19 de setembro de 2022

Endividamento zero e privatização da Azores Airlines em 2023

 

Iniciativa Liberal quer endividamento zero e privatização da Azores Airlines em 2023
O Deputado e Dirigente da Iniciativa Liberal nos Açores, Nuno Barata, apresentou, esta quinta-feira, o “endividamento zero” para 2023 e “a privatização da Azores Airlines” como “linhas vermelhas” que “não podem ser ultrapassadas”.
Em declarações aos jornalistas após uma reunião com o Presidente do Governo Regional, Nuno Barata alertou que as “linhas vermelhas” referidas não representam “chantagem”, mas reconheceu que o voto da IL “depende do orçamento”, quando questionado sobre está dependente de ter endividamento zero.
Nuno Barata notou que a meta para o Orçamento de 2023 “é o endividamento zero”.
“É uma das duas linhas vermelhas que a IL tem e não permite qualquer tipo de ultrapassagem, sem chantagem”, observou.
Questionado sobre a possibilidade de ficarem por fazer obras estruturantes na Região perante esse endividamento zero, Nuno Barata indicou que “as obras estruturantes de que os Açores necessitam já estão feitas”.
“Se for preciso reduzir no investimento público, que seja aí que se reduz para poupar. Cada euro contraído de dívida hoje, é mais um euro de dívida para as gerações futuras pagar”, notou.
De acordo com o parlamentar e dirigente da IL/Açores, a “outra linha vermelha” para o Orçamento de 2023 diz respeito à privatização da Azores Airlines.
“É um passivo enorme. A empresa tem demonstrado que quanto mais trabalha, mais prejuízos tem. Não faz sentido, numa região com estas dificuldades financeiras, uma empresa que se traduz em prejuízo para a região”, defendeu.
“Foi-nos dito que o PSD e o Governo iam tentar acomodar estas preocupações”, acrescentou.
Por outro lado, Nuno Barata admitiu que a IL está preocupada com a “escalada inflacionária”, pelo que o Orçamento “deve ter algumas preocupações sociais nesse sentido”.
“Mas, é preciso perceber ainda a capacidade da região em mitigar esta escalada inflacionária. Nem se sabe ainda quais as suas origens, nem quanto tempo vai durar. Não será só certamente pela guerra na Ucrânia. O presidente do Governo deu a garantia de que a região vai olhar para os mais fracos, olhar para os que mais precisam de ser acudidos, sobretudo as famílias”, disse.
Para o deputado, é preciso “garantir o equilíbrio para não aumentar endividamento”.
“Se for preciso cortar, que haja menos investimento público”, sustentou.
Recorde-se que o Orçamento Regional para 2022, começou por ter uma proposta de endividamento no valor de 295 milhões de euros, que passou para 170 milhões quando o documento foi entregue na Assembleia Legislativa Regional. A IL ameaçou chumbar a proposta de orçamento, caso não fosse contemplada uma redução de “15 a 20 milhões de euros” e, durante o debate em plenário, uma das propostas de alteração, da coligação de Governo, foi para reduzir o endividamento em 18 milhões de euros, pelo que o endividamento final para 2022 se situou nos 152 milhões de euros.

1 comentário:

Açor disse...

Caro Barata.
Endividamento zero, fez- me lembrar de salazar, sem dividas, mas sem desenvolvimento, mas podia dizer o bacoco Passos Coelho e de certa forma o Costa...
Mas o que é isto de psicose contra o endividamento?
Fazer despesa injustificada e não justificada é uma coisa, despesa para o desenvolvimento da região é outra realidade, sobretudo se se tiver uma opção racional, controlada e que tenha em conda uma possivel inflação futura, onde a divida ficaria mais barata hoje que amanhã...
Mas fazer ou não fazer despesa é uma questão que requer estudo de oportunidade e não pode ser de sim, ou de não, porque se teima.
A região deve ser pensada nas suas opções racionais de desenvolvimento necessário, fundamental e não adiavel, mesmo que isto implique endividamento pois no sistema capitalismo actual, investir é bombear sangue para a economia.

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