29 de outubro de 2007

Sol e Toiros

No rescaldo do I Congresso Internacional do Atum dos Açores, os políticos locais elegeram como conclusão primeira a necessidade de combater a pesca IUU (ilegal, unregulated and unreported). Não é que este não seja um assunto importante, nós próprios temos alertado as autoridades regionais e nacionais para o facto de, cada vez mais, nos imporem regulamentação, regras e práticas que são totalmente subvertidas por frotas que são nossas concorrentes. No caso dos Atuns, a pesca IUU representa um negócio de 10 biliões de euros e cerca de 30% das capturas totais.
No entanto, e do ponto de vista regional, foi a intervenção da administradora da PESCATUM, uma indústria de relevante importância para a Região e para a Ilha Terceira em particular, quem foi capaz de por o dedo nas feridas mais dolorosas. Essas, talvez propositadamente, foram totalmente ignoradas pelos Órgãos de Comunicação Social e pelas conclusões a cargo dos políticos. Guadalupe Murillo é uma jovem advogada galega quem tem já um curriculum invejável na gestão de empresas do sector conserveiro e não só. Apontou como principais dificuldades encontradas na Ilha Terceira quatro pontos demolidores para qualquer indústria, a saber:
-Falta de mão-de-obra qualificada;
-Falta de parceiros técnicos qualificados;
-Inexistência de outsourcing na área das infraestruturas de congelação;
-Absentismo laboral na ordem dos 20%.
Apesar da quantidade de feriados locais, regionais e nacionais mais os dias santos e as tolerâncias de ponto, a PESCATUM regista um absentismo que ronda um quinto dos dias úteis do ano. É dos livros que uma empresa dificilmente resiste a taxas de absentismo acima dos 6 a 8%.
Digam-me. Como é que se pode ser patrão numa freguesia destas?

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