20 de maio de 2009

Transportes e coesão.

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Não vou a Santa Maria há algum tempo. As notícias, diárias, que recebo da Ilha mais a sul dos Açores não são animadoras. Uma seca tal, como não se recordam os mais velhos, tomou conta da Ilha lançando a pequena economia assente na criação de gado e pequenos serviços, na agonia definitiva. Salvam-se os paliativos na ajuda aos transportes de forragens vindas de Espanha e Portugal.
Neste particular há a salientar, mais uma vez, que os custos do transporte de matérias primas e subsidiárias, de e para os Açores, é de tal forma elevado que chega a ser absurdo. A grande factura advém da irracionalidade de obrigar os operadores a tocarem directamente algumas Ilhas dos Açores com prejuízos incalculáveis e que nunca ou raramente são alvo de notícia ou investigação jornalística. Era bom que todos soubessem quanto nos custa na factura mensal do supermercado o sistema de transportes que o Governo nos impõe. Deixemo-nos de demagogias que nos saem caras a todos e passemos, definitivamente, ao estabelecimento de estratégias eficazes que deixem de parte as questões eleitoralistas e os conceitos absurdos de desenvolvimento harmonioso da Região.
É imperioso, por ser mais barato e mais eficaz, estabelecer um sistema de transporte de mercadorias que assente em dois portos principais, Ponta Delgada e Praia da Vitória, com uma ou duas ligações semanais a Lisboa e Leixões, a par de uma serviço de cabotagem capaz de distribuir mercadoria, semanalmente, entre todas as Ilhas dos Açores.
Muitíssimo mais importante e estratégico para os Açores é uma profunda reformulação do transporte marítimo de mercadorias inter ilhas do que é sequer pensar no transporte de passageiros e viaturas que não passa de um serviço para “petxenos” assistirem a festas de verão por aqui e por ali (dizem-me que uma maná para os traficantes de drogas) e a uma burguesia instalada que vai de carrinho para a sua “ilha do coração” passar 30 dias de férias de verão.

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