18 de outubro de 2004

Vitória de César

Carlos César havia anunciado em meios restritos e públicos que não seria candidato nestas eleições. O Partido Socialista, temendo a orfandade, empurrou César para o que seria o mais difícil combate político da sua carreira, enfrentar o delfim de Mota Amaral, numa conjuntura que se julgava de desgaste. César é, por isso, o grande vencedor da noite eleitoral de ontem. Fica-lhe bem, politicamente correcto, dizer que ganharam os Açorianos, mas no íntimo sabe, melhor do que ninguém que é a ele que se deve a vitória.
Também Victor Cruz assumiu a sua quota-parte da derrota. Não podia fazer outra coisa. Falta aos outros protagonistas da coligação, os que se empenharam mais e principalmente os que se empenharam pouco, fazerem o mesmo, tomarem por sua a derrota de ontem.
Victor Cruz não perdeu sozinho, perdeu porque estava com os mesmos que perderam com Álvaro Dâmaso e com os mesmos que perderam com Manuel Arruda. Victor Cruz perdeu, também, por um fenómeno de rejeição da Coligação Açores. Esta, não conseguiu sequer fidelizar a soma dos votos que os dois partidos alcançaram há quatro anos, perdeu em toda a linha.
Em São Miguel, onde a derrota é mais estrondosa já que em Santa Maria não foi novidade, nem a estratégia seguida por Paulo Gusmão de fazer campanha sozinho serviu de muito. Por isso, perdeu também, O Jovem líder dos Populares de São Miguel que não conseguiu assim segurar o eleitorado do seu partido perdendo a possibilidade histórica de eleger um segundo deputado pela Ilha, o seu compadre Frederico Sampaio, é também um derrotado de ontem. É caso para dizer que a politica não se faz só com os amigos e com os compadres, faz-se com todos os que querem participar nos processos e ouvindo todas as sensibilidades.
Daqui envio a Carlos César os meus sinceros parabéns e votos de que opere as mudanças necessárias no seu executivo e opere as reformas esperadas nas áreas onde a governação socialista foi mais penalizadora, Agricultura, Pescas e Ambiente.

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