Havia alguém capaz de imaginar que fosse acontecer outra coisa que não isso?
A Verdegolf é um bom exemplo de como não se devem fazer as coisas. Nasceu torta no tempo do "amaralismo" e oito anos de governação socialista não lhe viraram a orientação. Não basta substituir administradores ou substituir empregados. São necessárias medidas de fundo para alterar a situação daquela empresa que se revela de interesse estratégico para o desenvolvimento do Turismo nos Açores. Ao construir mais 9 buracos na Achada das Furnas e 27 buracos na Batalha sem desenvolver projectos imobiliários paralelos capazes de suportarem o financiamento da construção e manutenção dos campos, os políticos e gestores públicos de então cometeram um erro colossal. Demorar oito anos insistindo no mesmo modelo foi outro erro colossal. Em gestão, na política ou na economia, seja ela macro, micro ou doméstica, não se podem esperar resultados diferentes se mantivermos o "modus operandi".
Provavelmente, os políticos de agora, ficaram admirados com o facto do concurso ficar deserto. Nunca pensaram que uma das contrapartidas pedidas era um enorme fardo para quem comprasse a empresa. Nos moldes em que está estruturada a empresa e mesmo retirando do caderno de encargos a contra-partida de construir um campo de golfe no Faial, não sei se existirão muitos empresários capazes de aceitar aquela empresa dada, quanto mais por 9 milhões de euros.
Em 5 de Fevereiro de 2007 voltei a escrever assim.
Tal como a fama do Brandy Constantino, nos Açores, vem de longe a fama e continua a existir uma perigosa promiscuidade entre público e privado, entre dinheiros públicos e negócios privados e privativos, entre dinheiros privados e negócios públicos, entre negócios privados e interesses públicos e mais um sem número de conjugações que se podem fazer.O presidente do Governo Regional, Carlos César, preside, terça-feira, em Ponta Delgada, à sessão pública de apresentação dos projectos que o consórcio SIRAM/LusoIrlandês se propõe executar na ilha de S. Miguel.A sessão decorre às 15:30 horas no auditório da Secretaria Regional da Economia.Entre os projectos da SIRAM para S. Miguel figura uma intervenção no Campo de Golfe da Batalha, que prevê a construção de um complexo turístico e residencial associado àquele espaço de lazer, de que o grupo empresarial é proprietário na sequência da privatização da Verdegolf.
Será que a Verdegolf foi, de facto, privatizada?
Lembro que depois do primeiro concurso ter ficado deserto ( um costume nos concursos lançados pela SRE), o Governo Regional dos Açores, decidiu alienar por "negociação particular, um lote indivisível de 3.549.648 acções, com o valor nominal de € 1,00 cada, representativas de 92,23% do capital social da sociedade VerdeGolf, S.A., detidas pela Região Autónoma dos Açores".
A negociação fez-se "pelo envio, aos investidores que o Vice-Presidente do Governo Regional e o Secretário Regional da Economia" determinaram, "de um convite para a apresentação de proposta para a aquisição da totalidade da participação da Região Autónoma dos Açores no capital social da VerdeGolf, S.A".
# posted by Nuno Barata às 2/05/2007 03:45:00 PM Largaram fogo (10)
As ligações do Governo dos Açores de do PS ao grupo empresarial madeirense SIRAM e ao grupo açoriano ASTA -Atlântico devem ser devidamente investigadas por quem de direito a começar pelo Tribunal de Contas e pelo Ministério Público. E mais não digo porque mais não sei, palpita-me, no entanto, que vai tudo ficar em águas-de-bacalhau.
PS: Alguém me consegue demonstrar quanto foi pago da totalidade de €3.549.648,00 que a SIRAM deveria ter pago ao Governo regional dos Açore?
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