1 de outubro de 2024

Sazonalidade é mitigável

     

    A sazonalidade no sector do Turismo é uma inevitabilidade, todo o sector sabe disso, sejam agentes de viagens, hoteleiros, restauração, sector dos transportes, animação turística e afins. No entanto, há vias para a mitigação desse problema começando desde logo por um esforço de estender para lá de 30 de setembro algumas atividades que captam públicos diferentes e que procuram mais do que sol e paisagens verdejantes. Em algumas ilhas, mais do que noutras, esse problema agrava-se com as distâncias aos centros decisórios e mercados emissores.

    Correndo o risco de deixar alguns de fora que não são menos importantes, vou apenas mencionar eventos como o Trail da Fajãzinha na Ilha das Flores, O Bravos Trail na Ilha Terceira ou o SMAT na Ilha de Santa Maria, O Quebra Pernas na Ilha de São Jorge, ou ainda os já consagrados Triangle Adventure que se realiza nas Ilhas Pico, São Jorge e Faial, o Ultra Blue Island que se realiza no Faial ou ainda os Ecologic Trail Run e EPIC trail Run que se realizam em São Miguel, todos eles realizados  ou em extensão do verão ou imediatamente antes do período de maior procura,  são excelentes exemplos de como minimizar os efeitos da sazonalidade no sector emergente que é o Turismo e provavelmente o único sector em que estamos a conseguir inovar e que tem gerado enorme procura nos mercados emissores tradicionais e em novos mercados.

    É de louvar o esforço das organizações desses eventos que envolvem um enorme número de voluntários e pequenos patrocinadores, com recursos parcos, uns mais do que outros pois casos há em que os municípios e o Governo Regional já perceberam a importância dos eventos que contribuem para a notoriedade do destino e para a mitigação da sazonalidade.

    Veja-se, o excelente exemplo do profissionalismo e da eficácia do Azores Trail Run que tem trazido atletas dos 4 cantos do mundo para correrem nas nossas Ilhas. Atente-se ainda na jovialidade da equipa do Bravos Trail que soube potenciar os apoios que, em boa hora, as Câmaras de Angra e Praia e o Governo Regional, optaram por dar e têm sabido também acatar sugestões de atletas e operadores experientes, melhorando de edição para edição, quer as marcações quer os percursos e ainda a componente social como só na Ilha Terceira sabem fazer. Talvez por isso, o Bravos Trail, edição de 2024, tenha esgotado as inscrições nos primeiros meses o que revela uma boa campanha de promoção das provas que o compõem.

    Estes eventos, a par de outros no Golfe, na Equitação, no Big Game Fishing, no Windsurf e restantes desportos náuticos devem ser acarinhados pelos municípios pois é esse o mais importante papel do Poder Local na captação de mercados emergentes do sector do turismo fora das épocas de maior procura.

    A deslocação a feiras de um vereador ou de um técnico de comunicação de uma autarquia tem um custo, muitas vezes, do dobro do apoio que é dado a esses eventos e a sua eficácia fica muito aquém do que pode ser alcançado por um evento desportivo da natureza dos que aqui tratamos, até porque é dificil de quantificar, enquanto nos acontecimentos desportivos se pode avaliar com exatidão o seu impacto. Temos assistido a deslocações de equipas inteiras, com famílias a acompanhar que, não raras vezes, uma pequena equipa gasta, na ilha e em passagens, tanto como o valor que uma determinada autarquia apoia a organização do evento.

    Por mim, irei sempre que possivel promover estas atividades e dar delas a notoriedade necessária para contribuir para o seu crescimento e maturação, a bem do desporto, da prevenção de maus hábitos como as toxicodependências e da mitigação da sazonalidade que, como iniciei este artigo, não vai acabar nunca mas pode ser atenuada.

Publicado nos Jornais Diário Insular e Diário dos Açores edições de sexta-feira dia 28 de outubro de 2024.

15 de setembro de 2024

A verdadeira História do Porto das Lajes das Flores.

 IL acusa Governo de coligação de ser culpado

por todos os atrasos e falhas nas obras
O Deputado da IL/Açores, Nuno Barata, acusa o Governo da coligação de ser "o único responsável" por todos os atrasos nas obras de reconstrução do Porto das Lajes das Flores, por terem suspendido e alterado todos os projetos que estavam prontos para a concretização das obras.
Já quanto ao abastecimento de mercadorias por via marítima à ilha das Flores, Nuno Barata recorda que o atual Governo Regional também tem culpas no cartório.
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"Os nossos filhos e netos não se vão orgulhar do legado que a Região lhes vai deixar"

 O Deputado da IL/Açores, Nuno Barata, lamenta que a governação da Região e o discurso político bairrista promovido por alguns agentes continue a atirar os Açores para um caminho sem retorno, do ponto de vista financeiro e social.

"Temo que o julgamento que os nossos filhos e netos farão da nossa atuação política não os deixará orgulhosos", disse, exortando a que se entre no caminho da responsabilidade e da verdade.
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Libertar os Açores dos grilhões da regulação.

 O Deputado da IL/Açores, Nuno Barata, defende que é preciso "liberalizar" os Açores, libertando os cidadãos (residentes, emigrantes ou que queiram cá fixar-se) de "grilhões" que os asfixiam e que promovem a emigração, a desertificação e o não regresso dos nossos jovens às suas ilhas.

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10 de setembro de 2024

Pior arranque de ano letivo

 Lamenta IL

"Este foi o pior arranque de ano letivo
das últimas décadas nos Açores"
O Deputado da IL/Açores, Nuno Barata, lamenta que o arranque do ano letivo 2024/2025 "tenha sido o pior das últimas décadas", apontando falhas ao nível de pessoal (docente e não docente), manuais digitais, investimentos na requalificação das escolas da rede pública, entre outras.
Em tempo de vindimas, Nuno Barata usou da analogia: "em termos de educação, este Governo Regional de coligação é muita parra e pouca uva"!.

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29 de agosto de 2024

Sobre aumento do imposto dos combustíveis

Iniciativa Liberal acusa Governo da coligação

de ser igual ao do PS e de “esbulhar” Açorianos
O Deputado da Iniciativa Liberal (IL) no Parlamento dos Açores, Nuno Barata, defendeu, esta quinta-feira, uma “descida imediata” do Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISPP), acusando o Governo Regional de coligação de promover “políticas iguais às do PS”, prejudicando “os setores produtivos, os setores ascendentes da economia regional e as famílias”, ao aumentar o imposto que torna os combustíveis mais caros nos Açores.
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4 de agosto de 2024

Se Azores Airlines não for “vendida ou fechada”...

SATA não terá dinheiro para pagar ordenados no fim do ano

O Deputado da Iniciativa Liberal (IL) no Parlamento dos Açores, Nuno Barata, insiste na necessidade urgente de vender ou fechar a Azores Airlines, porque caso contrário, disse, “a SATA não terá dinheiro para pagar os ordenados dos seus trabalhadores já no final deste ano e em 2025”.
Nuno Barata é perentório: “Se não conseguirem vender a Azores Airlines nos prazos previstos e definidos com a União Europeia importa que o Governo diga como vai conseguir pagar os salários dos trabalhadores do Grupo depois da operação deste verão e no ano de 2025”.

1 de agosto de 2024

Baixar os impostos nos Açores foi essencial ...

 

...até para reduzir as desigualdades sociais
Foi por força da Iniciativa Liberal que os impostos (IRS, IRC e IVA) baixaram até ao limite máximo permitido por lei nos Açores, em 2021. Os resultados começam a surgir, pois, ao contrário das previsões dos socialistas açorianos (que eram contra este abaixamento da carga fiscal regional), há mais arrecadação de receitas fiscais e o impacto de tal medida serviu para combater as desigualdades sociais na Região.

30 de julho de 2024

Dívida dos Açores

IL diz que atual montante de encargos

levará 100 anos a pagar
A IL está preocupada com o atual volume de dívida pública da Região e tem vindo a alertar para a necessidade de inversão de políticas de endividamento, desde 2020, quando chegou ao Parlamento dos Açores, pela primeira vez.
Atualmente, os Açores devem 4,5 mil milhões de euros. Em 2 anos de governação da coligação, a dívida regional quase duplicou.

Aerogare Civil das Lajes precisa de intervenção urgente


Não é só anunciar mais ligações aéreas e regozijar com o aumento do número de passageiros desembarcados e embarcados (que nem sempre batem com um número maior de turistas na ilha Terceira) é urgente fazer uma intervenção de fundo na melhoria das condições de segurança e operacionalidade da Aerogare Civil das Lajes, defende a Iniciativa Liberal.

21 de maio de 2024

Discurso dia da Região 2024 proferido na ALRAA

 


Açorianos,

Comemorar a nossa Região quando passam 50 anos do 25 de Abril, é comemorar os clamores da Liberdade dessa madrugada, mas é também não deixar de recordar a luta pela mesma liberdade efetiva que nestas ilhas começou no dia 6 de junho de 1975 e que culminou com o “Movimento dos 9” e o consequente 25 de novembro.

 

Pelo meio – nunca é demais recordá-la e fá-lo-ei enquanto vida tiver –, a madrugada de 9 de junho de 1975, na qual foram arrancados de casa e às suas famílias, sob ameaça de metralhadora G3, 31 Micaelenses. Arrancados é bonomia minha- Na verdade, foram criminosamente sequestrados e, na mesma noite, deportados à força para prisão militar noutra ilha, sem direito a qualquer assistência judiciária ou equivalente.

Isso mesmo refere o Relatório da Comissão de Averiguação de Violência Sobre Presos Sujeitos Às Autoridades Militares, de 19 Janeiro de 1976, que sublinha as prisões efetuadas "noite alta", por tropa de "armas aperradas"; com dias de cárcere em que os detidos foram tratados "de forma humilhante"; com mandados de captura emitidos em branco em que "não foi invocado o tipo de crime".

Todo o processo que assim "excedia a capacidade de atuação do Comando Territorial Dos Açores" foi enviado para Lisboa e, depois do Verão Quente, arquivado por despacho do primeiro-ministro Pinheiro de Azevedo, em 12 de Dezembro de 1975, no último dos governos provisórios pós revolução e depois da deriva comunista do Gonçalvismo.

Presos políticos por delito de consciência na defesa dos Açores e do exercício da liberdade de expressão dessa Açorianidade. ( nunca homenageados por este Parlamento que, no entanto, não teve pejo em atribuir, em 2008, a Insígnia Autonómica de Reconhecimento ao General Altino de Magalhães, mandante e executor das prisões de:

Abel Da Câmara Carreiro, Aguinaldo Almeida Carneiro, Álvaro Branco Moreira, António Dourado, António Costa Santos, António José Amaral, António Gomes de Meneses, António Câmara, Armando Goyanes, Bruno Tavares Carreiro, Carlos Melo Bento, Eduardo Pavão, Fernando Mont’Alverne, Gualberto Cabral, Gustavo Moura, João Gago da Câmara, João Luís Índio, João Manuel Rodrigues, José Franco, José Manuel Domingues, José Nuno de Almeida e Sousa, Luís dos Reis Índio, Luís Manuel Domingues, Luís Moreira, Luís Octávio Índio, Luís Vasconcelos Franco, Manuel Tavares de Brum, Manuel Oliveira da Ponte, Tomaz Caetano, Valdemar de Lima Oliveira e Victor Cruz).

 

Foram presos políticos depois do 25 de Abril, apenas por defenderem os interesses dos Açores e do seu Povo e a livre administração dos Açores pelos Açoreanos e por desejarem para as nossas ilhas e para o nosso Povo a verdadeira liberdade anunciada, cerca de um ano antes, mas ainda não totalmente garantida e isso mesmo se podia ler num cartaz na frente da manifestação de 6 de junho.

 

Os Açoreanos continuam a sair destas ilhas em bardas silenciosas de emigração, porque a economia delas não vai além de pagar salários baixos e mesmo os mais qualificados e com o acesso que hoje temos às novas tecnologias não são devidamente compensados financeiramente. 

 

A integração europeia veio abrir novas portas. No entanto, passados milhares de milhões de ecus e de euros, quer em incentivos ao investimento, quer nos chamados fundos de coesão, nos apoios do Fundo Social Europeu e das chamadas ajudas à perda de rendimento e à ultraperiferia, seguimos sendo uma das regiões mais pobres desta Europa dos milhões, com os indicadores de pobreza a crescerem ano após ano mesmo depois do chamado novo paradigma.

 A Região  teve sempre um atraso estrutural demasiado grande e divergente dos seus parceiros europeus e aquilo que são os planos plurianuais de desenvolvimento da União, as perspetivas financeiras e os objetivos estratégicos, não constituem uma agenda compatível com aquilo que a Região ainda mais necessita.

 

Em suma, foram-se aproveitando os fundos não com sentido de colmatar falhas, não para fazer o que tinha de ser feito no sentido da convergência, não com objetivos estratégicos e em investimentos que fossem necessárias, mas sim para fazer aquilo que os fundos permitiam e fazer tudo o que dava votos.  O resultado está à vista.

 

Por fim, salientar a urgência de inverter a trajetória de endividamento da região.

 

Há que introduzir mecanismos de controlo orçamental para garantir que a dívida não cresce ao ritmo que tem crescido, sob pena da Região ter de recorrer a um terceiro resgate financeiro o que se traduzirá, sempre, numa perda da sua autonomia.

 

O fracasso não é da Autonomia enquanto projeto subsidiário do Estado, mas sim de quem dirigiu e dirige as suas instituições. Ou seja, o problema não está em sermos autónomos, o problema está em não termos sido exigentes e ponderados na execução de políticas que nos permitam continuar a ser autónomos.

 

À primeira contrariedade, a situação culpa a oposição.

À segunda contrariedade, clama a Lisboa e a Bruxelas.

 

Como disse, desta mesma tribuna, em 2021, e não me cansarei de repetir, a Autonomia Política e Administrativa será tanto maior e mais profunda quanto maior e mais forte for a nossa autonomia financeira.

 

No entanto, para se operarem essas mudanças, não basta aprofundar o regime, as suas competências e as suas instituições ou a mesada consubstanciada numa nova lei de financiamento das regiões autónomas.

É fundamental serem operadas políticas diferentes, mais arrojadas, mais liberais, capazes de potenciar a produção de bens transacionáveis e, com isso, a criação de mais economia e, consequentemente, mais emprego e bem-estar social.

 Viva os Açores Livres

 Horta, sala das sessões, 20 de maio de 2024

23 de abril de 2024

50º Aniversário do 25 de Abril no meu Liceu.

 Hoje fui ao meu Liceu (Escola Secundária Antero de Quental) e na antiga sala de música do Barão de Fonte Bela, a mais bela biblioteca dos Açores. Eu e mais cinco Deputados fomos falar de Liberdade a propósito da passagem do 50º aniversário da Revolução do 25 de Abril. Foi uma honra e um privilégio ter estudado nesta escola instalada no Palácio de Fonte Bela, um dos melhores exemplares da arquitetura da Época da Laranja e do Século XIX em Ponta Delgada. Sessão promovida pelos Professores de Filosofia e que envolveu algumas turmas bastante participativas e interessadas. Estes momentos devolvem-nos a esperança na Humanidade.





18 de abril de 2024

Hoje à 182 anos nasceu Anthero de Quental



Hoje há 182 anos nasceu em Ponta Delgada Athero Tarquinio de Quental. Um dos vultos mais importantes da poesia e da filosofia da prodigiosa e irrequieta geração de 70. Anthero, um académico revolucionário e racionalista cujo pensamento social e político alguns se apropriam e dizem-no socialista. No entanto, o “Santo” Anthero, exprime por volta de 1862, dez anos antes das famosas Conferências do Casino, o seu mais liberal sentimento e diz: “não é tudo a liberdade, mas é o primeiro passo para que tudo se alcance, é a primeira condição de tudo que é justo e santo”.

É assustadoramente atual o assunto e a sua reflecção na Segunda Conferência do Casino, “As Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos Últimos Três Séculos”, recentemente trazida aos escaparates pela mão da Artes e Letras e à venda no estabelecimento Leya na SolMar do José Carlos Frias, o mais antigo livreiro de Ponta Delgada e talvez o único a quem se pode, de facto e de direito, atribuir esse epiteto .
Hoje publico um dos seus sonetos mais bem conseguidos. Se me pedissem para graduar eu, que não sou sequer aprendiz de anteriano nem tão pouco académico, diria que está em terceiro lugar das minhas preferências sendo o preferido O Palácio da Ventura e em segundo lugar Na Mão de Deus.
Evolução
Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo
tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...
Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl, glauco pascigo...
Hoje sou homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade...
Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.
Anthero de Quental in "Sonetos"

17 de abril de 2024

Reduzir gorduras...

 

Para melhorar os serviços prestados aos pescadores...
IL não tem dúvidas: é preciso cortar nas gorduras da LOTAÇOR!

Sazonalidade no turismo...

 


Não é com mais voos na chamada época alta que se combate a sazonalidade turística na Região. A IL exorta o Governo Regional a trabalhar novos mercados e novas épocas do ano para que os empreendedores e investidores turísticos nos Açores possam ver alargados os seus rendimentos a outras épocas que não só o Verão IATA.

Contra a Taxa ao Alojamento Local -Vencemos.


IL ganhou a luta
Nos Açores, não vai ser cobrada a CEAL (Contribuição Extraordinária sobre o Alojamento Local), imposto encapotado criado pelo PS no âmbito do programa +Habitação.
Nos Açores, esta taxa não será aplicada. Vitória de todo os empreendedores e investidores no Alojamento Local.

Maior dívida da história autonómica.


Enquanto o País apresenta superavit, Açores apresentam
maior dívida pública da história da Autonomia
O Grupo de Coordenação Local da IL/Açores reagiu, esta terça-feira, em Comunicado, à apresentação dos dados relativos à dívida pública dos Açores, referente ao ano de 2023, lamentando que “enquanto o País se vangloria com o maior superavit da história da Democracia, os Açores o que têm para apresentar ao País é a maior dívida pública da história da Autonomia”.

9 de abril de 2024

Discurso Final Programa do XIV Governo da R.A. Açores

 


 

Excelentíssimo Senhor 

Presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores

Senhores Deputados

Senhor Presidente e Senhores membros do Governo

 

 

Decidiram os eleitores uma nova composição deste Parlamento e essa decisão ditou, ao invés do que muitos defenderam e preconizaram, um parlamento igualmente plural, representativo e sem uma maioria absoluta.

 

Os poderes, sejam eles de que partido forem, mesmo nas sociedades com democracias mais lastradas, tendem a evitar o escrutínio, tendem a refutar limitações à sua ação.

 

Por cá não é diferente, basta ver como a Região governa por portarias, despachos normativos e até circulares normativas que se revestem de atropelos à Constituição da República e ao Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores, sem escrutínio do Parlamento e de outro qualquer órgão de Governo ou até mesmo dos órgãos de soberania.

Um Parlamento mais plural, mais representativo e sem maioria absoluta é, certamente, um regime que melhor fiscaliza o próprio regime.

 

Não se iludam os mais céticos: só combateremos os populismos e o crescimento dos totalitarismos se resolvermos os problemas das pessoas, caso contrário, apenas estaremos a contribuir para que os, cada vez mais, descontentes expressem nas urnas esse seu desalento.

 

Os Açorianos acorreram às urnas, no passado dia 4 de fevereiro, como já não se via há muito e não deram uma vitória folgada à coligação de governo que manteve a mesma representação parlamentar que tinha conseguido “cozinhar” após o ato eleitoral de 25 de outubro de 2020.

 

A Iniciativa Liberal acredita nas democracias liberais assentes na soberania do povo, nos princípios do Estado de direito e na separação de poderes, em que os governos resultam de eleições livres e universais, com diferentes opiniões representadas no Parlamento com efetiva proporcionalidade.

 

Para nós, liberais, os poderes do Estado/Região devem ser limitados, garantindo assim mais autonomia aos cidadãos, seja ela nas escolhas que façam em relação à sua saúde, à educação dos seus filhos ou ao que fazer com os seus rendimentos disponíveis depois de impostos.

 

Para nós, liberais, o Estado/Região deve ter poderes limitados, por forma a dar mais liberdade aos empreendedores para garantir crescimento económico e, consequentemente, desenvolvimento social.

 

Garantir liberdades individuais envolve respeitar uma série de direitos fundamentais, como a liberdade de expressão, a liberdade de religião, a liberdade de associação, entre outros.

 

Também significa garantir que os cidadãos tenham acesso a oportunidades iguais e que não sejam discriminados com base em características como raça, género, religião, orientação sexual ou filiação partidária.

 

Ao promover mais liberdades individuais, os governos, sejam eles de que partido ou partidos forem, podem contribuir para o desenvolvimento de sociedades mais justas, inclusivas e prósperas, onde os cidadãos têm a capacidade de buscar os seus próprios objetivos e viver de acordo com seus próprios valores e aspirações.


Os princípios liberais, assentes em liberdades individuais, contribuíram tradicionalmente e desenvolveram-se ao longo dos séculos para a formação de sistemas políticos e económicos mais justos e prósperos em muitos países que todos conhecemos bem e para os quais muitos dos nossos têm escolhido emigrar.

 

Promover mais liberdades individuais implica garantir que os cidadãos tenham maior autonomia e controlo sobre as suas vidas, respeitando os seus direitos fundamentais.

 

A liberdade de cada um promove-se, também, através do acesso universal a uma educação de qualidade e garantindo que todos têm as mesmas oportunidades, promovendo a liberdade de escolha e garantindo autonomia bem como diversidade de pensamento nos diversos estabelecimentos e níveis de ensino.

 

As liberdades individuais promovem-se através de uma economia mais livre de burocracias e com processos mais simplificados.

 

Menos burocracia promove mais empreendedorismo e combate a corrupção e os pequenos favores e cunhas!

 

O equilíbrio entre a liberdade individual e o bem-estar coletivo é um desiderato das sociedades contemporâneas, pois só uma sociedade com cidadãos mais livres pode ser uma sociedade que se constitua mais justa e onde o Estado interfere menos na vida dos cidadãos.

 

É, por isso, imperioso reduzir a ocupação do sistema político-administrativo pelo partido ou partidos do poder. Defendemo-lo em 2020 e continuamos a defender hoje, porque a prática dos últimos 3 anos não foi essa.

 

É também imperioso fomentar uma sociedade civil saudável e uma economia livre, onde a cor ou cores partidárias não são vantagem, nem obstáculo. Defendemo-lo em 2020 como continuamos a defender agora, porque a prática dos últimos 3 anos não foi essa.

 

Continua a ser imperioso, como era em 2020, libertar o investidor e o cidadão da dependência de aprovações administrativas e burocracias desnecessárias. Mas, por exemplo,  a regulamentação do Construir 2030 não é facilitadora.

 

Continua sendo imperioso retirar o Estado e a Região Autónoma do comando da economia e do setor empresarial, libertando o contribuinte de gestões perdulárias e partidarizadas. Mas ainda falta fazer uma verdadeira reforma do Setor Público Empresarial Regional, seja no setor da energia ou no setor dos transportes.

 

Continua sendo imperioso desenvolver uma Região mais livre, mais capaz, mais responsável, e menos dependente de ajudas e favores políticos do Estado e da União Europeia e, para isso, falta continuar o trabalho da reforma das instituições autonómicas.

 

Continua sendo imperioso termos uma Região com um sistema fiscal competitivo, mantendo o limite máximo da redução dos impostos permitida pela Lei de Financiamento das Regiões Autónomas. Mas ainda falta libertar os Açores e os Açorianos da enorme carga fiscal ao nível de impostos indiretos, taxas, taxinhas e da enorme canga do imposto sobre os produtos petrolíferos.

 

Hoje, como em 2020, importa lembrar que um euro de imposto representa uma perda líquida de 40 cêntimos de bem-estar.

 

Continua sendo imperioso um Governo da Região que inverta a trajetória de endividamento dos últimos 40 anos, porque um euro de dívida constituída hoje é um euro de impostos a cobrar amanhã. E as gerações que nos seguirão não têm de viver amarradas às más decisões dos governantes de hoje, nem às dívidas que lhes deixamos, sem o seu consentimento.

 

 

 

 

Senhor Presidente…

 

 

Hoje, como já era em 2020, continua a ser essencial mudar, de facto, de paradigma.

 

Na educação, onde continuamos a ser os últimos dos ranking’s;

 

Na saúde, onde continuamos a ser os primeiros nas listas de espera;

 

Na pobreza e exclusão social, onde nos perpetuamos na cauda do País e da Europa;

 

Na definição de uma eficiente política de transportes, onde continuamos a ser incapazes de tomar decisões assertivas;

 

Na defesa intransigente do potencial geoestratégico deste território que dá dimensão atlântica a Portugal, mas sobre o qual deixamos sempre que outros decidam por nós;

 

No combate ao envelhecimento e à desertificação, onde continuamos a fazer de conta que não são problemas sérios no futuro de médio prazo;

 

No combate às diversas dependências e novos flagelos psicoativos, que desestruturam famílias e aumentam incidentes sociais, invertendo a política de atirar dinheiro para cima dos problemas, esperando que, só por isso, eles se resolvam…

 

Hoje, como já era em 2020, continua a ser fundamental mudar de política, muito mais do que mudar de políticos.

 

Mas o que este Programa de Governo aqui nos apresenta, na senda discursiva que nos foi apresentada pelos vencedores das eleições, é “continuidade”. A proclamação da intenção de “mudança de paradigma” sucumbiu à “continuidade” com políticas do passado que não garantem melhor futuro a esta Região e aos Açorianos.

 

Disse

 

 

 

 

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