30 de novembro de 2006

Quem puder...


Entre o mar e a serra, originally uploaded by foguetabraze1.

... que goze um bom fim-de-semana prolongado que eu, infelizmente, vou ter que trabalhar.
Amanhã, em Portugal, comemora-se o principio do fim.

29 de novembro de 2006

Sem título

Eu gosto destes dias em que as luzes da rua acendem às 4 da tarde. Venta, chove, faz frio, até no Algarve dos Açores onde as coisas se passam ao ritmo bom da vida, quase parado. Passa-se qualquer coisa. Lembro o dia em que aqui cheguei pela primeira vez nos idos de Agosto de 1987. Estava (estou) apaixonado por uma cagarra, apaixonei-me pela lha, pelas suas gentes, pela maneira de ser pelo modo de vida. Infelizmente, faltam elites, vão-se perdendo tradições e o que se faz de novo é bem pior do que o que havia dantes. Aqui, como no resto da humanidade, os políticos são o espelho do que resta de um Povo. A gente é um reflexo dos seus políticos mas não devia ser.
Vivem-se quimeras vãs. Eu gosto das pessoas que sonham, mas quando esses sonhos fazem o mundo pular e avançar como nos poemas do Pessoa há 70 anos. Não gosto dos sonhos perdidos de encontro os balcões dos cafés ou nas tertúlias de clubes em decadência. São sonhos estéreis.
Sonhei um dia ser poeta em Vila do Porto, nunca mais escrevi um verso. Esta é uma ilha de poetas que não escrevem poemas, que não escrevem livros, que não lêem livros. Poetas que se perdem entre dois copos e uma novela da TVI. Mas poetas.

28 de novembro de 2006

Um gajo farta-se...porra!

Eu ia escrever sobre a nova grelha de programação da RTP-Açores. Mas desisti, é que depois iam dizer que era tudo por despeito e por inveja e essas coisas todas. Por isso...

27 de novembro de 2006

Há dias.

Dias em que o tempo não rende. Pensando bem até rende mas pouco. Há dias em que apetece nunca ter dado o número do telemóvel a certas pessoas.

26 de novembro de 2006

1923-2006

Morreo o surrealista


De profundis amamus

Ontem às onze fumaste um cigarro encontrei-te sentado ficámos para perdertodos os teus eléctricos os meus estavam perdidospor natureza própria
Andámos

dez quilómetros
a pé
ninguém nos viu passar
excepto
claro
os porteiros
é da natureza das coisas
ser-se visto
pelos porteiros
Olha
como só tu sabes olhar
a rua os costumes
O Público
o vinco das tuas calças
está cheio de frio
e há quatro mil pessoas interessadas
nisso
Não
faz mal abracem-me
os teus olhos
de extremo a extremo azuis
vai ser assim durante muito tempo
decorrerão muitos séculos antes de nós
mas não te importes
não te importes
muito
nós só temos a ver
com o presente
perfeito
corsários de olhos de gato intransponível
maravilhados maravilhosos únicos
nem pretérito nem futuro tem
o estranho verbo nosso

Mário Cesariny

Mais sobre o 25 de Novembro


Tirado daqui

25 de novembro de 2006

25 de Novembro sem máscaras.

Hoje importa lembrar e lembrarei enquanto forças tiver, a madrugada de 25 de Novembro de 1975, o "Grupo dos 9" e esse grande vulto da democracia portuguesa que deu e dará pelo nome de Ernesto Melo Antunes.
Hoje, há 31 anos, Portugal foi libertado definitivamente da ameaça de implementação de uma ditadura comunista. Hoje, há 31 anos consolidou-se a democracia que, em 25 de Abril do ano anterior tinha dado os seus primeiros e ténues passos.
Hoje, o dia passará sem cravos, sem paradas, sem sessões oficiais. Porque hoje, a gente não se lembra da "Ocidental Praia" dos COPCON, do episódio do Campo Pequeno, dos assaltos às sedes do CDS.
A esquerda, desculpem a "esquerdalha", esse grupelho de aruaceiros disfarçados de Armani e que se passeiam pelos salões em busca de um lugar na "manjedoira" da democracia, até se empenha na preservação da memória da PIDE. Contudo, qual manada de toiros enraivecidos olvida, perigosamente, o dia em que, pela primeira vez, se colocou lastro nesse navio ainda leve e mal lastrado que é o Portugal moderno e democrático.
Que mais não seja para prestar a minha mais do que humilde homenagem ao "Sonhador pragmático", aqui fica o registo de que este dia existiu e fez perdurar a democracia em Portugal.

24 de novembro de 2006

Confissão de blogger

Só não posto "frames" sacados do You Tube porque não sei. Pois é, estou para o You tube, como um amigo delicioso que perdi precocemente estava para os nomes dos bolos. Íamos, com frequência, nas madrugadas Lisboetas, aos bolos na Praça do Chile. Perguntava-lhe o que queria, respondia-me invariavelmente, "uma bola de Berlim". Um dia confessou, "há bolos bem melhores do que as bolas de Berlim mas eu não sei os nomes".

23 de novembro de 2006

E tempo?

Pois é, tamanha agenda cultural e tão pouco tempo para a desfrutrar. Não tenho por hábito ir a inaugurações, não gosto de revistas cor-de-rosa, não gosto de cor-de-rosa, mas tive pena de não estar presente na galeria Fonseca Macedo para acompanhar a Catarina Castelo Branco, vou por lá passar um dia destes.

Luto

22 de novembro de 2006

Por um prato de lentilhas

O CDS, ou melhor o Deputado Artur Lima, votou favoravelmente o orçamento de 2007 apresentado pelo Governo Socialista a troco de três propostas de alteração na área da saúde. Isto só quer dizer que o CDS, o oficial, está de acordo com toda a política do Governo menos em três pequeninas coisas do sector da saúde.
Também quer dizer que, pelo menos no próximo ano, a oposição está reduzida ao PSD.
Também quer dizer que Artur Lima cavou um fosso enorme entre o Grupo Parlamentar e o partido que o suporta, até porque o assunto do orçamento não foi discutido em qualquer órgão do partido.
A quatro meses de um congresso regional em que Alvarino Pinheiro estará de fora, pode ter sido uma cartada decisiva para o aspirante de lider perder terreno para Nuno Melo Alves, outro putativo candidato à liderança dos Democratas Cristãos dos Açores.

Aborte-se o aborto

Ainda nem chegamos à campanha e eu já estou farto de ouvir disparates, de um lado e do outro. Será que os "maiorais" dessas "manadas" ainda não perceberam que foram campanhas do tipo "a barriga é minha" ou "se a barriga fosse de vidro" e outras demagogias que levaram aos resultados, pouco esclarecedores, do último referendo sobre o aborto?
Bem, já sei, daqui a oito anos vamos a votos outra vez e claro, com uma pergunta muito mais complexa.

3anos3

O Causa Nossa que é, cada vez mais, a causa do Vital Moreira e esporadicamente da Ana Gomes, faz hoje 3 anos. Num Sábado, 22 de Novembro de 2003, era dado o mote com um manifesto editorial da autoria do Luís Osório no qual se podia ler: ... Seria, aliás, difícil imaginar um grupo mais heterogéneo, quanto ao percurso de vida, formação académica e profissão, itinerário político (ou ausência dele). Reivindicamos por isso uma irredutível liberdade crítica...
Talvez seja hora de refazerem este manifesto. Não?

21 de novembro de 2006

Arquitectura e urbanismo também são cultura

Tenho andado demasiado ocupado (ainda por cima com trabalho de escrita, o meu segundo trabalho por encomenda e pago) para cuidar do blogue. Contudo, algumas recensões críticas -um trabalho pedido por uma instituição pública - sobre os volumes publicados pelo Instituto Açoriano de Cultura onde é inventariado o Património Imóvel dos Açores, em conjunto com a novidade de um Curso de Introdução à Arte do Sec XX em Portugal, isso tudo mais uma pitada de pimenta do livro do Dr. Carlos Falcão Afonso, levou-me a pensar na urgência e oportunidade de se fazer um curso, worshop, o raio-que-o-parta, sobre os atropelos, os desmazelos e os excessos de zelos da grande maioria das câmaras municipais, técnicos da DRAC, associações cívicas, Santas Casas da Misericórdia, arquitectos, desenhadores, engenheiros, mestres de obras e empreiteiros, promotores imobiliários e mais outra raia miúda. São tantos os atropelos, os disparates, os abandonos, os atentados, os elefantes brancos que era mesmo bom haver algum sentido estético e algum bom-senso no meio desta salgalhada toda.

17 de novembro de 2006

Cavaco desilude

A entrevista do Professor Cavaco ontem, que só ouvi hoje, veio reconfirmar a pertinência da minha crónica publicada na revista FACTOS nº 21 e que aqui transcrevo.
Cavaco desilude

Não raras vezes nos desiludimos com os políticos que escolhemos e elegemos. Assim aconteceu com uma larga maioria dos Portugueses em relação a esses primeiros meses de mandato presidencial do Professor Aníbal Cavaco Silva. Não a mim o Sr. Silva de Boliqueime, tecnocrata inculto, não me desiludiu, está a ser, precisamente, aquilo que eu desconfiava que ele ia ser. Cinzento. Foi assim como Primeiro-ministro, foi assim como Ministro das Finanças, será sempre assim, embora passando a imagem de ser diferente. Um embuste.
Contudo, Cavaco desiludiu e muito, os seus adeptos e os seus principais detractores. Na verdade, há várias direitas neste país que reconheciam no Professor Cavaco uma espécie de salvador da Pátria , um Salazar dos tempos modernos, com família, casa no Algarve e férias numa praia do Brasil, um "tuga" típico, "self made men" como todos os "tugas" gostavam de ser, reaccionário como só os "tugas" sabem ser, austero como todos os "tugas" gostam.
Alguma social-democracia que, gosta de se dizer de direita (qual equivoco) apostou no Professor Cavaco na esperança que esse se transformasse numa espécie de contra poder, uma "força de bloqueio" à maneira do "Rei" Soares, capaz de devolver diplomas ao parlamento só porque lhe dava na real gana e que ameaçasse a dissolução da Assembleia da República ao primeiro indicio de corrupção ou desentendimento entre governantes ou entre estes e a Câmara de Deputados. Ao invés, Cavaco, adoptou por uma atitude conciliadora, apoiou medidas do Governo, apela ao respeito pela Assembleia da República e vez alguma insinuou ou deixou transparecer a possibilidade de dissolver o Parlamento. Desiludiu assim a sua direita, a pseudo direita PSD.

Nas esquerdas, principalmente na mais liberal e na mais genuina, Cavaco era visto como uma espécie de anticristo, o "Homem da Regisconta" que olvida as questões desde que o interesse da caixa registadora o justifique. Também essa esquerda temia um Cavaco, contra-poder, intransigente, sem preocupações sociais e em que a economia ultrapassasse todas as outras preocupações de Estado. Um Presidente permanentemente em "guerra" com o Governo.
Ma afinal, estes primeiros dias em Belém têm revelado um Cavaco Silva bem diferente do esperado quer por uns quer por outros. Por isso Cavaco é uma grande desilusão.
E se não bastasse termos a noção disso, ele próprio, sabe que assim foi, se é que já não sabia que assim iria ser.
"He procurado poner en práctica lo que prometí. He actuado según lo que dije, no según lo que otros imaginaron o inventaron que iba a hacer".Anibal Cavaco Silva ao El-País .
Sintomático é o facto do Presidente falar mais aos órgãos de comunicação social estrangeiros do que aos Portugueses. Sim, lá fora opinou sobre cá dentro, sobre o futuro da Europa, sobre a emigração ilegal. Cá dentro, ainda não disse nada.

16 de novembro de 2006

Combustiveis comandam a economia

As recentes notícias de movimentação de capitais no tecido empresarial micaelense, com especial destaque para a venda de parte significativa do capital da ACCymbron ldª a um dos seus sócios e de uma também significativa parcela de acções do grupo NSL ao grupo Bensaude, poderia levar o mais incauto dos leitores a pensar que a economia desta Ilha e consequentemente dos Açores está dinâmica. Ao invés, constata-se que as movimentações são apenas ao nível de empresas dos serviços, sendo que no caso SousaLima/Bensaude o negócio esteve dependente do encerramento da unidade industrial da Lagoa o que acabou por acontecer com o despedimento de mais de 30 trabalhadores. A outrora chamada de Vila Industrial, está cada vez mais perto de deixar de o ser.
Com a compra, o grupo Bensaude fica detentor de cerca de 70% do mercado de combustiveis da Ilha de São Miguel e quase 50% do mercado dos Açores.
Entretanto os empresários terceirences já perceberam o sinal das suas elites sobre a letargia e o comodismo das suas gentes e trataram de investir em São Miguel. De facto, depois do grupo Paím ter investido, através da sua participada ASTA-Açores, na construção de 2 hotéis e exploração de uma zona de Jogo em São Miguel, também o grupo Monjardino, importante grupo económico terceirense na área da distribuição de combustíveis, se prepara para instalar em São Miguel uma rede de distribuição dentro do seu habitual "core business".
Há dias o ex-ministro da economia Augusto Mateus dizia uma coisa que venho a dizer e já escrevi há muito: "Os açores só se desenvolvem com o crescimento de um pólo aglutinador que, neste caso, é São Miguel". Lembro-me de, a esse respeito, ter utilizado aqui uma analogia com o comboio e a locomotiva, sendo a Ilha maior a locomotiva e as outras os vagões
Os empresários, felizmente, já perceberam aquilo que os políticos, infelizmente, ainda têm dificuldade em perceber.

15 de novembro de 2006

PSD rompe coligação com CDS-PP na Câmara de Lisboa

Eu até acho que 1 ano foi demasido tempo.

José Pinóquio Sócrates

Há três dias o Primeiro-ministro de Portugal, o tal das sucessivas mentiras e que reúne em seu torno perigosas unanimidades, anunciou que o orçamento de estado combate o défice sem "recurso a truques e subterfúgios". Hoje, o tribunal de contas, vem falar em mais de 300 milhões de desorçamentação.
Noutros tempos já se estava por aí a falar de degradação da vida politica e de outros disparates.
Parece que este país que "precisa que tudo mude para que tudo fique igual", continua cada vez mais igual.

Piratas

Quando lhes faltam os argumentos toca de preparar manobras de diversão. Tal como os piratas do mar, os da politica também obedecem ao chefe. O Pirata mor.

14 de novembro de 2006

Perigoso unanimismo

Foi por causa de momentos de perigosa unanimidade como aquela que toda a gente pôde assistir este fim-de-semana em Santarém que Salazar esteve no poder durante quarenta anos.

Um ano de Açores SA

Lembro-me como se fosse hoje do dia em que este vosso blogue fez um ano. Cuidei que havia passado uma eternidade. É verdade, um ano num blogue é uma eternidade. Parabéns à menina e aos rapazes do Açores SA.

10 de novembro de 2006

Surpresa a minha.

Tribes of the Blogosphere
Everyone is familiar with the A-list perspective of the blogosphere: there are a handful of key individuals who wield much of the influence in terms of discussion, opinion, links and traffic. But what about the rest of us? How do we fit in? By taking the graph of the blogosphere and looking for groups of blogs which have strong links between them, we can shake out some of the communities that are either embedded in the
core (the home of the A-listers) or which are loosely joined to, or completely separate from this central über-community.
Let's start with a classic: the knitting community. For some reason, this is held out almost as an iconic example of the blogosphere's niche appeal. Key blogs include The Blue Blog, Wendy Knits! and The Yarn Harlot.
Next (right) we have very strong Portuguese community centered on Blasfemias and Foguetabraze. It is interesting to note that Blogspot plays an important role in this community (the red nodes). In contrast to the first example, this appears to be a community with a linguistic theme rather than a topical one.

9 de novembro de 2006

Os supranumerarios

Não haja dúvidas que a função pública tem gente a mais. Os sindicatos asseguram que houve uma adesão de 80%, o governo só deu pela falta de 11,74.

A respeito de certas insinuações

"Quanto mais conheço as pessoas mais gosto do meu cão".

hELLOOOOOOOOO, TAMBÉM QUERO!

SENHOR "José"

Comerciante da Terceira, com dois estabelecimentos comerciais e candidato pelo PS a Presidente de uma Junta de Freguesia.

Os relatórios técnicos do Instituto de Acção Social referem-se a um "agravamento da situação" económica do beneficiário, resultante da sua actividade comercial e de "mau funcionamento do estabelecimento comercial".

Em 12 de Janeiro de 2005, a Directora Regional da Segurança Social atribui ao senhor "José", um subsídio de euros 4.000,00, através do Fundo de Socorro Social, para pagamento de salários em atraso aos seus trabalhadores.

Em 1 de Junho de 2005, a Directora Regional da Segurança Social atribui ao senhor "José", um subsídio de euros 10.000,00, através do Fundo de Socorro Social, muito embora se reconheça que o subsídio anterior não foi utilizado para o pagamento dos salários de trabalhadores e que a situação resulta de "má gestão financeira".

Em 30 de Dezembro de 2005, a Directora Regional da Segurança Social atribui ao senhor "José", um subsídio de euros 15.000,00, através do Fundo de Socorro Social, para pagamento de dívidas a terceiros.

O senhor "José" é Presidente duma IPSS que recebeu subsídios da Segurança Social de, pelo menos, euros 150.000,00.

SENHOR "João"

O Senhor "João", de S. Jorge, recebeu um subsídio da Secretaria Regional da Habitação no valor de euros 9.926,08 para comparticipação na aquisição de habitação, "em estado razoável, necessitando apenas de instalação sanitária", como refere a Delegada da SRH em relatório.

Sem que se perceba como, o senhor "JOÃO" procede à demolição da casa e solicita novo apoio à SRH, que recusa.

Em 7 de Abril de 2005, a Directora Regional da Segurança Social atribui ao senhor "João", um subsídio de euros 24.000,00, através do Fundo de Socorro Social, reconhecendo que o "pedido não se enquadra no âmbito dos programas de apoio à habitação".

SENHORA "Maria"

A senhora "Maria", da Terceira, funcionária pública, divorcia-se e, no âmbito do processo de partilha com o marido, recusa a venda da casa morada de família a terceiros.

O relatório técnico do Instituto de Acção Social, na caracterização da senhora "Maria", refere que ela "está muito bem integrada em força política de referência na freguesia" - o PS.

Em 10 de Maio de 2005, a Directora Regional da Segurança Social atribui à senhora "Maria", um subsídio de euros 30.000,00, através do Fundo de Socorro Social, na sequência do processo de divórcio.

8 de novembro de 2006

Sexta à quarta

Cá o Argolas não percebe por que razão os bloguers não acabam de vez com a cena dos comentários anónimos. Falam e barafustam, mas continuam a permitir que a situação se perpetue. Bastava fazer como alguns sites que conheço: não há comentários para ninguém! É que não se perde nada, bem pelo contrário. Cá o Argolas nunca vai a um blogue por causa dos comentários. Aliás, um blogue só ganha em não ter comentários. Um blogue vale (ou não vale) pelos seus posts. Em suma: dar voz a energúmenos anónimos não é propriamente a melhor forma de honrar a democracia. Mas, já agora, cá o Argolas coloca uma dúvida: recentemente, um blogue anónimo acusou Miguel Sousa Tavares de plágio. Atiraram-se todos ao anónimo. Alguém se preocupou em saber se a acusação de plágio era fundamentada? Até li uma crónica em que uma fulana dizia que Sousa Tavares era um homem bonito! Santo Deus, a imprensa tradicional endoideceu. Esperemos que a blogosfera não vá pelo mesmo caminho...
E não é que o individuo tem razão, também não deviam haver colunas de jornal anónimas ou encapotadas ou lá o que o argolas é.
Mais uma vez no seu foguetabraze, as argoladas de sexta à quarta.

Pois claro

Eu até já tinha dito isso aqui, há uns dias mas foi preciso mexer com a banca (por favor não mexam mais com a banca) para um ex-ministro vir a público dizer o óbvio.

6 de novembro de 2006

A moda do You tube

Isto é um blogue não é um Vlog. Anda-me a irritar essa moda de fazer postas com recurso aos vidioclips do You tube .
Ide todos mas é para a casa do ....

3 anos 3


Eu queria escrever uma coisa bonita para lembrar que a rapaziada do :Ilhas completa hoje três anos de postas contra-postas e comentários e contra-comentários. Estou desde manhã para o fazer. Mas não saiu nada que valesse a pena. Por isso ficam uns simples parabéns a vocês.
Ah, já me ia a esquecer de uma coisa muito importante de referir. O :Ilhas é um bom exemplo de um blogue feito nos Açores mas universal, daqueles que eu falava há dias sobre a aldeia global e aquelas coisas todas que já nem sei.

Post scriptum: Vejam lá se arranjam uma fotografia com o Riley no lugar do Tozé.

Por favor deixem os Bancos à vontade

Cada vez que o Governo através da entidade reguladora do sistema bancário que dá pelo nome de banco de Portugal, resolve mexer com os bancos quem sofre é o freguês. Há dias, a respeito dos arredondamentos para cima e para baixo, alguém falava desse grande instrumento que o governo tem ao seu dispor para regular o mercado e que não lhe dá o devido uso e é chamado Caixa Geral de Depósitos. È verdade se a CGD arredondar as suas taxas para baixo, todos vão para baixo. Mas não, o governo usa esse instrumento para tudo, inclusive para dar emprego aos amigos (sempre foi assim com todos os partidos incluindo o CDS-PP), excepto para regular o mercado.
Antes dessa dos arredondamentos e da data/valor dos cheques foi a alteração do valor obrigatório para pagamento dos cheques carecas. Aquela que para o governo parecia uma medida de elementar justiça e para aliviar os tribunais e a PJ de processos de pequena monta, passou a ser um excelente negócio para a Banca. Na verdade, a partir dessa data os bancos passaram a cobrar uma "taxa de intervenção do gerente" em todos os cheques pagos a descoberto. Essa taxa pode variar entre os 5 e os 31 euros mais imposto de selo. Qual não foi o meu espanto quando a minha fonte me mostrou que é precisamente a CGD quem cobra a taxa máxima de 31 euros. Ora num cheque de 150 euros, 31 eurosrepresenta mais de 20% desse valor. Mas repare, se por absurdo o leitor se distraiu com o controlo da sua conta bancária e emitiu um cheque de 75 euros quando apenas tinha na conta 70, aí a CGD vai cobrar-lhe os mesmos 31 euros o que representa 40% do valor do cheque e cerca de 620 % do capital usado como crédito.
Bem sei que ninguém liga a essas contas mas dá para gritar.
Por favor, deixem os bancos que nós merecemos.

5 de novembro de 2006

Mesmo tratando-se ...

... de um ditador sanguinário que ordenou milhares de mortes incluindo a de um dos seus genros, não há nada que justifique a morte de um ser humano. Nada mesmo.

4 de novembro de 2006

Da desunião das Ilhas II

(Continuação)
Já aqui escrevi, várias vezes, que o bairrismo é o cancro desta Região. Julguei que a blogosfera produzida nos Açores e com dimensão universal pudesse ser um meio de comunicação que aproximasse os pensamentos contemporâneos de todas as Ilhas no contexto da aldeia global. Tive a presunção e a leviandade de acreditar num novo movimento filosófico nascido nos Açores do século XXI.O Guilherme chegou a falar de uma nova geração de autonomistas Enganei-me. Afinal não existe uma blogosfera feita nos Açores com dimensão global, nem sequer nacional, nem sequer regional. São capelinhas de Ilha, concelho, freguesia, onde interessa mais discutir se a tampa do esgoto está virada ao contrário ou se a canada tem mais ou menos buracos, se há teatro no Coliseu e Jazz no Teatro, se o centro cultural passa mais ou menos cinema, se o Ramo Grande tem mais ou menos visitas, tudo isso se discute em vez dos grandes temas da actualidade. Entretanto a globalização vai-se fazendo, alguns, poucos, empresários internacionalizam-se e são olhados com desconfiança, outros quedam-se à espera de tempos melhores, sem mudar nada e à espera que tudo mude. Os resultados só se alteram se os métodos forem alterados, quando não, "fica tudo na mesma como a lesma."

3 de novembro de 2006

Imposto sobre o imposto

Eu já aqui falei - a respeito de um post do Vital Moreira (Maio de 2005) - da dupla tributação a por via do Iva cobrado sobre o Imposto Automóvel. Uma imoralidade que o Estado pratica e que torna a compra de viaturas novas de alta cilindrada e de gamas médias quase proibitiva às bolsas da classe média. Agora levanta-se também a questão da legalidade.
O imposto automóvel e o Iva sobre o mesmo, são uma importante fonte de financiamento do Estado já que são cobrados a pronto pela Direcção Geral do Tesouro e pagos a prestações pelos contribuintes às empresas financeiras sem que esses, muitas vezes, se apercebam que estão a pagar imposto.
Mesmo esquecendo a questão moral e jurídica da dupla tributação, relembro que não faz sentido baixar o imposto nas viaturas de gama baixa e subir nas gamas média e alta. O que faz sentido é baixar, pelo menos, nas gamas médias e subir nas baixas por forma a tornar a compra de viatura de gama média acessível a quem agora as adquire das gamas mais baixas. Essa seria uma medida importante para reduzir os níveis de emissão de gases que contribuem para o efeito de estufa, assim como seria uma medida fundamental para a redução da sinistralidade. Pois que toda a gente sabe que as viaturas mais baratas são a mais poluentes e as menos seguras.
Contudo, neste país, não se pensa assim, só se pensa em cobrar mais para o Estado poder continuar a gastar à vontade. Agora dizem-me que é em almoços e jantaradas da permanente campanha eleitoral em que o nosso primeiro está desde que é secretário-geral do partido Socialista.

2 de novembro de 2006

Da desunião das Ilhas.

A unidade das Ilhas faz-se quando, cada uma delas, for capaz de potenciar a suas idiossincrasias, trilhar o seu caminho, sem esperar que outra comunidade faça o trabalho de casa.
A desunião destas Ilhas tem sido provocada por um discurso político bairrista e interesseiro por parte de algumas elites e pseudo elites politicas de Ilhas onde as fontes de riqueza não se alteraram, nos últimos 30 ou até 50 anos, por via da letargia, pensamentos reaccionários e falta de sentido estratégico dessas mesmas elites locais e do tecido empresarial que se habituou a que, os sucessivos governos, centrais e regionais, fizessem tudo por eles. O paternalismo de estado herdado de Salazar ou até mesmo da sociedade feudal.
Por mais descabido que pareça, a minha convicção, é que só estaremos unidos quando deixarmos de olhar uns para os outros, nesse dia deixará de haver desconfiança.
É incrível como uma preocupação, legitima da minha parte, sobre o que se está a passar na Ilha do Faial, despertou os mais recalcados sentimentos bairristas em vez de despoletar um estímulo.
Parece não haver grande interesse na comunidade local em discutir esse assunto. Contudo, ele parece-me um dos mais importantes de aprofundar, quer no contexto regional quer no contexto global.
(Continua)

1 de novembro de 2006

Assunto antigo

Gerou-se uma pequena polémica por causa do post do passado Sábado que tratava de parte de uma entrevista do Arquitecto Pedro Porteiro, nomeadamente acerca da letargia da sociedade faialense. O assunto é antigo, recorrente portanto mas vale a pena lembrar este pedaço de prosa datado de 1939, publicado no Jornal Portugal, Madeira e Açores e citado a páginas 161 de uma dissertação do José Grave.

"O distrito da Horta tem o direito de viver desafogadamente mercê da importância que adquiriu pela sua esplêndida situação geográfica, que lhe dá um lugar de eleição entre todas as terras portuguesas, graças á fertilidade do seu solo e ás qualidades de trabalho dos seus habitantes.[...] O Faial está a sofrer as consequências da falta de uma élite, forjada nas escolas superiores. Durante mais de uma década empobreceu-se, intelectualmente; as companhias telegráficas barraram a saída dos jovens estudantes: cursar o liceu da Horta e obter um emprego nas companhias estrangeiras era a suprema ambição dos faialenses, ambição aliás justificável dada a exuberancia dos ordenados pagos. Isto originou o preenchimento dos cargos públicos por gente do continente, alheia aos interesses regionais que em nada captavam a sua simpatia."

A respeito...

... dos provedores da ortografia que se preocupam demasidao com a forma e pouco com o conteudo, lembrei-me de ir à procura desta frase: "A forma para o poeta é o freio e as rédeas sem as quais não poderá governar o seu cavalo (a menos que seja um acrobata)..."
Somerset Maugham

Pão por Deus


Uma tradição que se vai perdendo pela força de uma outra importada do outro lado do Atlântico, essa espécie de carnaval americano que dá pelo nome de halloween.
É verdade que, em algumas escola, se mantém a tradição do Pão por Deus, e em casa , vamos alguns de nós, fazendo a pedagogia. Porém, noutras escolas até é difícil para os professores contrariarem a substituição de uma das nossas mais antigas tradições pela euforia das "doçuras ou travessuras" do halloween ao bom estilo das terras do tio Sam.Hoje o ardina do Açoriano Oriental bateu-me à porta, ontem tinha deixado o tradicional pregão da época, só para lembar.

O País está assim

Hospitais recrutam clínicos "sem assegurar qualidade" . Qual é o espanto? O País recruta, escolhe, vota, nomeia... sempre sem asegurar a qualidade, porque razão nos clinicos havia a coisa de ser diferente?
O "Tuga" é, por sistema, pouco profissional, excepto a exigir profisssionalismo a terceiros.

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