30 de março de 2004

O mito do mestre escola

Chamava-se Carlos. Todos lhe chamavam “Carlins”, a mãe também, excepto quando estava zangada com ele ou com a vida que lhe chamava, Carlos Manuel. Nessa altura, ao ouvirmos aquele horripilante e estridente Carlos Manuel!, saltávamos os quintais em fuga , cada um para suas casa.. O dia de brincadeira acabava ali mesmo, não havia coragem para voltar a casa do “Carlins”.
Estava-mos na quarta Classe, era Abril, as flores de laranjeira já tinham dado lugar a pequenos frutos, as palmas começavam a florescer e a anunciar a proximidade da Festa do Santo Cristo. Senhor Santo Cristo dos Milagres, corrigia sempre a mãe do Carlins quando nos ouvia falar displicentemente do ECCE HOMO.
O mestre Escola, era daquelas pessoas que na altura admirávamos muito, severo, ríspido, mais tarde vim a saber que era Comunistas, depois vendeu a alma ao diabo e juntou-se aos Social Democratas em busca de uma carreira política que geriu sempre entre muita hipocrisia e a ajudar a missa e a dar a comunhão ao Domingo na Igreja da paróquia. Desmoronou-se a integridade do meu mestre escola. Passa cão vendido!

O Carlins era um anti-comunista primário, tínhamos grandes discussões. Eu na altura era mais do “reviralho”, como eles diziam, tinha acontecido a revolução em Lisboa e nós ainda não sabíamos bem o que se tinha passado, afinal para nós estava tudo um pouco melhor, não sabíamos bem porquê mas o mestre Escola já não nos mandava cantar o Hino Nacional, de pé, virados para o Cristo crucificado ao fundo por cima do velho quadro de ardósia. Diga-se que na minha Escola nunca houve fotografias nem de Marcelo Caetano nem de Américo Tomaz, na minha Escola só havia Cristo. A Dona Marta, que era a única auxiliar de acção educativa e o Sr. Virgíneo que era o Jardineiro, tinham um gabinete onde se diz que estavam guardadas as fotografias dos Estadistas. Nunca as vi.

27 de março de 2004

Sobre o "Ensaio sobre a lucidez"

Já está, “Ensaio sobre a lucidez” já era. Devorado que está o último de Saramago, faltam agora os resumos e as recensões. Para já mantenho a opinião formada pela critica de que o titulo é arrogante e presunçoso. O facto de Saramago pensar, demagogicamente, que o sistema está corrompido e podre, o que é já um lugar comum, é outra arrogância e presunção. Se passados praticamente 30 anos de conquistada a democracia, deixamos de acreditar nela, então estamos a caminhar para um perigoso pântano que culminará numa qualquer ditadura. Recuso-me a pensar assim. Eu acredito na Democracia, sei que a cunha não é uma instituição, a antiguidade não é um posto e acredito que os Juizes e demais magistrado fazem tudo pela Justiça. Saramago parece acreditar ser o único dono da verdade, não acredita numa sociedade pluralista e não admite que os seus adversários politicos possam ganhar seja o que fôr, nem sequer legitimidade democrática.

Apetece-me assim, repetir aqui o teor de um artigo de 2002 in “Correio dos Açores”

“Um Nobel presunçoso

José Saramago, 0 hispano/português laureado com o prémio Nobel da Literatura pela Academia Sueca, avisou esta Semana(2002-03-07) que se o PSD ganhar as eleições, ele Saramago não participará¡ em qualquer iniciativa governamental ou cerimonia Pública. Qual Presunção. O Nobel Saramago talvez não saiba, por ignorância ou por maldade, que não tem lugar cativo no Protocolo de Estado ou nas listas de precedências das Regiões Autónomas. Por isso, quando é convidado, o é apenas por especial deferência do mesmo Estado ou Região Autónoma, entidades que, principalmente em Democracia pluralista, não deixam de ser o que são por serem representadas por quem são.

Assim, quem declina convites, deferentes, do Estado Nação, declina um convite do seu próprio Povo. Quem o faz, é mal educado, intolerante, arrogante, presunçoso e não merece a cidadania Portuguesa. Aliás, Saramago despreza a Nação e agora pretende desprezar o Estado, optando mesmo por, viver a maior parte do tempo fora do País, numa luxuosa casa na Ilhas canárias, longe dos problemas e das questões que afligem quotidianamente os Portugueses. De quando em vez, vem a Portugal., dá uma meia dúzia de arrotos para a imprensa, para lembrar ao Portugal anónimo que existe, para lembrar ao Portugal generalista (que está nas tintas para a literatura e para a língua Portuguesas) que afinal ele existe e que não é Espanhol.

Resta saber e a dúvida permanecerá se Saramago não anunciou esta medida numa antecipação aquilo que Ele acha que vai acontecer. Ou seja, como sabe que, com o PSD no poder, não vai ter qualquer tipo de especial deferência apadrinhamento ou “apaparicamento”, antecipou-se e disse que era ele que não queria ir a cerimónias públicas. Assim o “Povão” fica sempre sem saber se o Homem não foi porque não quis ou se não foi por não Ter sido convidado.
Contudo, a grande verdade é que o facto de ser Português, o facto de Portugal não ser laureado com um nobel há já bastantes anos pesou, certamente muito, na decisão da academia Sueca. Se Saramago não fosse Português, provavelmente não tinha recebido o Prémio Nobel.
No dia em que Saramago ganhou o Nobel, o galardão terá envaidecido o autor, terá envaidecido muitos Portugueses, terá envaidecido quase todos os comunistas mas certamente ao nível das elites intelectuais do resto do mundo, o prémio nobel perdeu o valor que tinha em termos de objectividade e de imparcialidade nas suas escolhas. Na verdade, o prémio que se pretendia laureasse um escritor de causas, generalista, internacional e abrangente, acabou por agraciar um escritor que já se sabia era Sectário, requintadamente vingativo, visceralmente Comunista e agora se sabe que é presunçoso, arrogante e intolerante. Qual erro.”


26 de março de 2004

Hoje há 10 anos

Hoje, há 10 anos, no pacato e bucólico vale das Furnas, casei com a mulher que havia de ser a melhor mãe possível para as minhas duas adoráveis filhas, a minha companheira inseparável, a minha conselheira, a minha melhor amiga, a minha segunda consciência, a única mulher capaz de entrar na minha vida depois da minha Mãe.
Obrigado Leonor.
O Supremo Tribunal Administrativo deu razão à Air Luxor na queixa contra o Estado português pelo facto de a companhia ter sido afastada do concurso público para as ligações aéreas entre Ponta Delgada e o continente, em 2001.

Em 2001, um entendimento entre o Governo de Gutterres e o Governo de César, afastou administrativamente a Air Luxor da corrida às rotas entre Açores e Lisboa. Lembro que a proposta da Air Luxor previa a prestação do serviço sem recurso a indemnizações compensatórias por parte do Estado. A escolha da Air Luxor, significava assim, uma poupança de cerca de 5000.000€ ano aos cofres do Estado.

A decisão politica, na altura, visou apenas salvar a SATA-Internacional de um processo de reestruturação e emagrecimento que não trazia mal nenhum à Região ou ao Estado. Além disso, se em última instância for dada razão à Air Luxor, o Estado Português terá que pagar uma pesadíssima indemnização aquela empresa, até porque a decisão tomada colocou a mesma numa situação financeira complicada que se tem agravado com sucessivos azares e campanhas difamatórias.
Receio que nós Portugueses, por um capricho de dois governos que intervêm onde não devem, vamos pagar duas vezes pelo mesmo serviço.

25 de março de 2004

Insularidade

Os custos da Insularidade, são assunto recorrente quando se quer arremessar contra Lisboa ou contra uma Ilha maior. Os custos da Insularidade nada têm a ver com o supermercado, o pão, o gás ou a Gasolina. Os custas da Insularidade, são rajadas de vento de 100Km hora e estar aqui há 12 horas à espera de um avião que nem se sabe ainda se chega a vir.

Justiça? Mas afinal o que é isso?

As amendoeiras vão florir pela segunda vez, e a culpa ficou para tia. O Tribunal de Castelo de Paiva considerou não haver matéria suficiente para levar qualquer arguido a julgamento.
Comparem isso com o tal assassino da Ministra Suéca. Seis meses depois. Prisão prepétua.

O tempo. O tempo de Hoje.

Ele estava ali sentado na esplanada da Mexicana a ver passar gente atarefada na volúpia do quotidiano. Eles e elas de pasta cheia de ilusões. Ele, abstémio por convicção, afogando a sua solidão entre tragos de um refrigerante de extractos vegetais . A Esplanada estava cheia de gente bem vestida e bem portada com idade de quem já contribuiu bastante para estar ali a gozar o cheque da reforma. Eram seis da tarde, Lisboa apresentava aquela Luz que só ela sabe ter, um lindo final de dia de primavera. As flores desabrocham em múltiplas cores nos jardins da Guerra Junqueiro.
Lá dentro, ao balcão, tudo fervilhava entre grandes discussões sobre o último jogo do Real Madrid, uns tremoços e umas cervejas. Vestidos todos de igual, fato cinzento escuro, camisa azul claro e gravata cor de vinho com pintas douradas , fazendo todos os mesmos gestos sincronizados e estudados, parecem marionetas manipuladas por um qualquer ser invisível. Superior.
E Ele deu por si, ali deslocado, longe da família perdido em cogitações várias.
Afinal, os cafés, os bares, as esplanadas de Lisboa estão repletos de Gente que não tem tempo para os Filhos.

24 de março de 2004

O Monólogo do Vaqueiro

O que é um “Blog”?
MUU!!
E “macaquins”?
MUU!!
E design?
MUU!!
E curta metragem?
MUU!!
E produções culturais?
MUU.!!
Não sabes dizer mais nada?
MUU!!

Tabucchi no PE pelo BE

A Presença de António Tabucchi na lista do BE ao Parlamento Europeu, em lugar não elegivel, é como contratar o Homem maior do Mundo ou o mais velho ou o mais feio ou o mais bonito para pôr numa lista de um qualquer outro partido. Tabucchi não trará nada de novo ao discurso de Miguel Portas, trará apenas, aliás já trouxe, notoriedade à lista. Os Bloquistas, certamente não estavam seguros dos seus candidatos a conseguirem por si sós.

23 de março de 2004

Comentários no Foguetabraze

A pedido de várias famílias O Foguetabraze, a partir de hoje e até ver, tem disponível uma secção para comentários. O respeito pelo próximo é uma coisa que prezo muito. Por isso, agradeço que se identifiquem, detesto o anonimato.

A campanha já começou

A retirada dos cartazes do PSD ( Factos são factos os Açores são a Região mais pobre de Portugal), tem sido objecto de grande celeuma, principalmente pela “blogosfera” rosada e pouco ou nada isenta. Na verdade, os ditos cartazes, além de infelizes, como o são os de igual teor do PS, eram cartazes do PSD. Assinado que foi o acordo de coligação “Todos pelos Açores” não fazia nem faz sentido que se mantenham cartazes só do PSD nas ruas.
Mesmo que não fosse por uma questão de “timing”, vamos admitir que a retirada é estratégica, seria bom sinal, seria mais um sinal de mudança, de sentido político, de estratégia política. Aliás, é essa capacidade de intervenção junto da sociedade, o conteúdo programático, o movimento de consciências, o pulsar das gentes, que anda a incomodar o Partido Socialista e o seu mais recente aliado o PCP. Não André, nós no CDS/PP, não agitamos o fantasma do Comunismo. Vocês no Partido Socialista é que não são, nem capazes de recusar as ofertas grátis do PCP nem são capazes de admitir que governarão com eles caso não tenham maioria absoluta e caso a direita também não a consiga. Nós há muito tempo que deixamos de nos preocupar com o PCP, foi chão que já deu as uvas que tinha para dar.
Outra campanha, que o articulistas socialistas têm vinda a fazer, é a de colar a actual coligação aos erros do passado do PSD. Articulistas alguns que no tempo até nem eram do PS eram do “acomodanço”, agora até já são do Partido do poder mas esperaram para ter a certeza. A diferença entre estes articulistas e o Sr. José Andrade, é que este último deixou a Câmara para trabalhar para a coligação, os outros continuam a receber do erário público para trabalharem para o PS. Passa cão.

22 de março de 2004

Raciocínios enviesados

O Sr. Ariel Sharon, não merece da minha parte qualquer tipo de reverência ou sequer respeito. Contudo, serei incapaz de sentir qualquer nó na garganta ou verter uma lágrima sequer pela morte do Sheikh Ahmed Yassin.
"Todos eles estão errados a lua é dos namorados".
Judeus e Árabes andam às turras há anos, décadas, séculos até.
Não acredito, até porque ainda não estou senil, na solução milagrosa do Dr. Soares. Mas tudo é possével, já o foi no passado. Imaginem no presente: Ariel Sharon a pedir um encontro com Ahmed Iassin, depois encontravam-se em Nova York, com a arbitragem de Kofi Annan. Mais tarde a Academia Sueca, hipocritamente galardoava os dois com o prémio nóbel da Paz e um deles aparecia assassinado uns tempos mais tarde. Adivinhem que estava à vez..?
Mas o que mais me incomoda no meu disto tudo, além dos inocentes, mulheres bomba, crianças sem Pai e sem Mãe, é a esquerda Barnabéziana, que acha bem a escolha dos Espanhóis contra os senhores da Guerra e da mentira, mais pela mentira do que pela guerra, vir agora defender o Hamas e condenar o ataque perpetrado pelas tropas de Israel.

Sol na eira e ...

O Nuno resolveu limpar as unhas sujas e deitar-se ao Sol. O tipo, por ser cubano (usando o significado de cubano na mente do troglodita A J Jardim ) não sabe que por cá o ditado não é igual. De facto, nos Açores não se diz - “Sol na eira e chuva no nabal”. Mas sim - “Sol na eira e água nas couves”.

Todos pelos Açores (II)

Foi com agrado que notei a ausência de alguns históricos do PSD e do CDS na cerimónia de assinatura do acordo de coligação. São sinais de mudança.

Todos pelos Açores

Há dias o projecto PPD/PSD e CDS/P era criticado por não ter ideias, agora é criticado por Ter ideias demasiado ambiciosas. Passa cão!

21 de março de 2004

Natália Correia e o Aborto

Cara Maria do Ceu,
andei à procura do discurso proferido por Natália Correia na AR, dois dias antes da publicação deste poema no Diário de Lisboa. Não o encontrei na bagunça do meu escritório. Mas fica o poema ao morgado.


Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o orgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.

NATÁLIA CORREIA

Ainda o meu Liceu

Sobre o Meu, Nosso Liceu escrevi assim no dia 01 de Janeiro deste ano.

O meu Liceu

O João do professorices lançou um "post" sobre o nosso Liceu. O Carlos, Pai da Ana, desafiou os restante conterrâneos "blogosféricos" a participarem. Eu aqui estou.
O meu Liceu. No meu tempo chamava-se Escola Secundária Antero de Quental, Mas será sempre o meu Liceu. O liceu que foi do meu avô e do meu pai. O liceu que vinte anos depois do João sair foi o meu Liceu. Com “cromos” como os que havia no tempo do João, o cromo principal não era o “Casiá” era o Tadeu ou o Amâncio Faria e Maia .
O Amâncio era aquele tipo que parecia e parece andar sempre em campanha eleitoral, acho que o Amâncio nunca foi candidato a nada mas é um politico nato. Quando me dirigia a ele com a tradicional saudação matinal:
– “Bom dia, Amâncio”- respondia seca e prontamente - amanse-o Você que eu já o amansei.
Recordo os dias que passei a recrutar alunos para se matricularem em Latim para que a cadeira passasse a existir no meu liceu. Missão cumprida. Recordo o Jornal "Antero" que fiz com a ajuda do Rui Silva e da Professora Natália Almeida. Acho que ainda se publica. Recordo uma semana de Latim de organizei com a Professora Margarida Palhinha Machado Pires.
Recordo com alguma sadade as conversas mantidas com alguns dos professores, Margarida Machado Pires a Professora que mais me marcou. E outros que de forma indelével deixaram um importante registo na minha vida e que comigo travavam discusões muito interessantes, Eu roçando quanse a arrogância de querer contrariar o mestre. Eles com mestria, usando da sua spaiência para contrariarem as minhas ideias radicais, Natália Almeida, Conceição Teixeira, Manuel Sá Couto, Olga Faria, Alberto Moura, Fátima Patrício, e mais e mais e mais...
Recordo os dias de luta politica pelo poder na Associação de Estudantes, os copos de vinho de cheiro no Avião, os meios pães com pé de torresmo. O Agostinho..... e mais e mais e mais. O João e o Carlos que me perdoem mas há tanto para dizer sobre o meu liceu que vou fazê- lo no Foguetabraze.
(Este "post" foi escrito a partir de um comentário num post do Professorices)

19 de março de 2004

sorry.....

Atenção a nova template é provisória, we are working on it. Sorry

Ele querer queria ...

O Chanceler alemão Gerard Schroeder manifestou hoje a sua intenção de continuar por mais um mandato à frente dos destinos da Alemanha, depois de ter liderado o país por duas legislaturas.
Ele querer queria os alemães é que não querem.

PAI

Pai
Hoje é dia do Pai. Mas todos os dias não são dias do Pai?
Bem sei que não nos temos dado muito bem, principalmente nos últimos anos, nem me lembro bem a última vez que te dei um beijo, um abraço ou pedi um concelho. Concelhos? Alguma vez te pedi algum? Técnico talvez?.
Acho que nunca tive a coragem de te pedir um concelho. De te dizer o quanto te admiro, a tua inteligência e sagacidade, a tua tolerância, a tua capacidade de trabalho, a tua frontalidade, a tua honestidade, a tua bondade e a tua solidariedade e a tua disponibilidade para quem precisasse de ti e para com os mais fracos.
Aprendi contigo que o “coice” é uma arma secreta que apenas devemos usar com aqueles que se julgam superiores a nós. Para Baixo, não se dão “coices” estende-se a mão. Nunca mo disseste mas sem dizeres ensinavas como fazer. Fui bom observador.
Pai! Contigo aprendi tudo isso, contigo aprendi tudo o que sei da vida e que é bom de se saber. Pai, tudo o que eu sei que não devia ter aprendido, foi porque não te ouvi. Foi porque nem sempre foste capaz de me dizer.
Há dias disseste a um serralheiro da Fajã de Baixo, a quem escolheste como confidente, que me admiravas muito, pelo que sou pelo que já fiz, pelo que ainda vou fazer. Nunca mo disseste. O Zé Manel contou-me essa vossa conversa. Chorei, chorei muito sozinho agarrado ao volante do carro, chorei tanto como naquele dia em que me deste uma enorme sova por uma razão qualquer que já nem sei. Foram tantas e tão bem dadas.
Bem sei Pai que nem sempre tenho sido um bom filho mas tu serás sempre o meu grande Pai!
Obrigado

18 de março de 2004

"Factoring" Político

O Partido Socialista, resolveu pela voz do seu Secretário Geral (sim S. Geral, porque não me parece que Ferro Rodrigues seja o líder do PS e muito menos o líder da oposição), sob a forma de 18 perguntas, cobrar as promessas eleitorais do Governo da Coligação. Caramba, dois anos passados apenas. O que teríamos de fazer nos Açores nesta recta final de oito anos de Governação, do tipo navegação à vista? Há promessas eleitorais do primeiro Governo do PS que ainda estão por cumprir. Mais grave, há rubricas do plano de 1996/2000 que estão por cumprir.
Advirto, do alto da minha insignificância o Sr. Ferro (ou será folha de Flandres) Rodrigues para o facto de, embora o último Governo de Gutterres do qual V.Ex.ª fez parte só ter durado dois anos, as legislaturas em Portugal ainda são de quatro anos.
Bem sei que V.Ex.ª deverá estar “mortinho” para que esse calvário da oposição acabe, afinal o Sr. é daqueles que não se sabe onde andava, enquanto outros estavam a dar a cara para acabar com o “Cavaquismo”.
Fica mal. Fica muito mal andar a cobrar a factura antes do prazo para concluir a obra! Será uma espécie de “factoring” na política? A liquidez de ideias no PS estará assim tão mal?

17 de março de 2004

Um passo para a Paz

-Tá! tou sim, então Bin levaste imenso tempo a atender porra! E desde ontem que ando a tentar falar contigo e não me atendes o telefone.
-Há!! George és tu, estavas a ligar de um telefone privado e Eu não costumo atender telefones privados.Mas o que é que queres agora? O problema agora é com o “spanish” meu!
-EH pá não é nada disso, o que me preocupa são os portugueses!
-Caguei meu, isto é um “Paísinho” na cauda da Europa, nem dá para fazer atentados. Esquece meu.
- Não é isso é que anda por lá um dinossauro, sim um Dino daqueles a quem quase ninguém liga, mas que ultimamente anda armado em tiranosaurus rex e acha que nós devemos dialogar.
- Eh meu a malta não tá nessa.A malta quer mesmo é atentados meu.
- Olha lá Bin custava muito fazeres um “esforçosito” para fingir que andamos a negociar?
- Vai lá vai, Vou pensar nessa cena meu.
- Vais nada. vais é decidir já, afinal de contas o próximo atentado deve ser na Inglaterra e eu ainda tenho uns dias até à campanha eleitoral.
-Ouve lá George e seu for despedido da organização por cauza de andar a negociar contigo? Arranjas-me um emprego no petróleo meu?.
-Vai-se ver o que se arranja, vê mas é se essa malta para com as bombas!
-Tá bem tá. E onde é que vai ser essa tal cimeira da Paz.
-Espera lá não tinha pensado nisso.
-Eh pá então dá-me ai a cena do telemóvel desse tal “cota” que eu combino com ele.


Estou sim, faz favor de dizer.
-Tá, meu, cota, camarada Soares aqui é o Bin, o Bin Laden.. Eh pá o George W. Bush ligou-me meu. É por causa de marcar aquela cena da cimeira para fazer um acordo entre nós, os terroristas, e eles , os democratas meu.
-Olhe lá se eu fosse mau e Você sabe que eu não sou dizia cresce e aparece.
Plink tutututututututututututututututut

-Hello
-Eh George, meu sou eu o Bin, ouve lá meu, o cota está “marado” de todo, tá mesmo xéxé meu. Não me fales mais naquele cota meu.
-Tá bem Bin OK já me tinham dito mas eu julgava que eram bocas. OK. Pensa nessa coisa da cimeira e depois dá um toque. Ou manda-me uma SMS, é mais barato. By

16 de março de 2004

Hoje há 67 anos

Hoje há 67 anos nasceu, no Enclave de Cabinda- Angola na raia da floresta do Mayombe, a mulher que me havia de trazer ao Mundo, limpar as fraldas, dar a papa, levar à escola, ao meu primeiro BI à catequese, ao hospital. A mulher que havia mais tarde de me aparar os golpes de cintura. A mulher que acompanhou a família em tantas e tantas horas dificeis. Sofrida, doente, mas sempre com aquela força que só as mulheres sabem Ter.
Liguei-lhe para o telemóvel para lhe dar os parabéns, passeava-se pelas ruas de Lisboa. A Lisboa pombalina, a Lisboa do Bairro de Alfama, da Sé do Limoeiro e do Aljube, da Rua de Augusto Rosa, onde ainda hoje gosta de ir passar uns dias. A Lisboa que tem uma luz única. A Lisboa do Terreiro do Paço, qual Time Square dos anos 1500. A Lisboa que foi a sua segunda Pátria, a cidade que a viu crescer e que deixou por amor para ir viver para o Nordeste. A décima Ilha dos Açores . No tempo, era mesmo a décima Ilha. Mas por Amor a um Micaelense da Ribeirinha lá ficou onze anos e três filhos.
Sua benção minha mãe

Castelo de cartas

Segundo alguns analistas menos isentos, a derrota do PP e de Aznar em Espanha, é o principio do desmoronar de um castelo de cartas. Foi a primeira “derrota de um dos Senhores da Guerra”, seguir-se-ão os os outros, os quatro “Bês”, Bush, Berllusconi , Barroso e Blair. A maçada toda é Blair estar no meu destes reaccionários de direita fazedores de Guerra.
Mas porque raio um trabalhista se mete com Gente desta?

15 de março de 2004

103.2 FM Clube ASAS do Atlântico

Um novo “blog” colectivo nasceu em Santa Maria, alimentado pelas crónicas diárias na frequência modelada com sinal estereofónico do 103.2 do Clube Asas do Atlântico.
Da Ilha de Santa Maria para o Mundo o que pensam as diferentes sensibilidades políticas na Ilha.
Pela parte que me cabe e por razões compreensíveis, muitas das crónicas são extraídas dos “post” do Foguetabraze. Contudo a rádio sempre é uma forma diferente e eficaz de divulgar o nosso pensamento pelo que penso não será redundante usar textos do “Blog” nas mesmas. Na verdade, a rádio, pela sua ubiquidade, é bastante abrangente. Na costa Sul de São Miguel pode ser ouvida em 103.2 FM, no resto do mundo ainda não. Mas pelo menos as crónicas poderão ser lidas aqui.

Sei lá o que deva pensar.

Sei lá
Sei lá se foi luto
Sei lá se foi desgosto, nojo, náusea desagradável pela hipocrisia . pela mentira pela cobardia.
Só sei que estes últimos dias não me tem apetecido escrever. Escrevinhei umas coisas e andei a “bataquear” com as pontas dos dedos no teclado do meu velho PC. Mas não saiu nada.
Apetecia-me ter lido qualquer coisa que quisesse ter sido eu a escrever.
Sabem? Não sabem? Aquelas coisas que achamos quase perfeitas, embora muitas vezes o não sejam.
Desci e subi as escadas vezes sem conta, Do escritório para a sala e desta para aquele.
Nada. Nada brotava da minha cabeça que valesse a pena sequer pôr aqui. Sim porque aqui é onde não tenho pejo de pôr o que me dá na real gana. Mas Para mim nada do que havia escrevinhado era para pôr aqui.
Tentava ouvir opiniões isentas. Mas não. Com excepção para alguma esquerda que se esquece que Blair é o grande líder da 3ª via europeia e o ataca ferozmente e para uma direita que pela mesma razão o elogia. Se eram de Direita, a opinião era uma, se eram de esquerda era diametralmente oposta.
Ganharam os terroristas, a ETA e a Al-Qaeda;
Ganharam os ladrões, os assassinos de inocentes;
Ganharam! Porque os outros mentiram na hora que era de dizer a verdade. É sempre hora de dizer a verdade, a mentira é como azeite em água.
Ganharam porque os outros foram hipócritas;
Ganharam porque o povão anónimo foi cobarde. O Povo votou no PSOE porque sentiu medo do terrorismo. O Povo votou PSOE para acabar com a Guerra dentro de casa, não para acabar com a guerra fora de casa. Sim., é verdade! até ao 11 de Março o sentido de voto era outro e a Guerra lá fora já decorria há muito tempo.
O Povo é soberano. Não ponho qualquer tipo de dúvida democrática sobre esse assunto. O voto é o único direito que verdadeiramente temos em Democracia. Os outros direitos estão limitados pela nossa coragem. Quanto mais corajosos somos mais livres vamos ficando. Quanto mais medrosos e cobardes mais influência e pressão sofremos dos outros. Logo somos menos livres.
Os terroristas conseguiram os seus dois grandes objectivos. O Partido Popular deixa o Governo. As tropas às ordens do reino de Espanha retiram de Bagdad. Vitória para a ETA e para a Al-Qaeda foi o que o Povo Espanhol acabou por oferendar este Domingo.
Este resultado augura tempos de laxismo e recuo em relação ao tratamento que merecem os terroristas.
A ver vamos.
Sei lá.

11 de março de 2004

Na volúpia do Capitalismo Feroz

“Post” para ontem dia 10 de março. Não houve tempo para “postar”, muito trabalho e muito problema para resolver.

A obrigação de escrever diariamente é uma enorme maçada. Eu adoro escrever. Gosto quase tanto de escrever como de ler. Mas ele é Foguetabraze é olhómetro é crónica da semana na frequência Modelada do ASAS do atlântico, é 5 minutos de “blogs” também no ASAS 103.2 FM, ele são cartas e respostas a ofícios e propostas para os bancos e para as Secretarias e para os clientes e para os fornecedores e ele são paginas e páginas de tudo e de mais alguma coisa. Bem diz a minha mãezinha, do alto da sua educação do Liceu Francês e com razão- O menino tanto haverá de escrevera que um dia aprenderá. Mas não aprendo. Sempre perdido na volúpia do capitalismo feroz, se não são os fornecedores, são os bancos, se não são os bancos são os ordenados se não são ordenados é a Previdência.Bolas.Se não é a Previdência é a Manuela.
A Manuela?
Sim a Manuela porquê?
A tua Mulher não se chama Manuela.
Pois não mas a minha ,mulher também não ma chateia nada, é uma Santa. Felizmente.
Então?
A MANUELA Ferreira Leite
Ah! Essa . Bolas estou farto de que me entrem pelo orçamento familiar dentro.
E eu estou farto de trabalhar e pagar impostos para uns putos inconscientes andarem por ai às escondidas a fazerem que são gestores. Sim porque essa coisa de ser gestor público é só a fingir. Afinal se não houver dinheirinho no fim do mês sempre se arranja, ou melhor a Manuela sempre arranja.

9 de março de 2004

Votos de qualidades diferentes?

Jorge Sampaio declarou-se "aterrado" com os índices de abstenção que algumas sondagens prevêem para as eleições europeias do próximo mês de Junho. Também Vital Moreira, tocou no assunto aqui e aqui.
Talvez eu esteja enganado, o demasiado trabalho que tenho tido hoje não me permitiu ir ao arquivo desarrumado confirmar. Contudo, tenho em memória a ideia de que já nas últimas Europeias, a percentagem de abstenções ultrapassou os 70% (72,2% se a memória não me está a rasteirar).

Tenho uma perspectiva que talvez seja pouco democrática mas que tem a ver com a relação entre a quantidade e a qualidade dos votos.

Bem sei que em democracia os votos não têm qualidade, são todos iguais e valem todos o mesmo.
Contudo, sabemos todos que quem se abstêm o faz por desinteresse. Se por um lado isto é preocupante por reflectir uma enorme negligência dos Portugueses em relação às questões Europeias, por outro permite-nos concluir que quem vota nestas eleições o faz conscientemente, com sentido de responsabilidade cívica ou por simples clubismo partidário.
Assim sendo, se atentarmos aos “doentes” dos partidos, aqueles que casmurramente não alteram o seu sentido de voto, chegaremos a uma situação de empate.
Este empate será quebrado pela percentagem de Portugueses, atentos e bem informados e bem formados, que serão exigentes na análise dos discursos partidários, ponderarão os pontos de vista dos partidos, que vão dar-se ao trabalho de ir às urnas, estes são, na minha opinião, os que votam com qualidade. Na verdade, esses são os Portugueses que realmente se preocupam com os destinos da Nação e felizmente, a estes pertencerá a decisão final.
Será uma decisão com qualidade mas antidemocrática?

8 de março de 2004

Lembram-se?

Lembram-se deste autocolante?

Mandei-os fazer em 1996. Hoje estão mais actuais do que naquela altura. Presumo que os meus companheiros de partido que na época, não gostaram da ideia hoje a achem deliciosa.

7 de março de 2004

1961 Septimanistas do Liceu Nacional de Ponta Delgada

Entre umas olhadas ao monitor do computador a preparação de um coelho bravo de vinha d’alhos para o Jantar e a intromissão nos diálogos do Professorisses com os seus amigos Carlos e Ana Afonso sobre o Corvo, Estive todo o Santo Dia trabalhando. Estive mais propriamente a transladar e arrumar livros e velharias que estavam despertas pelas últimas três casas onde morei. Cada uma das coisas que fui arrumando ou numa prateleira, numa vitrina ou numa caixa de sabão vazia, suscitava-me um “post” no fim só posso dizer que de tanto material e de tanta ideia, tenha a cabeça de tal forma que não consigo escrever mais do que isto.
Só uma destas coisas me levou a escrever.
Ontem cheguei ao professorices ou ele chegou a mim, não me recordo. Mas parecia-me mais um daqueles Açorianos ilustres mas dos quuais ninguém fala. O João apresentou-se e trocamos algumas mensagens ou no espaço de comentários do blogue quer por
e-mail. Fiquei assim a saber que havia sido colega e amigo do meu sempre Saudoso tio José Nuno.
Eis senão quando, no “lufa lufa” do esvaziar de mais um caixote me deparo com um pequeno livrinho. Escrevi ao João:
O João de pronto respondeu e deu-me autorização para usar a sua informação. Talvez não interesse a muitos mas eu achei que devia registar aqui:

Março de 1961
Visita de confraternização à Ilhas do Oeste dos septimanistas do Licei nacional de Ponta Delgada.

António João Carreiro e Silva
Interrompeu a universidade para fazer o serviço militar na Reserva
naval. Herói à maluca, de grande coragem, ganhou uma Cruz de Guerra na
Guiné e profissionalizou-se na marinha. Homem de excelente feitio,
amigo de toda a gente, só tinha como problema a irresistibilidade pelas
meninas.

Armando Jorge L Moniz

Carlos M Freire Oliveira
Filho de um professor de inglês que marcou gerações, o dr. Eufrásio
Oliveira, infelizmente já desaparecido. Fez uma excelente carreira
médica em Coimbra, é professor catedrático e um dos oncologistas
portugueses bem conhecido. Toda a gente o conhece pelo seu
inconfundível laço...

Ernesto José Gouveia Macedo
Economista, não sei que posição ocupa hoje. A seguir ao 25 de Abril
teve uma acção excelente como adido comercial junto da recém-aberta
embaixada em Moscovo, tendo estabelecido as primeiras relações
comerciais e salvado muitas empresas da ruína (sei-o, por exemplo, por
um então administrador dos Estaleiros de Viana do Castelo).

João Jacinto Soares de Albergaria Pacheco
Amigo dos de mais estimação. Creio que hoje gerente do Banco Pinto e
Sottomayor em Ponta Delgada (já não é, penso que está reformado). Tenho a impressão de que este banco já não existe, mas ele deve estar no seu sucessor. Casou com a Teresa, nossa colega de curso, dedicada educadora infantil e pessoa encantadora.

João Manuel de Vasconcelos Costa
Este pobre escriba, que vai tentando a difícil conciliação de cada vez
mais ser um homem do mundo e um homem da pequena terra e do tanto mar
das ilhas maravilhosas; que confessa que, por isso, tem frequentemente
problemas existenciais; que se identifica tanto com Antero nesse
conflito entre a grandeza da ambição (ou da missão?) e a pequenez do
horizonte, mas que está longe da impulsão do seu fim; que já chegou a
uma idade em que, perante a "choldra" do Eça sempre actual, diz muitas
vezes "Porra, sou lúcido!"

José Nuno de Almeida e Sousa
Homenagem sentida á sua memória. "Chateávamo-nos", às vezes, como
jovens, mas sempre bons amigos. Como disse há pouco, do canto do clube.
Quantas histórias... o doutor, o Ventura, o Maximino engraxador, o

Jorge Cortes Rodrigues (pobre pai, magnífico, com esse desgosto)

António Gentil Lagarto
Vi algumas referências a uma carreira de gestor feita na alçada do
abafante PSD. Creio que foi presidente da EDA, mas não tenho a certeza.

António Manuel M. Branco Camacho

Um homem de grande qualidade de que nunca mais soube nada. Alguém me dá
alguma informação?

António Manuel do Rêgo

Antero Manuel Neto Viveiros

Arnaldo Jacinto Medeiros Costa~

Carlos Eduardo Pereira Duarte

Um "cromo"! Amigos do peito, fomos companheiros de quarto em Coimbra.
As histórias comuns que podíamos contar desde o licor beirão
(lembras-te da D. Benvinda, Casiá?) até tantas outras das personagens
coimbrãs que conhecemos: o Teixeira, o Trás-os-montes, aquele adelo de
S. Cruz, de que já não recordo o nome, que era masoquista e que nos ia
aumentando o preço de compra da camisa velha por cada bofetada que
apanhava. O Carlos Eduardo é hoje pediatra em ponta Delgada e
recomendo-o!

Duarte José Carvalho de Freitas
Um momento de silêncio. Um bom amigo, desaparecido há alguns anos em
circunstâncias trágicas.

Eduardo Manuel de Lima Teixeira
Filho de uma pessoa conhecido de todos nós jovens, o Dr. Teixeira,
Secretário do nosso Liceu. Nunca mais o vi. Mas, como o mundo é
pequeno, muitos anos depois, uma das minhas filhas teve como uma das
suas maiores amigas uma filha do Eduardo, uma jovem encantadora.
Mandávamos abraços pelas filhas!

Francisco Afonso do Canto H. Noronha
Uma personagem com aspectos muito curiosos. Alguma tendência para a
efabulação, mas com piada.

Hermano Manuel Silveira Vicente
Outro amigo bem chegado, nessa idade, mas que perdi de vista. Começou
por estudar na Academia Militar, depois engenharia no Técnico. também
gostava de saber o que é feito dele.

João Alberto Linhares de Deus
Outro de que só tenho notícias indirectas. Como o mundo é pequeno, uma
sobrinha dele, nada e criada em Lisboa, é hoje minha nora.

João Francisco Frias Aguiar

Jorge Félix Furtado Dias

José Augusto Pavão de Sousa

Leonilde António M. V. Botelho

Luís Francisco de Sousa Rebelo

Luís Jorge Silva de Oliveira

Médico obstetra, creio que a praticar em S. Miguel, continuámos colegas
pelos estudos médicos fora. Em Coimbra, chegámos a partilhar um quarto
de aluguer.

Manuel de Medeiros Silva
como sabem os do meu tempo, o Manuel era o meu grande rival em
classificações de estudos, o que nunca perturbou a nossa amizade. Eu
batia-o num aspecto, e não era preciso ser muito dotado para isso - na
ginástica. Nunca vi ninguém menos dotado para o exercício físico do que
o Medeiros Silva. cabeça brilhante, do melhor que pode haver, formou-se
e doutorou-se no Técnico, onde hoje é professor catedrático.
Infelizmente, não temos tido muito contacto. Com o aumentar da idade
comum, eu teria muito interesse em comparar o que é que nós, sempre a
par, temos acumulado em sabedoria.

6 de março de 2004

O regresso da formiga

A Formiga de langton voltou depois de ter abandonado a blogosfera em Outubro passado, a Formiga voltou aos "posts" em 25 de Fevevreiro. Não percam um dos melhores blogs portugueses, já está outra vez "linkado".

Fumo branco no Largo do Rato

Se olvidarmos o facto de Sousa Franco, o Cabeça de lista, ser um ex-presidente do PSD e um dos Ministros de Guterres que mais responsável foi pelo actual estado da economia e finanças Portuguesas, a lista de candidatos do PS às Europeias até que não é para menosprezar.

António Costa - Mais político do que técnico, será o verdadeiro rosto do PS na campanha e no PE;
Ana Gomes - Mais técnica do que política, as relações internacionais serão o forte dela. Olá amigo Xanana;
Francisco Assis - Há Homens que merecem prémios, o Porto também;
Elisa Ferreira – Isto de falar de ambiente e ordenamento do território também dá frutos;
Paulo Casaca - Ou como havíamos de agradecer a Carlos César;
Sérgio Sousa Pinto - A sucessão ou porque ainda havia a actual lei do aborto;
Fausto Correia - O brinde pelos serviços prestados em Lisboa e ao Partido;
Edite Estrela - Não sei, esta é que eu não percebi!
Capoulas Santos - Quem mais no PS sabe das questões da Agricultura?
Jamila Madeira - Os Jovens fazem campanhas mas também cobram lugares;
Emanuel Jardim Fernandes - depois de sofrer Jardim tanto tempo pois alevá;
Manuel dos Santos - O que é que ele havia de fazer
Joel Hasse Ferreira - há cromos que têm que ser postos em qualquer lugar.

E o Grupo Parlamentar do PS na Assembleia da República como fica? Despido! Felizmente

Factos são factos.


Hoje vive-se melhor nos Açores


O que mais faltava era que passados 30 anos do 25 de Abril não se vivesse hoje melhor nos Açores.
O que mais faltava era que passados oito anos não se vivesse hoje melhor nos Açores.
O que mais faltava era que depois do PS ter chegado ao Governo numa Região com nove Portos, e nove aeroportos e com escolas em todos os concelhos, não se vivesse hoje melhor nos Açores.
Era o que mais faltava depois de milhões e milhões de contos de solidariedade nacional e europeia, não se vivesse hoje melhor nos Açores.
Era o que mais faltava se depois de receberem por ano cerca de 46 milhões de euros da República para baixar a electricidade não se vivesse melhor hoje nos Açores.
Mas depois de tudo isso, ainda se poderia viver melhor nos Açores ou pelo menos ter uma divida externa mais baixa, um endividamento directo e indirecto da Região mais baixo e sobretudo termos deixado de ser a Região mais pobre de Portugal.

O falhanço da Universidade dos Açores DOP

Li hoje no Correio dos Açores essa novidade: “O director do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, Ricardo Santos, estranha que a Comissão Europeia não tenha mandado fazer estudos sobre o impacto nos recursos marinhos da entrada das embarcações espanholas na zona de pesca entre as 100 e as 200 milhas à volta dos Açores.
Ricardo Santos referiu que Bruxelas tem seguido nos últimos anos uma política de respeito pelas normas da preservação dos recursos da pesca, mas no caso do acordo que permite o acesso dos barcos espanhóis aos mares dos Açores terá cedido a pressões de interesses de ordem económica para tomar uma decisão nessa matéria contrária ao previsto na Política Comum de Pescas (PCP).”

Eu diria: Apesar de ter sugado ao orçamento da Região Autónoma dos Açores, dois barcos de investigação e milhões de euros em projectos, o DOP nunca deu uma única resposta cabal às necessidades dos Pescadores e Armadores Açorianos, como também não soube dar as respostas necessárias ao Governo Regional e a Bruxelas que fossem conviventes na questão da preservação dos recursos Marinhos na Região. O DOP foi o departamento que mais falhou nesse processo. Os donos da verdade científica não souberam usar os seus (des) conhecimentos em prol do desenvolvimento e preservação da pesca nos Açores.
Além disso, há que ter a noção que o acordo das 100 milhas é uma óptimo acordo para a Região já que o que estava em cima da mesa de negociações eram as 12 milhas de águas territoriais ou na melhor das hipóteses as 50 milhas por esmola. A esmola assim foi bem maior.

5 de março de 2004

Santana Pimba

Sempre achei que Santana Lopes era um político pimba. Mais do que isso, um político pimba que tem a mania que não o é, uma espécie de Mendes Bota que não sabe cantar mas entoa bem. Um fingidor. Um daqueles que finge ser um tecnocrata mas afinal não passa de um demagogo. Um daqueles que acha que se deve governar por sondagens, como fazia aquele tal da Internacional Socialista e que foi o primeiro-ministro amigo dos Açores .

Luta contra o cancro

visitas como esta que se publicita no Público de hoje, valem muito mais e têm muito mais efeito do que qulaquer campanha milionária, paga com os impostos sobre as tabaqueiras, para demover os Jovens de se iniciarem no ritual do tabaco.

4 de março de 2004

O Joel Voltou!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

O Joel voltou à blogosfera. Eu bem dizia. Muita gente já não acreditava. Há dias vi-o no Aeroporto de Santa Maria e pensei cá comigo, este sacana abandonou-nos. Mas o Joel voltou e em grande. Esperem tudo dele.

3 de março de 2004

Uma reflexão sobre "Da Ausência de Referências "

O Franciscio Botelho deixou um "post" há pouco no Entramula que me resolveu o problema existencial de "postar" hoje.

Caro Francisco.

Eu sou um sonhador, um habitante da Ilha de Thomas More, um Cândido de Voltaire. Eu acredito que este grande “Centrão” de que fala o André a respeito das tuas dúvidas sobre referências, é precisamente o atingir da quase perfeição. Não Há centro o que há é uma consciência maior do que é bom e justo. A Esquerda não pode ser dona das questões sociais é o mesmo que dizer que eu não me preocupo com os pobres, os desfavorecidos, os que dormem nas vitrinas, os alcoólicos, os toxicodependentes, os filhos deles, todos, todos. Por outro lado, a Esquerda também não será tão obtusa que não perceba que o sistema capitalista tem vantagens, tem por exemplo, a vantagem de gerar riqueza para pagar pensões, RMG, fazer hospitais, fazer lares de idosos, fazer coisa para esta gente que não tem acesso à riqueza e que em séria reflexão sabemos que não vai ter nunca.
Por exemplo em relação ao RMG, não sou um critico. Embora em tempos tenha feito o discurso demagógico que era pagar para não trabalharem, hoje sei que quem não quer trabalhar não trabalha mesmo. Não trabalha se lhe pagarem o RMG, como não trabalha se não lhe pagarem o RMG. Mas os seus filhos que até podem ser uns lutadores, se não pagarmos o RMG não vão à escola porque têm que ir ganhar para o pão, na terra, nas vacas, nas pescas, nas fábricas, nas obras e na prostituição infantil.
Definitivamente eu sou a favor do RMG.
Sou, por isso de esquerda?
Por isso, já nem temos pejo em coligarmo-nos com alguns daqueles que um dia apelidaríamos de "Comunistas Católicos", aqueles que viam no lucro privado um pecado politico, aqueles que vociferavam os mais agressivos adjectivos sobre o patronato e o empresariado, aqueles que nos roubaram nos espoliaram e depois nos venderam novamente o que era nosso, aqueles que dividiram o que não era deles e que dai tiraram dividendos políticos, quais Robin Hood dos tempos modernos.

2 de março de 2004

SOS lagoas

O SOS lagoas desapareceu, morreu, está enterrado, e os seus principais impulsionadores, desde 1996 que são Governo e foram Governo 8 anos para isso, para terem simplesmente um plano e mais nada. É pouco para quem andou a fazer fogueirinhas em volta da Lagoa das Furnas exigindo acção. E depois? depois é que são elas passa-se de oposição a poder e a coisa já não é tão fácil, e passa um ano e passam dois e passam oito anos e só planos e mais nada.

Municipalismo e Caciquismo

Fui talvez o primeiro Blogger a postar sobre o assunto aqui às 18h36m35segundos do dia 29 de Fevereiro. Estava me preparando para escrever qualquer coisa no meu sótão de imaginações quando olho de relance para o Televisor que estava há bocado a um canto a falar sozinho. Não me aguentei e pumba lá foi o post. Dai para cá tem sido uma tal diarreia de post sobre o Autarca do marco de Canaveses. Alguns são maldosos, até de mau gosto, O meu é não podia ser mais genuíno, afinal A.F.Torres, infelizmente pertence ao mesmo partido do que eu. Mas eu já tinha avisado aqui há tempos. É o que Eu digo eu aviso ninguém liga e depois pimba. Temos o que merecemos, Avelinos, Felgueiras e outros que tais a par de comentadores pimba e ministros pimba e Jornalistas Pimba e futebol e dirigentes de futebol pimba e tá tudo apimbalhado porque esse Povão é pimba e chora com as novelas da TVI .
Em Portugal, infelizmente e cada vez mais, Municipalismo é sinónimo de Caciquismo. Por isso, Eu sou, cada vez mais, centralista

Pescas nos Açores.Reflexões

No seguimento das preocupações do Ezequiel, devo esclarecer:
De facto existe já um centro de formação com vocação específica para o sector das pescas. Contudo, a nossa classe piscatória é bastante relutante em relação às inovações tecnológicas. Só para exemplificar, existem três embarcações nos Açores a trabalhar o palangre de fundo com o chamado sistema espanhol, que além de ser mais eficaz, reduz sobre maneira a necessidade de mão-de-obra, bem escasso no sector. Estas embarcações trabalham com “know how” Espanhol e com alguns Portugueses a bordo. Contudo, as outras embarcações, mesmo vendo os resultados satisfatórios e o nível de rendimento das tripulações, continuam relutantes.

Além disso, alguns sectores dentro do sector, acreditam que tarde ou cedo os stocks das principais espécies comerciais dos Açores vão sofrer de sobre exploração e acreditam que a pesca artesanal tem mais futuro do que a dita industrial. Pessoalmente sei que vai ser assim, infelizmente perdemos o comboio das pescas, fruto de investimentos megalómanos em algumas Ilhas em infra-estruturas absolutamente sobredimensionadas enquanto noutras se deixou o sector agonizar por falta de investimento. São um bom exemplo de mau investimento o quase abandonado Entreposto Frigorifico de Santa Maria que em 1990 custou cerca de 500 mil contos e que són um ano esteve cheio e a trabalhar plenamente, o estaleiro de reparação naval da Madalena do Pico, que nunca foi rentável apesar dos elevadíssimos preços praticados, os Portos de Rabo de Peixe e Ribeira Quente, que foram meras obras “eleiçoeiras”, a lota de água de Pau, moderníssima e inaugurada com pompa e circunstância e que entretanto encerrou, a rampa de varagem do Porto da Horta, quando existe uma outra a 20 minutos de viagem. Tudo isso a par do desinvestimento no porto de pescas e na lota de Ponta Delgada e no núcleo de pescas do Porto da Praia da Vitória que deveriam ter sido os primeiros mas que apenas surgiram melhoramentos quando o sector já estava em agonia final.
O sector da pesca está condenado a perder importância no espectro económico dos Açores, com raras excepções em algumas Ilhas mais pequenas, e será dominado muito em breve pelo poderio económico dos empresários Espanhóis. Quem não aprender a “hablar castellano se olvide de pescar en Açores en los años que van venir mas próximos”

O Foguetabraze feito por...

Esta minha mania de ser diferente. É como aquela que incomoda o ToZé. Não tem lógica mas eu gosto.

O Abrupto inventou o Abrupto feitos pelos seus leitores. O Ilhas, sem querer plagiar, fez o seu blog com os comentários dos seus leitores.
Eu faço o Foguetabraze de hoje com os comentários dos leitores do Ilhas. Ainda ninguém tinha pensado nessa?

Do Ezequiel que presumo ser o meu querido amigo e cidadão Nortenho Ezequiel Moreira da Silva em versão terceira Geração. Como tudo na vida a raça do Avô e a genialidade do Pai vieram apuradas neste bom exemplo de quem estando fora segue bem de perto o que se passa cá dentro.

“Ouvi e vi o Barata e gostei muito apesar de não ser do PP. Lúcido. Directo. Perspicaz. Parabéns! Quando é que se cria uma escola de pescas? Esta coisa de fazer portos so faz sentido se houver barcos tecnologicamente mais avançados e versáteis que nos permitam explorar a nossa riqueza piscatória. Formação, portos e barcos(que poderiam ser feitos em estaleiros portugueses) Os nossos corajosos pescadores tratam do resto! abraço, Ezequiel”

1 de março de 2004

Obrigado....Muito Obrigado

Foram cerca de 5 anos sem aparecer nas televisões ou nos Jornais a falar de coisas da Politica, de coisas da nossa terra , de coisas que nos arreliam. Ontem fui ao Telejornal da RTP-A, em representação do CDS/PP, comentar as noticias da Semana. O Pedro teceu aqui um elogio que me fez babar em torrente. Mas o que mais me impressiona foi o número de pessoas que vê o Telejornal da RTP-A. Hoje, ao sair à rua em Ponta Delgada, tive, outra vez, enorme dificuldade em fazer o percurso do Escritório para o banco. Lá tive que parar pêra falar com o Zé o Manél o Francisco a Marta a Ana a Beatriz. Quase ninguém se lembrava que fazia 38 anos que Eu nasci nesta resplendorosa cidade. Mas todos, todos sem excepção, me haviam visto ontem no Telejornal. Obrigado a todos.

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