19 de julho de 2008

Quinta do Bill no "quintal" de Cesar.




Se há obra pública cuja utilidade e necessidade tenho sérias dúvidas, esta é uma delas. Manifestei-o em tempos e repito-o agora que a mesma se vai inaugurar com direito a foguetório e concerto musical, mesmo sabendo que quem a vai pagar, literalmente, são as gerações vindouras. As mesma gerações que vão pagar o caro preço do desenvolvimentismo assente em betão, aço e na delapidação do património natural regional.
Já nem falo no custo ambiental, esse é dificilmente quantificável e também já sabemos que o primeiro Governo a criar uma secretaria regional para o ambiente, é aquele que maiores atentados ambientais tem perpetrado, tudo isso sobre o olhar de “carneiro mal morto” dos activistas de outros tempos.
Num futuro muito próximo, o modelo de mobilidade dos Açoreanos (Micaelenses em especial) terá que ser alterado, não há riqueza gerada nestas Ilhas que aguente, sistematicamente, a manutenção artificial dos preços dos combustíveis derivados do petróleo.
Lisboa, segundo dados recentes da estradas de Portugal, já está a receber menos 60.000 carros por dia, redução essa que é atribuída ao elevado custo com os combustáveis e manutenção das viaturas, isso associado à resseção da economia que reduz o volume de transportes de mercadorias e bens. Nos Açores a tendência é igual. Mas, mesmo que não seja, admitamos, o tráfego hoje gerado entre os Concelhos de Lagoa e Ribeira Grande é, praticamente inexistente e tendencialmente para reduzir ainda mais, a lagoa transforma-se, aos poucos num dormitório de Ponta Delgada e numa extensão da mesma.
Pensar que o Trafego entre Ponta Delgada e Ribeira Grande se vai mudar para a nova estrada é um erro, ou um sonho, mas não vai. Admito que no inicio, por ser novidade, alguns automobilistas o farão. Contudo, rapidamente perceberão que a viagem se torna não só mais longa como proporcionalmente mais cara, isso embora possa ser mais rápida. Neste caso, tempo não é dinheiro, é custo com combustível, um bem cada vez mais caro e escasso.
Fui defensor duma intervenção profunda na actual estrada que liga Ponta Delgada à Ribeira Grande, o meio de comunicação mais importante dos Açores, onde passam mais mercadorias do que nos navios da Mutualista, Transinsular e Boxline juntos, foi um erro, grosseiro, não optar por essa solução.

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