27 de março de 2007

Só mesmo para chaterar.

Não tenho qualquer nostalgia pelos tempos do Dr. Salazar ou do Professor Marcello Caetano do qual sou um grande admirador, como teórico do Direito Português e da Organização Administrativa de Portugal e pela forma habilidosa como tentou, lentamente, mudar o regime por dentro desenvolvendo a economia e tornando mais brandas a censura e a repressão. Acabou, como seria de esperar, destituído sem poder acabar o seu trabalho. Compreende-se já demorava muito. Também, nessa época, temos que ser justos, o MFA foi brando com Marcello, permitindo a sua fuga para o Brasil sem que houvesse lugar a linchamento público, para brandos ditadores, brandos revolucionários. Acho Bem.
Hoje, felizmente, não temos polícia política nem censura, mas é só mesmo o que falta.
Já temos o SIS e a SISI, o que anda bem próximo da DGS do Professor das conversas em familia na TV.
Mas pior do que o SIS e a SISI é o poder discricionário que, paulatinamente, com o beneplácito da Assembleia da República, se vai introduzindo nas leis, por meros despachos e portarias regulamentares, permitindo que o regime oprima os cidadãos não pela polícia política nem pela censura mas pelas decisões discricionárias dos governantes.
Esta repressão e pressão aposta sobre o cidadão é bem perniciosa, promove a auto-censura, o diletantismo, o "chicoespertismo". O actual regime, reprime o cidadão pelo medo, com a ameaça de lhe tirar emprego, o negócio, a actividade, em suma o pão para dar aos filhos e não pelo medo de ir preso como anteriormente.
Os presos políticos são heróis da clandestinidade, os reprimidos do sistema sofrem, silenciosamente, o ostracismo a que a sociedade os condena e o aperto de alma da auto-censura.
Não, eu nunca pertenci ao MIRN-Movimento Independente para a Reconstrução Nacional, mas se as coisas continuarem por este caminho só resta mesmo a clandestinidade.

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