6 de outubro de 2005

Crónica de uma morte anunciada

O crono desta terceira república em que vivemos - ou sobrevivemos? - está a anunciar as suas últimas badaladas. Numa organização onde os que mais se queixam são os que têm o ordenado a tempo e horas na conta e o pão a tempo e horas na mesa; Numa nação onde os que não têm nem pão nem ordenado não têm tempo nem saber para se queixarem; Num País onde fazem greves os policias os militares e os juízes; Não há governo da esquerda ou da direita que valha. Precisamos de fazer restart, começar de novo. Numa nação isso só se faz com uma revolução e uma revolução só se faz com fome. Enquanto o "povão" andar de barriguinha cheia, não se incomodar com os barrigudos que querem uma colher maior; Enquanto o "povão" não começar a sentir fome; Não se preocupa com o povinho que a passa. Para cada Povo existe, como para os indivíduos, uma conta de Deve e Haver, que nos dá o quilate das suas prosperidades, e por onde, cedo, até para os maiores impérios, os pródromos da decadência se denunciam.
J.Lúcio de Azevedo-Épocas de Portugal Económico-livraria clássica editora

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