29 de novembro de 2010

Essa gente não aprende a separar águas?


Em causa, a interrupção na transmissão, em directo, das declarações finais sobre o Plano e Orçamento, na passada semana, que originou um protesto formal do Parlamento.O Conselho de Redacção vem, agora, dizer que a atitude do poder político revela "prepotência, arrogância e desrespeito pelos jornalistas".O longo comunicado do Conselho de Redacção considera que o que se passou na noite de quinta-feira, no Parlamento, ficará para a história como um dos dias mais negros da RTP /Açores.Em causa, o protesto formal da Assembleia Legislativa, pelo facto da televisão ter interrompido a transmissão, em directo, das declarações finais sobre o Plano e o Orçamento, para emitir o Telejornal.Os jornalistas da RTP dizem-se "ultrajados e envergonhados" pela "prepotência, arrogância e desrespeito", demonstrados pelo poder político.O Conselho de Redacção considera "inadmidssível a intromissão do Parlamento nos critérios editoriais da RTP, e, lamenta a subserviência da Direcção da empresa que decidiu transmitir, na íntegra, as mesmas declarações, no dia seguinte".Os jornalistas do canal regional lembram que a RTP disponibilizou à Assembleia uma janela de quatro horas para a transmissão das declarações, mas, o Parlamento optou por "esticar a corda" para permitir que a intervenção do Presidente do Governo entrasse pelo Telejornal, em directo.O Conselho de Redacção manifesta, por isso, a sua solidariedade e apoio ao Chefe de Serviço de Informação da RTP, João Soares Ferreira, que, entretanto, se demitiu, na sequência desta polémica.

Fez muito bem o João Soares Ferreira em demitir-se e faz muito bem o Conselho de Redacção da RTP tomando esta posição pública e peremptória

26 de novembro de 2010

Ganhou o PS mas...

O advogado nortenho Dr. Eduardo Vieira ganhou com 60% dos votos as eleições para a secção regional da ordem dos advogados. Ganhou o PS mas o menos PS de todos.

O PS já ganhou.

A Ordem dos Advogados escolhe hoje o seu novo Bastonário que por puro acaso até será, prospectivo eu, o velho.
Aqui nas nossas Ilhas também vai a votos a secção. 3 Listas concorrentes, 3 nomes indelevelmente ligados ao Partido Socialista, a extensão “azorica” do Grande Oriente Lusitano.


E o mesmo se vai repetir enquanto houver este Governo.

Tribunal de Contas alerta que Aeroporto de Beja avançou sem garantias de viabilidade

No Público oneline e em muitos outros sítios.

22 de novembro de 2010

Fim de tarde na Feira do Livro.

Ontem fui à tradicional Feira do Livro que o meu amigo José Carlos Pacheco, apesar da crise, insiste e bem, em promover. Por lá, além do maior cronista da nossa praça que, por puro acaso é meu primo, com quem tinha combinado lá encontrar-me, encontrei ainda o meu querido amigo Manuel Melo Bento, filósofo e artista plástico de reconhecido mérito com quem me travei de razões sobre o estado a que chegou esta choldra a que chamamos país. Na verdade, tal como na caserna da GNR se mandam os superiores para o “Cesto da Gávea” sem que um Juiz o entenda como ofensa, também nós chamamos ao País uma bosta com M e ao Primeiro-ministro e alguns dos seus correligionários o cardápio todo de epítetos menos elogiosos que o calão contem. Eu e o Melito temos um poderio de coisas em comum, uma delas é termos o coração ao pé da boca.
A Feira não traz grandes novidades, infelizmente, embora essa seja uma boa notícia para benefício do meu orçamento familiar que, obviamente, agradece.
Encontrei o meu velho companheiro de lides televisivas, charutos e tertúlias, de conversas na Praça Velha e de “bloguices” Francisco José Viegas. Não andava por lá em busca de livros, andava dentro dos seus Livros, entre o Crime em Ponta Delgada e O Mar de Casablanca.
Encontrei ainda, nos corredores, o poeta Emanuel Jorge Botelho, às voltas com as letras dos livros esses amontoados de papel e tinta que nos dão tanto prazer e paralelamente nos atormentam. Quanto mais sabemos, menos sabemos ou mais insignificantes nos sentimos. Feliz é o pobre de espírito, o ignorante que na sua falta de saber julga ser gente, julgam alguns até que o Mundo não vai além deles, que são o seu centro e a sua esfera de influência. Falamos de livros, livrarias, autores, de Fernando Aires de Vamberto Freitas e da Biblos, essa grande livraria que abriu em Lisboa tão depresa como fechou e que prometia ser, como tudo em Portugal, a maior livraria da Europa, a mais completa estante do mundo na melhor rua da melhor cidade com o maior balcão e o maior não sei quê. Portugal é o país da maior qualquer coisa. O País do maior tiro no maior pé.

Mesmo a tempo da Greve Geral

Os dois blindados que o Ministério da Administração Interna (MAI) comprou para a Cimeira da NATO já estão em Portugal, apurou o DN.

Gosto mesmo é daquela parte dos smile.

FLA em resposta à FLAD.


Num post scriptum do editorial da edição Outono/Inverno da revista Paralelo, órgão oficial da FLAD, Fundação Luso-Americana para o desenvolvimento, pode ler-se com todo o desplante da editora (a inenarrável ex-Ministra de educação Maria de Lurdes Rodrigues) o seguinte: “A FLAD a cujo Conselho Executivo presido desde Maio, tem um passado de intervenção e de apoio ao desenvolvimento económico, cientifico e tecnológico do país, em geral e dos Açores em particular.”

Alguém me aponta e situa no tempo um exemplo relevante, um apenas, de um evento, atitude, apoio, ou seja lá o que for que a FLAD tenha proposto, promovido apoiado, nesta santa terrinha que é um dos principais fundamentos para a existência da referida fundação. Um só, vai lá, não deve ser muito difícil.

21 de novembro de 2010

Antolhos?



Imaginemos que os protagonistas dos episódios retratados eram W. Bush e Mota Amaral e um Cão de Fila-de-São Miguel. O que não diria o cosmopolita Deputado da Região de tais parolices.

20 de novembro de 2010

Aliança do Pacifico e Índico?

No rescaldo da cimeira da NATO e das muitas reuniões bilaterais e decisões tomadas à margem da mesma e da redefinição do conceito estratégico da OTAN, gostava só de deixar duas notas para reflexão que são de todo importantes.
Primeiro quero lembrar os mais críticos do atlanticismo que é a esse que se devem 60 anos de paz na Europa com excepção dos Balcãs onde a culpa da instabilidade e guerras é mais da parte oriental do Atlântico do que propriamente daquela que os anti atlanticistas empedernidos odeiam.
Segundo, o conceito estratégico agora aprovado e discutido há muito no seio da OTAN, ficará sempre ligado ao nome da cidade de Lisboa. Porém, nunca uma revisão do conceito estratégico da OTAN esvaziou tanto a importância de Lisboa e do Atlântico no seio das suas intervenções. Aliás, a escolha de Lisboa é simbólica nesse sentido.

16 de novembro de 2010

É Jumento mas não é burro.

Precisamos de produzir
Tudo no nosso país está especializado no consumo, os empresários bem sucedidos são os que têm empresas que vendem crédito ou bens de consumo, os programas eleitorais são programas de consumo, os debates orçamentais centram-se no consumo. Toda a sociedade está especializada no aumento do consumo, a própria democracia é alimentada por uma classe política mais preocupada em ter sucesso e aumentar o seu padrão de consumo do que com os problemas do país, é uma democracia do Audi, do Mercedes e do BMW.
Mesmo quando o grande problema do país é não gerar riqueza suficiente para manter os padrões de consumo a que se habituou não se ouve uma única voz a questionar a economia portuguesa na perspectiva da produção. Não se ouve o ministro das Finanças falar da eficiência do Estado, em vez disso assistimos à criação de cargos e organismos sem critério e agora promove-se uma vaga populista e destroem-se serviços públicos importantes para servirem de exemplo de um falso rigor na gestão do Estado. Temos um ministro da Economia a quem ninguém ouvir falar daquilo que é ministro, da economia. Temos um ministro da Agricultura que ninguém viu. Temos um ministro das Obras Públicas que deveria designar-se ministro do TGV ou, melhor, ministro do Poceirão. (...)

Livros e gadgets.



Con un libro electrónico, sea El Gatopardo o El perro de los Baskerville, no puedo anotar en sus márgenes, subrayar a lápiz, sobarlo con el uso, hacerlo envejecer a mi lado y entre mis manos, al ritmo de mi propia vida. No hay cuestas de Moyano, ni buquinistas del Sena, ni librerías como las de Luis Bardón, Guillermo Blázquez o Michele Polak donde los libros electrónicos puedan ocupar sus venerables estantes y cajones. Nada decora como un buen y viejo libro una casa, o una vida. Ninguna pantalla táctil huele como un Tofiño, un Laborde o un Quijote de la Academia, ni tampoco como un Tintín, un Astérix o un Corto Maltés al abrirlos por primera vez. Ninguna conserva la arena de la playa o la mancha de sangre que permiten evocar, años después, un momento de felicidad o un momento de horror que jalonaron tu vida. Y déjenme añadir algo. Si los libros de papel, bolsillo incluido, han de acabar siendo patrimonio exclusivo de una casta lectora mal vista por elitista y bibliófila, reivindico sin complejos el privilegio de pertenecer a ella. Que se mueran los feos. Y los tontos. Tengo casi treinta mil libros en casa; suficientes para resistir hasta la última bala. Quien crea que esa trinchera extraordinaria, su confortable compañía, la felicidad inmensa de acariciar lomos de piel o cartoné y hojear páginas de papel, pueden sustituirse por un chisme de plástico con un millón de libros electrónicos dentro, no tiene ni puta idea. Ni de qué es un lector, ni de qué es un libro.



Via Carlos M. Fernandes no incontornável O Insurgente.

15 de novembro de 2010

Começa a voltar à normalidade.

Já recuperei alguns links, a bandeira e os comentários antigos. O mais importante está feito. O design vai ser mais dificil de conseguir. Entretanto ando às voltas com a Ética e as Relações Internacionais. Por isso, vou fazer uma pausa na orgaização do template.

Antes azul do que laranja, dizem Eles e Eu acredito

Uma vez que o laranja estava a incomodar alguns visitantes deste espaço (até sms recebi) por agora e até que consiga resolver o problema do template e da caixa de comentários vão ter que se “amanhar”. Infelizmente foi um erro comum e que cometi por ignorância. Tentando alterar algumas coisas migrei o bloigue para a versão mais recente do blogger que não aceita a minha “pré-jurássica” escrita em HTML.
Quero e devo esclarecer que não houve qiualquer tentativa de apagar qualquer comentário ou qualquer outra informação, foi mesmo um acidente o que é perfeitamente compreensível, toda a gente de boa-fé perceberá que perdi muito mais do que seria suposto ganhar. Perdi, por exemplo, o contador de visitas, o Clusters map, os links, a bandeira da FLA. Enfim uma infinidade de coisas que será muito difícil reaver a não ser que apareça ajuda externa.

14 de novembro de 2010

Agora fica assim depois se verá.

Fiz aqui uma asneira qualquer e não sou capaz de repor o design retro deste blogue. Por agora ficam assim, o resto logo se verá.

10 de novembro de 2010

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COLÓQUIO ÉTICAS APLICADAS NA UNIVERSIDADE DOS AÇORES
No próximo dia 20 de Novembro, por ocasião da celebração do Dia Mundial da Filosofia, declarado como tal pela UNESCO, terá lugar o Colóquio Éticas Aplicadas no Anfiteatro C da Universidade dos Açores.Este evento dividir-se-á em duas partes: a manhã será dedicada a algumas conferências plenárias sobre a Ética enquanto área fundamental de estudos e a tarde será preenchida com diversos workshops simultâneos, incidindo cada um deles sobre uma ética aplicada: Ética e Relações Internacionais, Ética e Biomedicina, Ética e Comunicação Social e Ética e Serviço Social. Os workshops terão um carácter eminentemente prático, privilegiando a análise e resolução de casos concretos, bem como a discussão de questões legislativas e/ou códigos deontológicos.
As inscrições decorrem até ao próximo dia 15 de Novembro, devendo ser enviadas para o Secretariado do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais, da Universidade dos Açores. A ficha de inscrição poderá ser obtida através do seguinte site: www.eticasaplicadas.net
O evento dirige-se a todo o público interessado, com destaque, por um lado, para alunos da Universidade dos Açores que, em várias licenciaturas, frequentam cadeiras de Ética e, por outro, para profissionais de diversas áreas que se confrontam frequentemente com problemas ético-deontológicos na sua prática quotidiana.
Nas últimas décadas, a Ética tem sido significativamente renovada devido ao aparecimento de novos domínios de reflexão, como a Bioética, a Ética Ambiental e as Éticas Profissionais. O Colóquio Éticas Aplicadas pretende reflectir sobre este fenómeno, integrando-se num projecto editorial mais vasto, com a mesma designação, que visará a publicação de diversas obras sobre várias éticas aplicadas.

R.I.P Dr. Fernando Aires.


1928-2010
Nesta hora em que não sei o que dizer por falta de habilidade com as palavras e porque a emoção me tolhe a força dos dedos e da mente, ficam as palavras do Daniel de Sá.

Hoje a cidade amanheceu cinzenta. É seu velho hábito vestir esse hábito de quase penumbra. Que incomoda. Que amolece o gosto pela vida. Que nos tira a vontade de nos levantarmos. Hoje, a cidade voltou a vestir os seus andrajos mais frequentes, como viúva pobre em permanente aliviar luto. E não me apeteceu levantar. Na minha “Ilha de Nunca Mais” não voltarei a erguer-me. O tempo… o tempo, para mim, agora já “era uma vez”.


A notícia de que não me apeteceu levantar acinzentou de quase trevas pedacinhos de mundo aqui e acolá. Escureceu a claridade na Ponta da Galera. Arrefeceu o vento nordeste na Maia. Gelou corações em Providence ou em Lisboa, em New Bedford ou em Toronto, na Califórnia ou em Santa Catarina. Estranha sensação, esta, a de saber que eu, “uma unidade de sentimentos/ sensações”, fazia parte dos sentimentos bons de tantos amigos.


Se for possível farei o possível para estar com ela, mas a Linda ouvirá sozinha a nossa música. Como eu amei esta Mulher! Como ela conseguiu ser o braço que me levantou tantas vezes em manhãs em que não me apeteceu levantar! Mas, hoje, não. Hoje tornou-se no nunca mais. Talvez tentem aliviar este insidioso luto cinzento com um cheiro a flores.


Hoje não me levantei. Não volto a levantar-me, já disse. Não me cansei da vida, nem da família, nem dos amigos. Nem sequer me cansei de mim. Mas tinha de haver este dia. O dia de nunca mais.

Até qualquer dia, companheiros.

Maia, 9 de Novembro de 2010

(Daniel de Sá)

8 de novembro de 2010

E julguei que já tinha visto tudo.

Eu sei que não sou o melhor utilizador do idioma de Camões. Nem sequer sou bom no uso que faço do Português. Porém, há coisas que não se admitem e que saltam à vista mesmo de um leigo como eu. Por exemplo, li hoje num documento feito por um licenciado em vias de ser Mestre em regime “bolonhês” a seguinte frase: Quando tive na Ilha Graciosa pude constatar que havia por lá muitos burros cinzentos . O uso da primeira pessoa do singular no pretérito perfeito do verbo ter, no lugar do mesmo tempo verbal mas do verbo estar é um erro inadmissível.
No mesmo paper li ainda uma coisa mais grave que até se admite na linguagem oral por via do costume mas que é totalmente inadmissível na linguagem escrita ao nível académico. A páginas tantas o autor escrevia: Os graciosenses forem muito simpáticos com a nossa equipa. Ora, o uso do verbo ir conjugado na terceira pessoa do plural do futuro do conjuntivo é completamente errado e deveria estar o mesmo verbo conjugado na terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo.
Sei que, no meu caso, é preciso ter muito desplante para corrigir seja quem for, sou um exemplo dos que dá mais valor ao conteúdo do que à forma. Sei também que não sei usar a pontuação e em especial as virgulas. No entanto, há coisas que ultrapassam o razoável.

3 de novembro de 2010

Na Guerra com as agências de rating.


Em The Art of War (incompreensivelmente nunca traduzido para português), o grande estratega Sun Tzu diz que a guerra é a arte da simulação. O que se passou por estes dias no Parlamento foi uma autêntica simulação mas com resultados que estão longe de serem satisfatórios. O espectáculo pouco edificante que os debates proporcionaram e as atrapalhadas e politiqueiras justificações do Ministro Teixeira dos Santos, em nada abonam em favor da confiança dos mercados. As taxas continuam a subir.
Obviamente, o País precisava de um orçamento e os mercados esperavam um entendimento entre os dois maiores partidos. Porém, não há mercados que não tenham percebido que, mais uma vez, a táctica partidária sobrepôs-se ao interesse estratégico nacional.

1 de novembro de 2010

CSB 81.

Aqui Açores, Portugal, CSB 81 do Clube Asas do Atlântico, era assim que há mais de 40 anos o António Valente abria as emissões do Asas. Ontem ouvi o António à conversa com o José Maria, antigo colega de estação e de muitas horas de rádio. O António Valente é uma referência do Asas do Atlântico e da rádio açoriana em geral. Faz hoje 43 anos que se iniciou aos microfones do emissor do Clube Asas do Atlântico.
Há 43 anos as coisas eram bem diferentes do que são hoje, mas para os distraídos é sempre bom lembrar que havia rádios privadas em Portugal e nos Açores. Quem cresceu em Santa Maria, ou na costa sul da Ilha de São Miguel até ao Nordeste (como é o meu caso) o Asas era presença habitual nos velhos rádios de válvulas sintonizados na onda média do CSB 81 do Clube Asas do Atlântico.

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