13 de outubro de 2009

Há coisas que o Povo não perdoa.

Pelo menos aqui é assim, em Oeiras e em Gondomar nem por isso.
Há coisas que o Povo não perdoa e os partidos políticos (parte desse Povo mas às vezes alheios) também não deviam perdoar. Sara Santos, nomeou o marido Chefe de gabinete da Câmara das Lajes do Pico. Perdeu as eleições. Rui Melo, nomeou o filho para a administração da empresa que gere a Açor Arena em Vila Franca do Campo. Perdeu as eleições. Isto por cá, até se perdoa a inoperância e a incompetência, ( em Santa Maria durou anos) o que não se perdoa é a desonestidade, seja ela material ou intelectual.
“Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”, Berta Cabral que atente neste dito popular. Não basta ter carisma, ser sério e competente, é preciso escolher as companhias certas. O cheiro a bafio “amaralista” que incensa a sede do PSD-Açores, não é bom conselheiro. Todos nós, Açorianos da esquerda à direita com passagem pelo grande “centrão” admiramos e respeitamos o Dr. Mota Amaral pela sua entrega e dedicação à causa autonómica e ao desenvolvimento dos Açores. Reconhecemo-lo, respeitamo-lo. Contudo, mesmo muitos dos que sempre o fizeram, já não votam nele. O recurso sistemático à figura de Mota Amaral para encabeçar a lista do PSD à Assembleia da República foi um erro capital para o PSD, Berta Cabral foi recorrente nesse erro. A solução estava mesmo ali ao pé, Duarte Freitas, acabado de sair de Bruxelas por artes de paridade, enquadrava-se lindamente no lugar. Dir-me-ão que Mota Amaral não queria ir-se embora. Paciência, ou como se diz na minha terra, ele que se amanhasse.
Berta Cabral também perdeu Votos em Ponta Delgada para uma lista de um inenarrável Paulo Casaca. Na verdade, basta olhar à volta da lista e apoios de Berta Cabral e os arrepios de espinha logo se fazem sentir. Outra vez o recurso aos bafientos do costume, gente que antes de chegar a velho já o é, gente que se julga gente mas que nunca o será. Gente sem estrutura ética e moral para desempenhar cargos públicos ou sequer de chefia.
A renovação não pode nem deve ser pura retórica, tem que ser efectiva, clara, inequívoca, de entre os melhores e para os melhores. César está a fazer isso ao PS-Açores, contra a vontade de muitos dos históricos, é verdade, com a resistência dos que sempre foram socialistas, também é verdade, mas, com um resultado que está à vista e que apenas fica manchado pelo “incidente” do desempenho eleitoral nas europeias de Junho passado.
O discurso de vitória envergonhado na noite de Domingo, é um bom exemplo de maus conselhos que Berta Cabral terá recebido nos bastidores da sede do PSD. A sua obrigação era assumir a derrota do PSD, salvaguardando sempre, para uma parte do discurso, a sua vitória pessoal em Ponta Delgada, sem dúvida, é-lhe devida e é justa, mas assumindo a derrota do Partido a nível regional e lembrando que também Cesar já tinha perdido muitas eleições autárquicas e europeias e não se tinha demitido dos cargos de Presidente do PS-Açores e Presidente do Governo regional. Essa honestidade intelectual ser-lhe-ia reconhecida. O discurso da vitória não.
A justa e fantástica vitória em Vila do Porto não apaga a duríssima realidade, antes a pôe em evidência, em Santa Maria houve renovação e envolvimento da população, coisa que faltou na maioria das candidaturas.
Saiba Berta Cabral varrer e arrumar a casa, (tem dois anos para o fazer) e 2012 será uma possibilidade, não o fazendo, já e agora, 2012 não passará de uma luzinha ténue no fundo de um túnel de ilusões. Infelizmente.

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