6 de novembro de 2006

Por favor deixem os Bancos à vontade

Cada vez que o Governo através da entidade reguladora do sistema bancário que dá pelo nome de banco de Portugal, resolve mexer com os bancos quem sofre é o freguês. Há dias, a respeito dos arredondamentos para cima e para baixo, alguém falava desse grande instrumento que o governo tem ao seu dispor para regular o mercado e que não lhe dá o devido uso e é chamado Caixa Geral de Depósitos. È verdade se a CGD arredondar as suas taxas para baixo, todos vão para baixo. Mas não, o governo usa esse instrumento para tudo, inclusive para dar emprego aos amigos (sempre foi assim com todos os partidos incluindo o CDS-PP), excepto para regular o mercado.
Antes dessa dos arredondamentos e da data/valor dos cheques foi a alteração do valor obrigatório para pagamento dos cheques carecas. Aquela que para o governo parecia uma medida de elementar justiça e para aliviar os tribunais e a PJ de processos de pequena monta, passou a ser um excelente negócio para a Banca. Na verdade, a partir dessa data os bancos passaram a cobrar uma "taxa de intervenção do gerente" em todos os cheques pagos a descoberto. Essa taxa pode variar entre os 5 e os 31 euros mais imposto de selo. Qual não foi o meu espanto quando a minha fonte me mostrou que é precisamente a CGD quem cobra a taxa máxima de 31 euros. Ora num cheque de 150 euros, 31 eurosrepresenta mais de 20% desse valor. Mas repare, se por absurdo o leitor se distraiu com o controlo da sua conta bancária e emitiu um cheque de 75 euros quando apenas tinha na conta 70, aí a CGD vai cobrar-lhe os mesmos 31 euros o que representa 40% do valor do cheque e cerca de 620 % do capital usado como crédito.
Bem sei que ninguém liga a essas contas mas dá para gritar.
Por favor, deixem os bancos que nós merecemos.

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