendo-se das suas origens no PSD. Toda a gente sabe que por um prato de lentilhas se compra e se vende a melhor das consciências. Mas, também toda a gente sabe que tarde ou cedo as coisas mudam e há sempre quem esteja pronto e tenha boa memória para lembrar o nome dos vendidos e dos comprados. Eu estarei.

Muito mal vai o PS e o Governo Regional que tem que ir buscar uma Presidente de Junta do PSD para Adjunta do Secretário Regional da Habitação e Equipamentos.

Quem não tem cão, nem gato, caça com o “morganho”.

1 de julho de 2008

É isso e..., bem... um pouco de seriedade.

Voltando à absurda hipótese de terem sido gastos 2 milhões de euros na festa de inauguração das Portas do Mar.
Com 2 milhões de euros podem criar-se mais de 30 postos de trabalho e um valor acrescentado anual na ordem dos 300 mil euros.
Números que dão que pensar e para lembar aqui parte de um artigo do Nuno Sampaio no Diário Económico.
Há alguns anos que tenho para mim que existem dois requisitos essenciais capazes de alterarem profundamente a forma como se percepciona a relação entre a sociedade (os cidadãos) e o Estado. O primeiro é ter-se passado pela experiência de criação e de gestão de uma empresa, de preferência de pequena ou média dimensão. O segundo é ter lido Hayek. (...)

Boatos? Talvez? Mas com sentido.

Dizem-me e, eu não acredito, que a festa de inauguração das Portas do Mar vai custar cerca de 2 milhões de euros. Claro que não acredito, isso é um autêntico absurdo. Inventem boatos, sempre os houve, mas pelo menos que façam sentido.

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