10 de julho de 2007

O caso é mesmo Bicudo

Tudo leva a acreditar que Pedro Bicudo está fazendo o seu trabalho bem feito. A avaliar pelas reacções, nomeadamente por este texto que anda a circular pelas redacções dos Açores. Não haja dúvidas o Homem anda a agitar, a mexer e a incomodar.
Isso só pode ser bom e os resultados vão aparecer, certamente, mesmo "pêra" desconsolo dos acomodados.
Senhores,
Os trabalhadores da RTP e da RDP ficaram espantados com a entrevista de Pedro Bicudo ao “Açoriano Oriental”. Por um lado, irritou-os o ar fanfarrão de D. Sebastião que tudo vem salvar. Salvar o quê, numa altura em que os indicadores de audiência e de satisfação do público são os mais elevados dos últimos anos?
Quando Bicudo diz que quer devolver à RTP-Açores o seu lugar na sociedade açoriana, não sabe o que está dizendo. Os trabalhadores não estão dispostos a permitir que alguém, venha da América ou de outro lado qualquer, chegue aqui e queira apagar o tanto de bom que fizeram. Não vão deixar que o capital de confiança junto dos telespectadores seja usurpado, à laia de OPA, por quem ainda por cima diz que é da própria casa. Pedro Bicudo nunca foi assim visto pelos trabalhadores, pois nunca foi funcionário da RTP-Açores. Limitou-se a enviar algumas reportagens “pêra” o nosso canal.
Por outro lado, os trabalhadores estão preocupados com a tendência já evidenciada pelo novo director para insinuar a possibilidade de criação de excedentários e respectivos despedimentos. Para que fique claro, Bicudo não tem autoridade para despedir ninguém, nem a própria RTP pode fazer isso, sem mais nem menos. Mas é triste saber que Bicudo tem na cabeça o estilo americano do “you are fired”.
Antes se preocupasse com o seu próprio trabalho, pois o comportamento incompreensível de Pedro Bicudo (que tem viajado mais nos últimos quinze dias, do que Osvaldo Cabral no último ano) tem provocado situações de grande indefinição. Falta direcção, falta planeamento e faltam até simples assinaturas em documentos necessários à actividade normal. Ninguém sabe onde ele pára e é muito difícil falar com ele sobre coisas importantes do dia a dia.
No meio da confusão e da indefinição, os trabalhadores vão segurando o barco, mas cresce a resistência à fusão da Informação e da Programação da RTP e da RDP. Bicudo quer implementá-la de qualquer maneira, não só à revelia do Estatuto dos dois canais, mas também à custa da RTP, pois parece ser sua intenção substituir as chefias da televisão por gente da rádio. Às actuais equipas de chefia nada ainda foi dito sobre as alterações que serão introduzidas na orgânica e, aos restantes trabalhadores, muito menos. Está tudo às aranhas, como diz o nosso povo. Essa navegação sem leme está a levar alguns dos mais antigos a procurar a saída. O primeiro caso é o de Carlos Tomé, responsável nos últimos dois anos pela Informação da RTP-Açores. O jornalista já tinha dito que era contra o projecto de Pedro Bicudo (ver entrevista ao “Açoriano Oriental” do dia 23 de Junho passado) e agora já rescindiu mesmo o seu contrato com a empresa. Como é e uma referência para os restantes trabalhadores, a saída dele é significativa do estado a que chegaram as coisas. Pedro Bicudo já cá está há quase um mês e ainda nada de concreto e positivo se viu de maneira a motivar os trabalhadores. Pelo contrário o que se vê é desânimo. Avizinham-se tempos difíceis no audiovisual açoriano.
Esta é a convicção dos trabalhadores da RTP e da RDP, que ainda não percebem as razões profundas da substituição dos respectivos directores e menos ainda, a forma deselegante como foi feita.
A Pedro Bicudo e pelo modo como se tem comportado, os trabalhadores dizem que se esgotou o benefício da dúvida.

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