The Show Must Go On
O “documentário” emitido pela SIC sobre quatro proeminentes magistradas (já agora, o mesmo teria ficado bem melhor na SIC Mulher…) do Ministério Público foi em meu entender mais um episódio daquilo a que magistrados não se deviam prestar. Foi mais uma pedra no já sólido muro da pessoalização da máquina judiciária e mais alimento para a ideia corrente, tão perigosa como errada, de que o sistema precisa é de ícones, de heróis e, pior ainda, de heróis justiceiros capazes de vergar pessoas de consequência. Numa altura em que, com ou sem fundamento (não importa para aqui), o país é abalado por suspeições que atingem o coração do Estado, em que ocorrem sistemáticas fugas de informação processual, em que cartas rogatórias surgem escarrapachadas na net e em que cresce o coro acéfalo (e não raro cobarde, pois sabe-se que os magistrados estão sujeitos, devem estar, a um dever de reserva que obsta a respostas "na mesma moeada") dos que engoliram a cassete com a história de que "a Justiça não funciona", dispensar-se-ia gostosamente mais este happening. Do qual só concluo que, em relação a alguns, é cada vez mais óbvia a confusão entre autonomia institucional e autonomia pessoal.
O “documentário” emitido pela SIC sobre quatro proeminentes magistradas (já agora, o mesmo teria ficado bem melhor na SIC Mulher…) do Ministério Público foi em meu entender mais um episódio daquilo a que magistrados não se deviam prestar. Foi mais uma pedra no já sólido muro da pessoalização da máquina judiciária e mais alimento para a ideia corrente, tão perigosa como errada, de que o sistema precisa é de ícones, de heróis e, pior ainda, de heróis justiceiros capazes de vergar pessoas de consequência. Numa altura em que, com ou sem fundamento (não importa para aqui), o país é abalado por suspeições que atingem o coração do Estado, em que ocorrem sistemáticas fugas de informação processual, em que cartas rogatórias surgem escarrapachadas na net e em que cresce o coro acéfalo (e não raro cobarde, pois sabe-se que os magistrados estão sujeitos, devem estar, a um dever de reserva que obsta a respostas "na mesma moeada") dos que engoliram a cassete com a história de que "a Justiça não funciona", dispensar-se-ia gostosamente mais este happening. Do qual só concluo que, em relação a alguns, é cada vez mais óbvia a confusão entre autonomia institucional e autonomia pessoal.
Um excelente texto do Pedro Soares de Albergaria no Sine Die.
Fico à espera de um texto, tecnico-político, sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo.
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