16 de novembro de 2006

Combustiveis comandam a economia

As recentes notícias de movimentação de capitais no tecido empresarial micaelense, com especial destaque para a venda de parte significativa do capital da ACCymbron ldª a um dos seus sócios e de uma também significativa parcela de acções do grupo NSL ao grupo Bensaude, poderia levar o mais incauto dos leitores a pensar que a economia desta Ilha e consequentemente dos Açores está dinâmica. Ao invés, constata-se que as movimentações são apenas ao nível de empresas dos serviços, sendo que no caso SousaLima/Bensaude o negócio esteve dependente do encerramento da unidade industrial da Lagoa o que acabou por acontecer com o despedimento de mais de 30 trabalhadores. A outrora chamada de Vila Industrial, está cada vez mais perto de deixar de o ser.
Com a compra, o grupo Bensaude fica detentor de cerca de 70% do mercado de combustiveis da Ilha de São Miguel e quase 50% do mercado dos Açores.
Entretanto os empresários terceirences já perceberam o sinal das suas elites sobre a letargia e o comodismo das suas gentes e trataram de investir em São Miguel. De facto, depois do grupo Paím ter investido, através da sua participada ASTA-Açores, na construção de 2 hotéis e exploração de uma zona de Jogo em São Miguel, também o grupo Monjardino, importante grupo económico terceirense na área da distribuição de combustíveis, se prepara para instalar em São Miguel uma rede de distribuição dentro do seu habitual "core business".
Há dias o ex-ministro da economia Augusto Mateus dizia uma coisa que venho a dizer e já escrevi há muito: "Os açores só se desenvolvem com o crescimento de um pólo aglutinador que, neste caso, é São Miguel". Lembro-me de, a esse respeito, ter utilizado aqui uma analogia com o comboio e a locomotiva, sendo a Ilha maior a locomotiva e as outras os vagões
Os empresários, felizmente, já perceberam aquilo que os políticos, infelizmente, ainda têm dificuldade em perceber.

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