11 de fevereiro de 2005

No Faial com o olho no Pico

Estou no quarto 316 do Hotel Fayal, aproveito para descansar um pouco. Daqui a um par de horas vou participar num Jantar comício com militantes e simpatizantes do CDS/PP, sem mais figuras nem figurões que eu cá não gosto de enganar ninguém. Sou eu o candidato, é a mim que têm que ouvir e é em mim que têm que acreditar. O terreno não é dos mais fáceis para o CDS/PP. Farei o melhor que sei e posso. Não tenho jeito para falar a plateias, prefiro falar entre rodas mais restritas mas assim terá que ser hoje, na Praia do Almoxarife.
Dei uma volta às mobílias do quarto. A mesa redonda que estava a um canto, coloquei-a junto à Janela. Em frente, o Pico. Desde que estou aqui já mudou de cor três vezes. Anoitece, dentro de uma hora apenas verei as luzes da Vila da Madalena e que se estendem até à Areia Larga. Do outro lado está São Jorge, já cintilam algumas lâmpadas na Ilha de Francisco de Lacerda.
Ouço o Cristóvão inspirar o seu cachimbo e escrevinhar duas palavras no teclado do seu PC. Uma baleia falou-me do Dias de Melo e o canal lembrou-me o Nemésio.
Se bem me lembro, ainda agora havia por aqui caçadores de baleias, depois de atuns, agora de subsídios.
E o avião da TAP?
Está atrasado ? Diz-me envergonhado um quartel de vinha património da humanidade.
Espera turistas, espera visitas, espera o futuro.
Um "maroiço" mais informado segreda-me que a culpa foi do Governo.
Do da república?
Não do regional! Fizeram isso tudo com os pés no ar, não trataram da segurança e dos procedimentos exigíveis e agora está o aeroporto feito mas os aviões não podem vir.
Isto é porque o dinheiro não é deles, é de nós todos. Viva a folia que agora até já dá lucro.
Por quanto tempo?

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