26 de novembro de 2013

É a andar que se faz o caminho...

Perdi o meu tempo, não o tempo cronológico  esse bastardo inimigo que nos ataca fugindo, perdi o meu tempo de existir, o meu estado de alma, o tempos dos amores perfeitos e imperfeitos das venturas e desventuras. Há um tempo, esse sim cronológico, que não volta, sim esse não volta nunca por mais que o poeta o cante, que o prosador o evoque que o filósofo o ensaie. O tempo cronológico em que estou a escrever estas linhas vai passando e não fica. Ficam as linhas, ali no papel amontoadas como as pegadas que fazem no terreiro o trilho por onde vão passar outras pegadas. São as nossas palavras que nos fazem assim nesse outro tempo como as nossas pegadas fazem o nosso caminho.
De quando em vez é preciso, torna-se premente mesmo,  mudar-mos as nossas palavras, mudar-mos o nosso caminho, negar-mos a nossa própria existência para assim podermos continuar a existir como dizia Goethe. Fazer-mo-nos, refazer-mo-nos qual Fenix das cinzas renascida. 
De um monte de nervos, músculos e ossos, frágil como uma orquídea em noite de vendaval, brota um animal horrível, mau, hostil, capaz de matar por prazer, capaz infligir no próximo as maiores atrocidades, aquelas que sabe seria incapaz de suportar. O Homem, de facto, não é grande coisa.

25 de novembro de 2013

Hoje sim, é o dia!

Hoje importa lembrar e lembrarei enquanto forças tiver e a razão mo permitir, a madrugada de 25 de Novembro de 1975, o "Grupo dos 9" e esse grande vulto da democracia portuguesa que deu e dará pelo nome de Ernesto Melo Antunes. Lembrarei a esses democratas de pacotilha que enchem a boca e salas de livrarias e anfiteatros e mesas redondas e vendem livros e outras coisas tais, usando e abusando do nome desse grande Homem da história de democracia deste triste, pobre e inculto país que sem o grupo dos 9 tínha transitado automaticamente de um regime musculado de direita  para uma ditadura da esquerda radical.


Recordo Melo Antunes com a saudade de quem apenas privou com ele uma ou duas vezes. Era eu então um puto intrometido e obcecado com as conversas dos adultos sobre a coisa pública. Recordo a sua serenidade a falar com paixão de tempos que não vivi, de figuras que não conheci. De cigarro entre os dedos indicador e grande e polegar encostado à fronte como que a segurá-la para que nunca se curvasse e, não se curvou, o Tenente Coronel divagava, com inteligência,  durante horas, apenas interrompido, quase sempre de forma  impetuosa, por um ou outro amigo/conviva.

Nunca me viram numa sessão pública de homenagem ao "Sonhador Pragmático", ( mesmo sendo amigo pessoal dos seus filhos, principalmente do Ernesto por quem nutro especial  admiração e amizade que nunca me perguntou ou manifestou qualquer admiração por eu não ter estado presente neste ou naquele evento sabendo ele o quanto admiro o Pai). Não suportaria a hipocrisia dos presentes.

Com já aqui escrevi, num passado  mais ou menos  recente,  é ao papel desempenhado por Melo Antunes no seio do chamado grupo dos nove que se deve a teorização do contra-golpe militar que, liderado por Ramalho Eanes com o apoio de Jaime Neves e dos seus Comandos, havia de libertar Portugal da tendência de esquerda radical do MFA que pretendia fazer do país uma "Cuba da Europa".


8 de novembro de 2013

Cuida-te Pedro

Quem tem amigos como o Morais Sarmento e o Marques Mendes, nem precisa de inimigos.

6 de novembro de 2013

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