26 de dezembro de 2011

Coisas intemporais.

"(…) Para cada povo existe, como para os indivíduos, uma conta de Deve e Haver, que nos dá o quilate das suas prosperidades, e por onde, cedo, os pródromos da decadência se denunciam. (…)"

Azevedo, João Lúcio de, Épocas e Portugal Económico-Esboços de História, Clássica Editora, Lisboa 1928.

24 de dezembro de 2011

Litania para este Natal (1967)

Vai nascer esta noite á meia-noite em ponto
num sótão num porão numa cave inundada
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
dentro de um foguetão reduzido a sucata
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
numa casa de Hanói ontem bombardeada
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
num presépio de lama e de sangue e de cisco
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para ter amanhã a suspeita que existe
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
tem no ano dois mil a idade de Cristo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
vê-lo-emos depois de chicote no templo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
e anda já um terror no látego do vento
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para nos vir pedir contas do nosso tempo

David Mourão Ferreira

22 de dezembro de 2011

Elementar meu caro... elementar.

Porta de entrada

A licitação da EDP pelos tipos dos “Três Desfiladeiros” pode indiciar a escolha de Portugal como porta de entrada dos capitais chineses na Europa. Que não se limitará ao investimento na EDP, mas também na instalação de Bancos em território português.
Curiosamente, na última cimeira do G20, com a Europa de mão estendida, a China declinara participar no reforço do FEEF. O que, admitindo que a EDP é o início de um ciclo, mostra uma enorme clarividência: preferem financiar directamente a economia do que o Estado Social.

21 de dezembro de 2011

Tiros e bombas? Já falta pouco.

O Estado deixou de ser, há muito, o garante da segurança e da equidade para se transformar num “bando de malfeitores" que, de incapacidade em incapacidade, de incompetência em incompetência, de prepotência em prepotência e de excepção em excepção, vai retirando aos cidadãos esse mesmo estatuto para os transformar em idiotas.

Este modelo a que chegamos é um modelo de Estado omnipresente, totalitário, regulador em demasia que tende para ir ocupando, cada vez mais e paulatinamente, os espaços de liberdade dos cidadãos.

Do espírito liberal das revoluções atlânticas (Francesa e Americana) de XVIII, passamos para a obsessão do proteccionismo e regulação deste séc. XXI que não nos augura coisa boa.

Já esteve mais longe o dia em que o Povo vai sair à rua. Não para se manifestar pacificamente - isso é chão que já deu as uvas que tinha para dar - mas para deitar bombas e dar tiros. O dia em que o primeiro desesperado meter uma bomba numa repartição de finanças ou na porta de um ministério, será o dia que vai marcar o princípio do fim deste regime totalitário (neste momento está suspenso o estado de direito), usurário, podre e incompetente.

16 de dezembro de 2011

E se alterássemos o Primeiro-ministro?

Passos Coelho poderia ter tentado ficar na História como o melhor Primeiro-ministro de Portugal a seguir a Salazar, mas não, está a competir para ficar na dita por ter conseguido ser ainda pior do que o Sócrates. Isto não vai acabar bem, ai não vai não!

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